segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Autárquicas 13': a CDU recupera



Todos sabemos que, a coligação CDU, composta pelo PCP e PEV, tem a maior parte dos seus apoiantes, militantes, votos e autarquias na margem sul do Tejo e no Alentejo. Sabemos também que, o PCP defende precisamente a mesma ideologia do que à 10, 20, 30 e 40 anos. Outrora, já referi que isso tem tanto de louvável, por se manterem fieis aos seus princípios, sempre. Mas que têm também de se reajustar, continuamente, ao meio ambiente que envolve o partido.

No entanto, e mesmo nesta zona geográfica, a CDU tem vindo a perder terreno nos últimos anos, desde 1997, ano em que conquistou 41 câmaras que tem vindo a perder influência. Mas ontem, a história parece ter virado uma página importante. Chegou mesmo ás 34 autarquias, recuperando algumas importantes, e com maioria absoluta, como é o caso de Évora e Beja.

Mas mais do que dados, é importante ver o que isto pode querer dizer. O povo está farto desta política, isso é claro. Mas parece ter voltado a confiar na esquerda mais à esquerda, ou seja, no PCP. Esta insistência na ideologia, esta persistência nas suas convicções, levaram a que as pessoas, num momento em que estão fartas, saibam onde depositar o seu voto.

É importante este partido continuar na sua linha, para que as pessoas os continuem a conhecer, mas essencialmente, porque a nossa sociedade, como qualquer uma democrata, precisa de alternativas, vindas elas de onde vierem.

NOTA: o próximo artigo sobre o tema será sobre o resultado dos independentes.

Continuamos no fundo



Afinal, Paulo Portas não tinha assim tanta razão, quando dizia que tínhamos saído do fundo.

Hoje, entre reportagens de quase todo o país, entre vencedores e vencidos das eleições de ontem, surge uma notícia que está a passar ao lado de quase todos os portugueses, mas que se irá entranhar no seu quotidiano. O défice orçamental, que se tem discutido se deve ou não ser reajustado entre 4,5 a 5%, esteve no primeiro semestre nos 7,1%.

Pelos vistos, quem tinha razão acaba mesmo por ser Passos Coelho, quando diz que estamos a beira de um segundo resgate. Vítor Gaspar já saiu do Governo a algum tampo. Paulo Portas já fez o seu "jogo de cadeiras". A austeridade já está implementada. Ontem nas autárquicas o povo disse um não claro ao actual PM. E ainda assim, resiste, os meus parabéns. 

Contudo, o papel de um primeiro-ministro não é ir resistindo, mas sim governar. E isso, parece-me que o executivo tem feito muito pouco ou nada.

No dia em que o segundo resgate for pedido, antes de ter curiosidade sobre o valor a pedir, vou querer saber quem vai sair como culpado da situação. Para mim, a resposta é clara, a austeridade é a culpada, mas atenção, a austeridade não aparece vinda do além...

Autárquicas 13' : o principio do fim



Este será o primeiro artigo depois de se conhecerem os resultados, mas não será o último, pois muitas leituras desta noite eleitoral se podem fazer.

Mas a principal, e sobre a qual me irei debruçar neste momento, consiste em avaliar de forma geral aquilo que aconteceu esta noite em Portugal.
Desde que me lembro, tenho a ideia de que as autarquias são, maioritariamente lideradas pela direita, sobretudo pela sua próxima ligação com a igreja, que exerce muita influência na nossa sociedade. Mas acontece que hoje, ao contrário do que se verificou em 2009, o PS foi o partido que mais autarquias conquistou. Aliás, esta foi uma grande noite eleitoral para o Partido Socialista, na qual conquistou o maior número de câmaras alguma vez conquistada por algum partido. Para além deste recorde, na capital, o PS fez o mesmo feito, maior vitória alguma vez conquistada por algum partido.

No entanto, nem tudo foram rosas. O partido liderado por António José Seguro perdeu algumas câmaras históricas, como é o caso da Guarda, Braga e Matosinhos.

Contudo, ambos os líderes dos principais partidos colocaram fasquias para esta noite. Pedro Passos Coelho preferia vencer a ANMP e Seguro preferia ficar a frente no número de votos em geral. Acontece que Seguro venceu os dois objectivos. Incrivelmente, esta noite, o PS teve  o dobro dos votos que o PSD numa autárquicas e conquista cerca de mais 50 que o seu adversário.

Já o CDS não se ficou por Ponte de Lima, conquistando ainda mais 4 câmaras, e a do Porto, parece-me justo reclamar parcialmente vitória. Desta forma, o eleitorado de Paulo Portas parece ter-lhe dado ouvidos.

Mas não foi só de partidos que esta noite se fez, muitas autarquias foram conquistadas por candidatos independentes, nos quais Porto e Matosinhos como principais casos, e Sintra quase se juntava a lista.

Resumindo e concluindo, parece-me que, António José Seguro sai desta noite muito mais forte do que começou o dia, evitando assim uma guerra interna, e Passos Coelho, pode ver este resultado como um cartão vermelho. António Guterres, a esta hora, já se tinha demitido!

NOTA: próximo artigo sobre o tema será para falar do resultado do PCP e da esquerda em geral.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O dia em que tudo ia acontecer



Como todos sabemos, hoje é dia 23 de Setembro, dia em que, segundo Vítor Gaspar, iríamos hoje voltar aos mercados. Mas não aconteceu nada disso.

No dia em que iríamos regressar aos mercados, fala-se num segundo resgate iminente para Portugal. Cada vez estamos mais distantes da Irlanda, e mais próximos da Grécia. E pior, as agências de rating insistem em chamar-nos lixo.
Os juros, à bem pouco tempo, estavam acima dos 7%, taxa que como recordamos, segundo Teixeira dos Santos, é o máximo que um país consegue suportar, ou seja, 2 anos depois, e com muito empobrecimento conquistado, estamos acima do suportável na mesma.

Mas mais curioso de Pedro Passos Coelho ter falhado em toda a linha a sua política de austeridade, depois de 2 anos de sacrifícios que parecem ter sido em vão, vemos o Primeiro-Ministro a assumir, publicamente a necessidade de segundo resgate, o Vice-Primeiro-Ministro a dizer que saímos  do fundo, e que não lá voltaremos mais, e ainda o líder da oposição a discutir quem tem a culpa desta nova necessidade financeira.

Só mesmo Portugal. Faz lembrar uma casa a arder, e a discussão em vez de ser como apagar o fogo, ser que cor se vai pintar a casa depois de re-construída!

domingo, 22 de setembro de 2013

Bye Bye



Já se notou que o que este Governo tem feito, é pura e simplesmente desfazer o que o anterior executivo fez, em seu nome, o Governo de Sócrates. O que por um lado até é bom, assim nota-se bem que o PS e o PSD são bem distintos. Assim, as pessoas podem bem comparar o que é um Governo socialista, e um Governo de direita, e em 2015, e nas seguintes legislativas, escolher entre as duas alternativas.

Este verão foi também uma estação em que muito ouvi falar do anterior ministro José Sócrates, que muito prezo, na medida em que, por mais do que uma vez, me disseram: ao menos o outro (Sócrates) ainda dava alguma coisa aos pobres, já este tudo tira a quem tem dificuldades. Mas não é para apenas falar de Sócrates que escrevo este artigo.

O actual Governo tem desfeito tudo o que o anterior andava a fazer, principalmente o que andava a fazer bem. Já vimos isso com o Magalhães, e entre outros episódios, vemos agora o mesmo com o Inglês nas escolas primárias. Eu pergunto-me, Portugal tem alguma estratégia? Quem Governa quer, mesmo, o melhor para o país? Não consigo perceber.

Quer sejamos do partido que formos, parece-me claro que, para a competitividade do país, a língua inglesa era uma peça fulcral para este objectivo. É que a competitividade passa também pela formação das pessoal, pela sua qualificação, e não apenas para o salário e produtividade.

A universidade do Minho avança agora com uma medida que passa por avaliar os alunos quanto ao seu inglês, e aos alunos abaixo de B2, oferecer qualificação para atingir aquele escalão. Uma pergunta para ficar no ar, será que a UM é que está errada, ou será este Governo?

Alguma coisa mudará?



Como é sabido por todos, hoje disputam-se eleições legislativas na nossa "patroa" Alemanha. Merkle não terá grandes dificuldades em vencer as eleições.

Contudo, parece que poderá ter de trocar de colegas de coligação. Mas isso, será verdadeiramente discutido após o resultado que hoje for apurado.

O que me interessa a mim, enquanto periférico europeu, enquanto português, é o que mudará na nossa vida com esta eleição. Não gosto desta política de austeridade que tem sido imposta, e por isso fiquei contente quando François Holland venceu em França, mas como uma vitória do género não será possível na Alemanha, temos-nos de contentar com a actual chanceler. Acontece que, por vaidade, esta pode querer ficar na história da UE, tal como um dos melhores europeístas de sempre, Delors. E esta é a nossa única esperança de que a chanceler ajudará, verdadeiramente, a salvar o euro.

Mas não temos visto isso na sua campanha. Nos últimos dias, para conquistar o voto dos indecisos, a chanceler endureceu o tom em relação aos países periféricos, a querer castiga-los. Eu não quero que Portugal sofra mais do que já sofre. A austeridade, como já vimos, não é a solução, e é preciso mudar de política, e Merkle não parece estar disposta a isso.

Por isso, o dia de hoje, o que está em causa é, essencialmente, a Europa e a postura que os alemães têm perante esta! Quero acreditar que, com recurso à sua memória, a Alemanha e os alemães se lembrem que já foi a UE quem os ajudou a reconstruir depois da segunda grande guerra. Os países do sul não sou maus, têm é recursos diferentes!

Também somos europeus, preservem e ajudem a solidificar a Europa, que bem precisa. Como o resultado parece claro uma vitória da chanceler, este artigo espero que sirva de apelo para a sua actividade nos próximos anos.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Autárquicas 13': Do local ao central



Relativamente poucas pessoas o sabem, mas existem grandes diferenças entre poder local e poder central.
A que as pessoas estão mais atentas, é a diferença entre Câmara Municipal e Governo.

Acontece que, estamos em plena campanha eleitoral autárquica, em que em todas as localidades estão espalhados cartazes, arruadas, porta a porta, brindes, etc, etc. Porém, estamos também perante uma campanha legislativa, onde vemos a atenção voltar-se para António José Seguro e Pedro Passos Coelho, com dois anos de antecedência, ou seja, a ideia é ver quem dos dois sai vitorioso no próximo dia 29 de Setembro. 

Ridículo!

Não era suposto discutir-se o que deve ser uma autarquia? O que será o futuro próximo, já que não há dinheiro para auto-estradas e grandes obras?

De um lado temos Passos Coelho a querer mostrar que é líder de uma coligação sem força, do outro lado, temos José Seguro a querer reforçar a liderança interna, uma vez que António Costa parece estar a beira de uma maioria absoluta.

Mas muita da culpa desta situação está na comunicação social, porque é "isto que vende".

Ainda temos um outro lado, que muitas vezes fica esquecido e é o mais importante, que são os cidadãos e as suas necessidades.

domingo, 15 de setembro de 2013

Autárquicas 13' : Debate no Porto



No debate autárquico, no Porto Canal, o candidato da CDU fez com que fosse clarificada a posição dos restantes partidos em relação à política habitacional levada a cabo pelo actual presidente Rui Rio, que a par deste tema, tem sido criticado também na cultura.

No debate, e talvez por ser campanha, nenhum candidato concordou com a medida implementada a dois meses e todos a querem revogar, excepto Rui Moreira, candidato mais próximo da actual gestão, que pretende apenas alterar o que foi feito.

Mas o mais engraçado é que Rui Rio é presidente eleito pelo PSD em coligação com o CDS, e nem Menezes, nem Moreira estão a favor desta medida, portanto, quer isto dizer que agora, os candidatos dos partidos (Moreira é apenas apoiado) querem desfazer aquilo que até agora o executivo, dos próprios partidos, fez.
Este episódio só vem dar razão a Rui Rio quando diz que o PSD Porto não tem identidade e que apenas anda atrás dos votos, porque se até agora apostou num tipo de projecto como o que desenvolveu, é impossível, tendo identidade própria, apoiar o que é exactamente oposto. Ao longo da campanha, Menezes tem dito apenas que vai fazer como fez em Gaia e contraria constantemente o actual executivo, pois bem, o que foi feito no Porto até agora, nada tem a ver com o que foi feito em Gaia, e desta forma, Rio vê todo o seu trabalho poder ir por água abaixo (deve custar, acredito).

Outro ponto a salientar, é que a CDU conseguiu obter resposta ao que perguntava já algumas vezes, e assim, dá um alento, aqueles que não acreditam na política de direita, e tentam, constantemente, combatê-la.

Seja como for, o Porto vai mudar, esperemos que para melhor.

sábado, 14 de setembro de 2013

Discussão de uma guerra



Já é certo que, a 21 de Agosto foram usadas armas químicas na Síria. Agora a dúvida parece ser quem as usou.

Muito se tem falado em armamento químico, mas afinal, o que quer isto dizer?
De uma forma muito simples, é uma forma de destruição maciça, e que ao contrário das outras armas, evita explosões, ou seja, os danos são menores e os objectivos (matar) são iguais ou superiores até.

Ao longo dos anos, foram assinados protocolos que proíbem o uso deste tipo de armamento, e que no dia 21 não foram respeitados. Com os alegados interesses, quer tenha sido usado pelo regime de Bashar al-Assad ou pelos rebeldes, fez o mundo "acordar" para a situação síria, como os EUA e Inglaterra a quererem uma intervenção militar rápida. O parlamento inglês evitou que Cameron levasse a sua intenção avante, já Obama não parece ter esse problema.
Temos ao mesmo tempo assistido a um compasso de espera, pelo relatório da ONU, que será divulgado esta semana, e que fará com que uma resposta global tenha de ser dada. A França, já se colocou ao lado dos norte-americanos, enquanto a China apoia Putin nas suas decisões.

Ou seja, não sabemos quem usou as armas químicas, esperamos por uma resposta, quer seja militar ou política, e já temos EUA e França de um lado, e Russia com a China do outro. É importante agora esclarecer dois pontos, os interesses de usar armas químicas pelas duas partes, e avaliar os interesses naquela região que já estão a começar a dividir duas "equipas".

O regime poderia ter usado o gás para mostrar a sua superioridade face aos rebeldes, e também mostrar ao mundo aquela que é a sua principal arma para as guerras futuras, já os rebeldes, como diz agora o Presidente russo, usariam as armas químicas para "obrigar" uma intervenção no país, para estes pararem de ser massacrados. Quanto aos interesses numa hipotética guerra, temos os EUA a querer controlar, para além do petróleo, a maior reserva de gás do mundo, enquanto a Rússia está interessada em continuar a vender armas ao regime sírio.

No entanto, e uma vez que Obama é prémio Nobel da paz, é necessário mostrar o motivo pelo qual "foi eleito para acabar com as guerras e não para começá-las". Depois de uma ameaça clara de intervenção militar, mesmo não esperando pelo relatório e pelos que poderão ir atrás, Obama afirmou que avançaria para um ataque aéreo limitado. Perante isto, e já depois de Assad afirmar que estava preparado para a guerra, Putin propõe que o regime sírio entregue as armas químicas de que o país dispõe, em função de não abrir uma guerra. Sem dúvida, uma boa solução, e ao que parece, Assad está disposto a tal e mais que isso, Obama está a mostrar, realmente, que prefere uma solução diplomática.

Não obstante do final da história, mesmo que haja acordo, Bashar al-Assad vai sair impune ao massacre que tem imposto? O que irá a ONU fazer depois do relatório? A união europeia, não tem uma palavra a dizer? Não existe nenhuma entidade internacional que promova os direitos humanos, que estão a ser quebrados na Síria? E acima de tudo, qual vai ser o futuro dos sírios? São questões que gostaria muito de ver resolvidas.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Autárquicas 13' : o lado menos bom



Como referia na edição de ontem no jornal PÚBLICO o historiador Rui Tavares, em 1976, aquando as eleições autárquicas, Soares, Cunhal, Freitas e Sá Carneiro debateram as cidades, vilas e aldeias. Este Ano, devíamos ter, no mínimo, Seguro, Passos e Jerónimo a debater aquilo que deve ser o papel do autarca e, mais que tudo e ainda não ouvi ninguém a dizer, que estratégia seguir, o norte a produzir vinho, o centro dedicar-se aos animais e o sul aos cereais? Que estratégia? Cada um por si, e ao fim ao cabo, ninguém faz nada?

Estas eleições estão a dar muito que falar, mas quase nunca pelos melhores motivos.

Até agora, pouco tenho visto de apelos ao voto. Quando é feito, é sob a justificação de alteração e junção de freguesias, e não por vivermos em democracia e ser o povo a decidir. Não deveríamos começar por aqui mesmo? Dar ao povo e explicar verdadeiramente o que é o seu voto? Ainda para mais nas autárquicas?

Estas eleições, ficaram marcadas na história do nosso país como as eleições do faz de conta. Só tenho pena dos independentes que com coragem tentam, por vezes, lutar contra os interesses dos partidos e propor algo diferente para os seus municípios.

É triste ver que tem havido tratamento discriminatório na TV, em vez de se assistir ao grande debate da revolução autárquica que Portugal tanto precisa, para tomar um rumo definitivo.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Autárquicas III : Decisão do TC



O Tribunal Constitucional decidiu esta tarde que é legal a candidatura a outros municípios, mesmo já cumpridos 3 mandatos. Ou seja, por outras palavras, a limitação é quando ao território, e não ao cargo.

Tal como já expressei anteriormente, concordo com a opção de um cidadão se candidatar a diferentes municípios, sendo assim um gestor daquele terreno. (http://pnpopiniao.blogspot.pt/2013/08/autarquicas-ii-formas-de-ver-um-autarca.html), e por isto, concordo com a decisão do TC.

Agora, o que sempre defendi que era inaceitável, é os tribunais não assegurarem o principio da igualdade perante todos os cidadãos, é que uns foram inibidos e outros podem fazê-lo. Chegámos ao ponto de numa instância, na primeira, o mesmo tribunal decidir primeiro que não, e depois que sim, refiro-me à candidatura de Fernando Costa em Loures.

Com todo este episódio, desde o seu início, ficamos a saber que existe falta de liderança jurídica e política em Portugal. Há muito que deveria alguém, com autonomia neste país, ter dito o que se limita, em que condições e o quê em concreto. Mas o mais grave é que houve, pelos tribunais, diferentes tipos de tratamento, e isso é tudo menos democrático.

Digam o que disserem, o TC tem feito o seu trabalho, e bem feito.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Autárquicas 13' : Campanha em Penafiel



Não resido no concelho de Penafiel, apenas passo por aqui com alguma frequência, mas hoje não posso deixar de reparar nos cartazes da campanha que aqui está a ser feita para as eleições autárquicas.

Se fosse eleitor para esta autarquia, e abstendo-me de que sou socialista, votaria precisamente PS. O que um eleitor procura num candidato, é confiança, um rosto que transpire transparência, seriedade e ambição. E o candidato do PS, André Ferreira é de longe, esse candidato. Nos seus cartazes, são criativos e apelativos. Normalmente (e os seus concorrentes também) os candidatos exibem um cartaz apenas, sempre a mesma cara e o mesmo slogan. Pois em Penafiel, os eleitores têm visto do candidato socialista uma campanha diferente. Tem pela cidade espalhados cartazes com diferentes perspectivas da sua cara, diferentes slogans. Uns cartazes dizem “Ambição por Penafiel”, outros (intitulados "Fazer melhor") têm medidas que irá implementar caso seja eleito como são exemplo “Baixar o IMI” e “Baixar o custo da água”, mas vi ainda um terceiro cartaz interessante, onde com a sua letra escreveu “Penafiel verdadeiro” e com a sua assinatura. Parecendo que não, para além de demonstrar uma campanha inovadora, transmite confiança e transparência. Desde já os meus parabéns pela ideia.

Ao mesmo tempo, o candidato do PSD tem um slogan de candidato independente, “O nosso compromisso é consigo” enquanto o do Bloco de Esquerda prefere jogar com as palavras e propor “Virar à esquerda”.


Não conheço nenhum dos candidatos nem mesmo os seus projectos em concreto, apenas o PS dá a entender o que vai fazer. Se aqui fosse eleitor, não teria dúvida, votaria PS.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Segundo resgate à vista?



A rentrée dos partidos está a ser marcada pelo chumbo do Tribunal Constitucional (TC) e consequentemente com a ameaça de segundo resgate por parte de Passos Coelho.

Eu até gostava de perceber o que se passa com o nosso Primeiro-Ministro, para estar agora com uma ideia dessas, então não é o bom aluno europeu? Não estávamos muito mais perto da Irlanda do que da Grécia? As avaliações da Troika não têm sido positivas? Confesso que não consigo perceber.

Mas outra coisa que me parece evidente, é que o Governo não fala a uma só voz. Enquanto Passos Coelho reage ao TC com ameaças de novo resgate, o nº 2 da coligação prefere dizer que vai ser encontrada nova solução, dizendo mesmo que tudo se fará para se recuperar a soberania e liberdade que o memorando nos retirou. Enquanto o líder do PSD não diz que não à intenção de baixar salários, o ministro do CDS diz que já está tudo feito em matéria laboral e que por isso mais nada será feito como a troika quer a partir daqui. Dá a entender que o PM está já a procurar desculpas para o falhanço da austeridade que instalou no nosso país.


Mas a leitura do membros do CDS sobre estas matérias, a meu ver, têm apenas uma intenção, sacudir a água do capote e desmarcando-se assim da ideia de que um segundo resgate seria por causa da demissão do seu líder do Governo que só serviu para dar novo sentido a palavra irrevogável.