quinta-feira, 24 de abril de 2014

Todos nos sentimos...



A Universidade do Minho está de luto!
Todos sabem que não tenho como hábito escrever sobre este tipo de assuntos, como foi o caso do Meco, no entanto, e por ser a instituição onde estudo e por isso, fazer parte desta "família", sinto na pele tudo aquilo que nos rodeia neste momento.

Foi uma notícia trágica, que no dia de ontem, no final do dia, abalou toda a comunidade académica e fará moça nos próximos tempos...

Creio que a discussão nos próximos dias será de tentativa de responsabilização pelo acontecido, tal como é costume no nosso país, e poder-se-à até invadir a privacidade e luto dos familiares e amigos.
Mas isso não deixa de permitir dizer aquilo que acho que deve acontecer, isto é, devem deixar as entidades responsáveis fazer as peritagens e posteriormente os devidos julgamentos.

Contudo, muitos poderão ser vistos como culpados. Ontem mesmo estive cerca de 90 minutos junto do local e ouvi o maior número de vozes possíveis, pelo que se poderá culpar a reitoria, autarquia e os próprios alunos.
A reitoria emitiu à cerca de dois anos, um regulamento em que proíbe a praxe dentro do campus, o que faz com que os alunos praxem e sejam praxados fora deste, e o local onde aconteceu o acidente, é um local de eleição para o exercício destas actividades.
Outras vozes diziam que a autarquia tinha, e tem, a sua quota parte da culpa pelo estado em que estava o muro, ou peça de mobiliário como lhe chama o vereador.
No entanto, outros culpam ainda os estudantes, obviamente, por terem ido para cima do muro e assim ter feito este ruir...
Mas tudo isto não passa de opiniões emitidas de cabeça quente, a partir de suposições feitas no momento com o calor da situação.

O que eu acho é que aconteceu o que aconteceu pelo conjunto de situações acima relatadas... não creio que haja apenas um culpado, se é certo que o muro estaria a ruir e que ia cair mais dia menos dia, é também certo que o facto dos alunos terem subido esta estruturo precipitou a queda. Quanto a praxe estar ali a decorrer, poder-se-à culpar a reitoria por não permitir a praxe dentro do campus, campus este que é vigiado por seguranças, mas na minha leitura, não acho que devam ser atribuídas responsabilidades directas.

Dado tudo isto, apenas lamentar a perda de 3 alunos e apresentar as condolências aos familiares e amigos das vítimas desta tragédia.
De salientar ainda, o espírito de união que se vive entre os alunos de todos os cursos desta casa. Todos sentimos as perdas, todos estamos de luto!

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Portuglanda



Nos últimos dias, principalmente depois da entrevista que Pedro Passos Coelho deu ao jornalista José Gomes Ferreira, temos assistida a uma comparação intensa entre Portugal e a Irlanda.

Neste ponto, dou desde já, os meus parabéns ao Primeiro-Ministro. Logo quando tomou posse, o que fazia manchete eram as suas declarações de que não queria que Portugal fosse uma segunda Grécia, não admitia sequer vir a ser comparado. Hoje, 3 anos depois e principalmente, um memorando de entendimento/empobrecimento depois, vemos que o nosso país tem sido, correcta ou incorrectamente, apenas comparado à Irlanda. Objectivo nº 1 de Passos Coelho: Check!

Agora, todo este júbilo por, aparentemente, se chegar à data prevista e conseguir cumprir o contrato, não deve ser motivo de tanta satisfação por várias razões, mas só vou evocar duas! Uma, é que o normal, é cumprir-se um contrato, logo, o seu cumprimento não é motivo por si só de "festa" mas antes, o seu não cumprimento, deve ser motivo de repúdio. Dois, é preciso olhar aos meios para atingir os fins, e empobrecer o país da forma como foi feito, é muito diferente de desvalorizar uma moeda como anteriormente se verificou entre outras medidas.

Outras questões que me fazem alguma confusão, é o facto de ainda termos taxas de juro elevadíssimas, uma dívida que demorará anos a fio, gerações inteiras para que se consiga saldar. 
Este Governo tem, constantemente, sacrificado os funcionários públicos e pensionistas em prol da consolidação, necessária, das contas públicas. A meu ver, é injusta esta receita.

Esta comparação constante entre Portugal e Irlanda, e uma vez mais, o nosso país parecer ter a necessidade de seguir os outros, está a despoletar em mim um sentimento de profunda tristeza. Não há um PM ou Vice-PM que diga: Não nos comparem a ninguém! Nós temos o nosso valor. Estas (x,y,z) são as nossas valências, os nossos activos, as nossas mais valias. Ou seja, ninguém nos defende? Temos necessariamente de ter uma saída como A, B ou C? Porque não podemos ter uma saída à portuguesa?

Gostaria muito de ver os nossos agentes políticos reflectirem sobre isto, e pensarem que estão a actuar para o povo português, e não num show off europeu, com vista eleitoralista e faça aquilo que deve fazer... independentemente daquilo que os outros façam ou deixem de fazer!

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Afinal de quem é a culpa?



Queria começar por deixar claro dois pontos:

  • Quando estou a escrever este artigo, apenas tenho comigo os dados disponíveis no site ionline, em que consta apenas em que grupos cada um dos PM's se encontram sem dados quantitativos...
  • Não quer dizer que concorde, na integra, com os resultados anunciados

Depois destes esclarecimentos, a meu ver importantes, posso então partir para uma melhor análise daquilo que a sondagem i/Pitagórica revelam...
Começo aliás, por dizer do que estou a falar. Esta sondagem visa avaliar quem foram os melhores e piores Primeiros-Ministros do nosso país. E os resultados foram que nos 3 melhores, estão António Guterres, Cavaco Silva e Mário Soares, nos 4 piores, estão Durão Barroso, Passos Coelho, José Sócrates e Santana Lopes.
Assume-se também, que pela forma como está escrito e visto que o melhor foi António Guterres e o pior Durão Barroso, e também que estes estão em primeiro lugar na enumeração, assumo que estão por ordem, e passo a clarificar do melhor para o pior com o qual vou escrever este artigo: António Guterres, Cavaco Silva, Mário Soares, Santana Lopes, José Sócrates, Passos Coelho e Durão Barroso.
Bem, agora não restam mesmo dúvidas...

O que é que eu retiro destes dados?
Simples, que afinal, a história que de foram os 15 anos de governação socialista (que tiveram interrupção) é que colocaram o país nesta situação, aos olhos dos portugueses, não é bem assim.
Os dados são até, muito favoráveis aos ex Primeiro-Ministros do Partido Socialista... Veja-se que dos 3 melhores, dois são do PS (maioria), e dos 4 piores, 3 são do PSD (maioria). Neste cenário, parece-me imperial que o PSD arranje outro argumento para explicar a situação em que o país se encontre, e aconselho a que olhe para o que se passa lá fora, pode ser útil!

Mas podem-se tirar muitas mais ilações! Entre elas, que Durão Barroso, que se tem nas últimas semanas (depois do show de Marcelo no congresso) afastado de candidato a candidato à presidência da república e que a ajuizar pela opinião dos portugueses quanto ao seu papel de PM, não chegará a Belém. O que quer dizer que se Passos Coelho continuar com o perfil que delineou, na sua moção ao último congresso, se mantiver exclusivo a Durão, e este for o candidato da direita, quererá dizer então que o PSD oferece o lugar de PR ao PS.

Mas podemos ir mais longe na nossa leitura... Afinal, ainda houveram dois PM's piores que José Sócrates e nenhum é do PS. Com que então, Sócrates não foi o pior mal que nos aconteceu. 

Termino deixando um conselho e uma sugestão. Sugiro que se faça uma sondagem do género ao papel de PR a ver se Cavaco Silva figura no pelotão dos melhores e um conselho a direita portuguesa, que procure outro argumento que não o dos últimos anos de governação socialista para a situação em que o país se encontra. Pois nos últimos dois PM's socialistas, um deles é visto como o melhor que já tivemos, e outro coloca-se à frente de dois PM's PSD... Isto pode querer dizer muito, claro, apenas a quem quiser ver!

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Promessa ambiciosa...



À muito que Seguro se tem enredado por trilhos difíceis de travar. Podemos elencar por exemplo o facto de desde muito cedo, se ter recusado a praticamente sentar a mesa com o Governo. Digo que este é um bom exemplo porque em democracia, o diálogo é fundamental e o Presidente da Republica tem várias vezes, feito esse pedido que nenhum dos partidos tem levado a sério.

Mas desta vez, a promessa é muito ambiciosa, temo que demasiado ambiciosa!

Sou todo apoio à iniciativa, e na medida do que me é possível, tenho contribuído para tal objectivo. Aliás, é sabido aquilo que faço com o Banco Alimentar duas vezes por ano.
No entanto, e com a pobreza a atingir números nunca antes vistos, Seguro promete algo realmente bom, mas que tem um grau de dificuldade de execução extremamente elevado.

Para acabar com os sem-abrigo, Seguro precisa de ter um país a crescer consistentemente, precisa de ter bons canais de distribuição, precisa das pessoas certas nos sítios certos, precisa de voluntários, precisa de essencialmente, traduzir aquilo que é decretado ou determinada política em realidade... o que é verdadeiramente difícil, mas acima de tudo, exequível!

Por outro lado, com esta promessa, Seguro mostra bem o lado da barricada em que se encontra, a ala esquerda mais à esquerda do PS, isso é um facto. Falta saber se vai conseguir continuar lá quando estiver no poder, se a ele chegar.

Para terminar, apenas gostaria de deixar um apelo: que se façam promessas exequíveis e não se entre numa onda eleitoralista, a democracia não precisa disso! Como disse anteriormente, a promessa tem tanto de boa como de difícil, mas parece-me um excelente mote de partida para um programa de Governo... Veremos os próximos episódios.