sábado, 31 de maio de 2014

Estou de acordo com Seguro, mas discordo



O título deste artigo pode gerar alguma confusão, mas que facilmente as desfaço.

Para começar, digo que estou de acordo quando Seguro diz que os partidos têm de mudar porque as eleições europeias (para além, e principalmente das autárquicas), mostraram que os eleitores estão descontentes com os partidos e com os seus sistemas de clientelas bem conhecidas.
Discordo da forma como está a conduzir o problema dentro do PS.

Agora, passo a explicar.

Quero começar por dizer que neste momento, Seguro está tão democraticamente legitimado perante o PS como Passos Coelho está democraticamente legitimado para governar Portugal.
Quando se diz, nomeadamente o líder do partido socialista, que Passos Coelho não tem legitimidade para governar porque grande parte dos portugueses não querem mais essa governação. Pois bem, acontece exactamente o mesmo no PS, e portanto, António José Seguro está na mesma posição que o líder deste Governo.

Depois, acontece que estou totalmente de acordo, aliás, tornei-o público ainda em setembro, quando se diz que os partidos têm de mudar porque os eleitores não se revêm no actual panorama. E parece-me uma boa proposta, aquela que Seguro fez hoje, em que não serão só os militantes a votar, mas também simpatizantes. Mas agrada-me ainda ainda mais, a possibilidade de se poder votar em deputados directamente, e não como acontece actualmente, se votar em lista fechada.

Mas tal como o secretário-geral do partido que habita no largo do rato tem dito várias vezes, este é um momento histórico, e por isso mesmo, merece uma celeridade maior porque estamos a 1 ano e pouco de eleições legislativas, e por isso, não convém a nenhum dos candidatos, caso queiram mesmo ser Primeiro-Ministros, perder muito tempo neste processo. Daí achar que António José Seguro tem feito mal em deixar demasiada incerteza no ar e assim, atrasar o processo de clarificação. Todo o tempo que for perdido no processo, é a meu ver, tempo perdido.

Para finalizar, dizer apenas que gostei de ver, numa rara aparição, Seguro o determinado!
Porém, relembrar o mesmo que quando disser que está legitimado democraticamente como líder do PS, não o volte a fazer referindo-se a Passos Coelho. E outra nota é recordá-lo de que quando afirma que António Costa se poderia ter candidatada a 3 anos atrás ou no ano passado, esta solução que apresenta, poderia ter sido levada avante quando Assis à 2 anos a apresentou.
Só para o caso da memória ser curta...

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Tem de ser dada a voz...



Cada vez mais, parece ser claro que o PS precisa, mesmo, de eleições internas. Por vários motivos. Entre eles, o PS tem hoje, muitos militantes insatisfeitos, quer seja com o resultado de domingo, quer seja pela oposição menos vistosa quanto deveria ser, quer seja pelos zigue-zagues desta liderança, seja pelas sondagens que custam a descolar o Partido Socialista deste Governo... Enfim, vário motivos fazem com que muitos socialistas, nomeadamente militantes e simpatizantes se sintam descontentes.

Para ser muito sincero, no domingo, pela primeira vez a sério, temi que o PS não vencesse as eleições legislativas de 2015. Até domingo, preferia que o Presidente da Republica dissolvesse este parlamento e convocasse eleições antecipadas. Pois bem, neste momento, acho que não o deve fazer por o preço a pagar é demasiado alto dada as circunstâncias em que o país se encontraria. Ingovernável, pura e simplesmente.

E é aqui, essencialmente, que António José Seguro tem falhado. Desde o inicio da sua liderança, tem tudo para estar na frente das sondagens, o que nem sempre aconteceu, mas pior ainda, e que já dei conta no passado, é que os portugueses não vêm no PS a alternativa. E é isto que a mim me revolta e faz querer que se mude internamente.

Por isso mesmo, e uma vez que a divisão dentro do Partido Socialista, que existia mas não estava exposta, está criada, acho que vivemos o momento ideal, enquanto maior partido de oposição, mudar o nosso rumo, mudar o rumo da estratégia daquele que quer não só vencer as legislativas, mas sobretudo, ser o porto de abrigo, a esperança, de todos aqueles que estão descontentes com o Governo.

Neste momento, apenas vejo António Costa com capacidades de liderar essa esperança.

Porém, acho que ainda existem muitas vozes dentro do partido que estão caladas para ver a caravana passar e não comprometerem o seu próprio futuro politico-partidário neste partido. O que, desde já digo, me entristece bastante.
Outro motivo, e este bastante mais plausível, é o facto de liderarem estruturas, e por razões óbvias, não se pronunciam.
Contudo, a ser dada a voz aos militantes, como de resto acho que deve ser feito e mais, espero que seja feito, muitos serão aqueles que votarão numa mudança. Porque essa mudança, é necessária.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Bem ou mal... Está feito!



Na minha leitura feita acerca das eleições, na segunda-feira, escrevi que se houvessem eleições no PS não viria mal nenhum ao mundo.
No dia a seguir, António Costa mostra-se disponível para assumir responsabilidades.
Logo, não posso negar que entre Seguro e Costa, prefiro ver o autarca de Lisboa à frente do Partido Socialista.

É certo que foi o PS quem venceu as eleições, e que a direita teve uma estrondosa derrota, mas isso não se traduziu numa grande vitória, sequer, para o maior partido da oposição. Aliás, foi "maior" o resultado do MPT do que o do PS. Isto, no contexto que vivemos, não pode acontecer!

Mas a situação dentro do partido que "mora" no largo do rato parece estar a entrar na degradação e não no sentido responsável que tem de seguir. Podemos, infelizmente, estar a porta de uma guerrilha que pode queimar muito tempo e esse, vir a ser precioso para o próprio PS.
Não estou a querer dizer que António Costa fez mal em se mostrar disponível! Só estou é a dizer que Seguro está a fazer mal em se agarrar a cadeira. Sim, porque não achando que essa seja a verdade, é essa a imagem que está a passar, e será essa que contará nas nossas cabeças.

Seguro fez dois anos de oposição extraordinários dado o seu próprio contexto, elogiei esse mesmo facto no devido tempo, no entanto, não acho tão meritório o seu trabalho neste último ano, o que me faz temer o próximo ano também.
Sim, o PS ganhou duas eleições (2013 e 2014), mas que vitórias foram? Em que contextos? Com que margens? Como foram os outros resultados?
Por exemplo, em relação a este domingo, o PS venceu não por ter obtido um grande resultado (muitos votos), mas sim porque a Aliança Portugal teve um mau resultado (poucos votos). Esta é que é, para mim, a verdade.
Não obstante, esta lista era completa quanto a "alas" do partido, e por isso, todos são responsáveis por tal, e não apenas Seguro.

Mas há um facto, que ainda ninguém discutiu e que me parece crucial, e na verdade, é o que me faz também tender para o lado de Costa. Penso que já todos reparamos que, enquanto estiver António José Seguro a frente do PS e Pedro Passos Coelho a frente do PSD, o diálogo e consenso necessários para a vida da democracia, mas principalmente para a vida dos portugueses, será impossível. Já António Costa parece conseguir reunir maior apoio quer com o Governo, mas também com a esquerda que faz falta do Partido Socialista.
Para além claro, de o autarca de Lisboa ter já curriculum governativo.

Para concluir, muitos são aqueles que defendem que não se deve partir para eleições directas agora porque vai dividir o PS. Não concordo totalmente com esta afirmação. É certo que divide, sim, mas por outro lado, o resultado, por si só, divide também. Mais, depois de Soares, Alegre e o José Lello estarem ao lado do autarca, e de Jorge Lacão se ter demitido por não concordar com Seguro, já é divisão suficiente.
E quanto as legislativas, também não é certo que o Partido Socialista as vença com Seguro, logo, Costa teria tempo, a meu ver, para arrumar a casa.
Não se pode é gastar muito tempo.
Antes de estar ao lado de Seguro ou de Costa, estou ao lado do PS e de Portugal!

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Arrancado a ferros!



Foi com uma vitória tangencial que ontem, o PS venceu a direita. Uma vez mais, aquilo que tenho referido como um erro da esquerda, ficou patente e o preço a pagar por este facto foi o que foi. Mas veremos mais a frente qual é, a meu ver, o verdadeiro preço a pagar.

Mas antes quero dizer que acho vergonhoso o que foi atingido de abstenção. Abstenção essa que ajudou, de certa forma, a apoiar o radicalismo da direita no PE e também fez com que Juncker seja eleito. Isto traduzido, a austeridade continua. Em homenagem a este sentimento expresso no parágrafo, fica a imagem do artigo.

É verdade que a direita, nomeadamente os partidos do Governo, tiveram uma derrota clara, aliás, nunca o PSD para as europeias menos que 31%, e desta vez, em coligação com o CDS, nem 28% chegaram!
Mas ontem as eleições eram europeias, e por isso, falar em Governo não é muito lógico, prefiro falar antes em direita.

Porém, o PS foi que, a primeira vista, lucrou com esta descida da direita, pois venceu as eleições e elegeu mais 1 deputado para o Parlamento Europeu. No entanto, os votos que teve não foram muito longe dos 31% (pior resultado até ontem, do PSD).

Mas atenção a alguns factos que não podemos deixar passar em claro, nomeadamente na esquerda e no Partido Socialista!

Primeiro ponto, a esquerda, e é aqui que eu tenho vindo a ter razão, ao fragmentar-se como tem feito, e desdobrando-se em partidos, faz com que os votos se distribuam e por consequência, percam força política. Na óptica do voto útil, claro está.
Aqui, está de parabéns o PCP que tem vindo a "renascer" e o MPT, mais propriamente Marinho e Pinto, que fez com que o Movimento Partido da Terra passasse de 0,7 para 7% em 5 anos. Notável! E quem sabe, para as legislativas não surpreenderá outra vez?
De salientar também, que o Bloco de Esquerda, desde o falecimento de Miguel Portas e a retirada de Francisco Louçã tem vindo a demonstrar uma insignificância política brutal. Não me refiro apenas ao conteúdo, ou falta dele, mas sim também nas urnas, em que cada vez mais, perde lugares em todas as eleições que disputa.
Não esquecendo claro, o LIVRE, partido que tenho criticado desde o seu aparecimento, como podem constatar aqui no PNP. Pois a ideia que passa é que, Rui Tavares se chateou com alguém no BE e para se "vingar", fundou um partido para roubar a este, espaço. Pois bem, em 2009 foi eleito eurodeputado pelo BE, e ontem, o LIVRE deixou-o em Portugal. Ou é do partido ser muito recente, ou é da sua insignificância no espectro político nacional.

Sobre a direita, para além da derrota, há um aspecto que importa referir, é que mostrou, pela fragmentação da esquerda ou não, não estar completamente sentenciado a deixar de ser Governo nas próximas legislativas.
No entanto, acho que o PS tem muita responsabilidade neste facto. Sim, um partido como o PS que é oposição à 3 anos, deveria já estar com pelo menos 10 pontos percentuais de distância seja qual for a eleição. É verdade que o PS venceu, e que é a segunda vitória de António José Seguro, mas... Não sabe a pouco? Não parecem vitórias arrancadas a ferros? A mim parece-me que sim, mas é apenas a minha opinião.
Tal como António Costa, acho que este deve ser um momento de reflexão para todos os decisores do partido do Largo do Rato. Porque é que ontem, tal como nas autárquicas, e como o PCP, o líder socialista não pediu eleições antecipadas? E dentro do PS, estarão todos a festejar o resultado de ontem?

Enquanto socialista, estou extremamente preocupado com o futuro próximo do PS, pois acho que tem muito trabalho pela frente se quer vir a ser Governo em Portugal nas próximas eleições, mas mais do que o trabalho, não estou certo que seja Seguro o homem certo para o fazer.
Não acho que seria mal nenhum o PS agendar umas eleições internas para o mais curto espaço de tempo possível, a fim de: 1) legitimar ainda mais Seguro ou 2) encontrar um novo líder.
Tal como disse Ronaldo a Carlos Queirós, "Assim não vamos lá".

quarta-feira, 21 de maio de 2014

A minha campanha 4



Está cada vez mais próximo o dia das eleições, e continuamos por descobrir o que são os projectos, principalmente, de Schultz e Juncker.

Os cabeças de lista em Portugal têm usado essencialmente 2 argumentos. O PS diz que se tem de votar na sua lista porque o Governo está a destruir a vida dos portugueses e a empobrecer o país. O PSD diz que o voto no PS é o retrocesso à "doença" do despesismo, que tem de ser combatido com o voto na Aliança Portugal, isto é, com a vacina.

Porém, os nomes de Schultz e Juncker continuam na sombra da campanha.
Um deles será o próximo Durão Barroso (esperemos que mais activo). Ou seja, o próximo Primeiro-Ministro da Comissão Europeia, como disse, e muito bem, Marcelo Rebelo de Sousa ontem.

Ao que parece, em Coimbra, Marcelo gelou a sala a dizer que a única razão que tem para votar na Aliança Portugal é o facto de eleger Juncker. 
Eu não estava lá, mas percebo que o motivo pelo qual tenha gelado tenha sido o facto de se esperar que Marcelo fizesse rasgados elogios ao PSD, mas acontece que é ele quem tem, a meu ver, o correcto ponto de vista acerca destas eleições.
Quando no domingo formos votar, não estamos apenas a castigar ou não o Governo, não estamos a enaltecer ou não Assis ou Rangel... Estamos sim, a votar numa lista de candidatos que irão preencher lugares no parlamento europeu, que por sua vez, irá escolher uma Comissão.

Por isso, seria benéfico em Portugal, e não só, discutir-se propostas e estratégias no âmbito europeu, e não tanto, apenas nacional. Pois domingo, o que se vai decidir é o rumo das políticas europeias, que mexem com o nosso dia-a-dia, como podemos constatar, e por este motivo, devemos olhar bem ambas as listas, e votar naquela que melhor nos servir, enquanto Portugal, por uma Europa coesa e justa.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

A minha campanha 3



Depois deste fim de semana, temos essencialmente, e que tenham a ver directamente com a campanha eleitoral, 3 pontos a salientar.


  1. Contributo de Ricardo Araújo Pereira
  2. Aparição de José Sócrates
  3. Vacinas contra o despesismo

Segundo o jornal Expresso, Ricardo Araújo Pereira vai ser o protagonista do tempo de antena de amanhã, terça-feira, pelo LIVRE.
O próprio já afirmou que não é, nem tenciona ser militante deste recente partido. Todos podem ler o que escrevi acerca do surgimento do LIVRE e a opinião que tenho acerca do novo partido de esquerda. Pelo que, para além de mostrar que a cidadania está activa, a única coisa que este partido parece ter de jeito é o apoio desta carismática figura portuguesa, que aprecio bastante, num tempo de antena. Veremos se será um sketch anedotário acerca desta campanha, onde a Europa não passa pelos debates a ter.

Depois, temos Sócrates a surgir, penso que será também amanhã, num jantar de apoio ao PS. Faz toda a lógica, uma vez que esta lista, completa, que o Partido Socialista apresenta tem elementos de todas as alas e é mais uma boa "jogada" de António José Seguro de anexar os socráticos ao resultado do próximo domingo e também, um bom sinal para o exterior de que o PS está unido. A meu ver, é um sinal mais na campanha. Já para a coligação Aliança Portugal, PSD/CDS, não passa de um alvo. Por si só, esta reacção dos partidos do Governo, demonstra bem o receio que têm do efeito que Sócrates pode ainda ter no panorama político e mais, o vazio que têm apresentado na campanha. Vejamos no terceiro ponto o que quero dizer com isto.

Por fim, temos então o terceiro ponto onde a coligação PSD/CDS demonstra o vazio intelectual que apresenta estas eleições. Discute-se a Europa? Faz-se propaganda positiva? Demonstra-se os motivos positivos pelos quais os eleitores devem votar nesta lista? Não, ataca-se o adversário. 
Atenção que não é só esta lista que o tem feito, mas fá-lo.
Porque é que eu digo que se trata de um vazio? Simples, porque Sócrates aparece, passa a ser o alvo e a palavra mais proferida nos discursos. É triste, é triste ver que Paulo Rangel e Nuno Melo não têm tido a capacidade de promover a imagem da Europa, a estratégia necessária para o crescimento. Afirmar que o voto na Aliança Portugal é uma vacina contra o despesismo, parece-me um bom mote de partida para um sketch de Ricardo Araújo Pereira para o "Melhor que Falecer", que este Governo tem promovido pelos cortes no SNS.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

A minha campanha 2



É certo que estive terça e quarta sem escrever nada sobre a campanha para as europeias porque... Realmente não se passa nada de relevante na discussão da Europa e de Portugal na UE, mas adiante.

Contudo, não deixaram de se passar situações, em campanha e que com ela estejam relacionadas, no mínimo merecedoras de umas breves palavras.

A começar por Portugal eleger 21 eurodeputados e haverem 16 listas, ou seja, quase tantos candidatos como lugares disponíveis! 
A leitura que se pode fazer e algo complexa ate. Estamos perante um paradoxo entre abstencionismo e iniciativa. Portugal tem vindo a registar níveis elevadíssimos de abstenção em todas as eleições, principalmente nas europeias, ao mesmo tempo, regista uma quota de 76% de candidatos por lugares. Enquanto os portuguesa revelam falta de interesse em fazer a diferença na urna, são ao mesmo tempo, quem toma a iniciativa de se candidatarem para, supostamente, fazerem algo de diferente. 
O que é que é complexo nisto? É o motivo pelo qual esta situação se verifica. Ou é vaidade de quem se candidata (pouco provável), ou as únicas pessoas que se preocupam em votar, salas mesmas que se candidatam, e aqui fica patente que pode haver interesse nestes que assim seja para que seja fácil controlar o sistema (muito mau para a democracia, pois nem todos podem ser os candidatos, existem outras formas de ser activo na sociedade e na politica). E temos ainda um outro motivo, que é ao que parece o do LIVRE, apenas impedir certas coligações e vitorias expressivas, isto é, nada mais nada menos que dispersar votos (parece-me um bocado negativista).

Outra situação que não me passou ao lado, foi a figura que Nuno Melo fez com a sua garrafa de Champagné, que ira abrir com os seus amigos no dia que a troika sair de Portugal. Esta versão de One Man Show não o favorece enquanto candidato e enquanto membro de um dos partidos que esta no Governo, que empobreceu o país. Só revela a atitude que este Governo tem perante a situação que os portugueses vivem... É de festejar.

Por fim, e inevitável, foi o facto de a politica ter estendido uma passadeira vermelha ao futebol ao ser interrompida a campanha para se ver o jogo. Que eu ate acho bem, uma final europeia, um clube português, um país em expectativa... Tudo bem. Agora, alguém viu como Marisa Matias, candidata do BE acompanhou o jogo? Isso sim, é de salientar. O que as pessoas fazem para caiena graça de uns eleitores, chega a ser ridículo, mas e só a minha opinião.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

A minha campanha (1)



Quero começar por explicar o título. Pretendo, até à data das eleições, escrever no PNP o maior número de vezes, se possível todos os dias, e irei denominar a saga de artigos como "A minha campanha", pelo simples motivo de que, irei escrever pelo ponto de vista com que vejo a campanha eleitoral, que começou hoje, irá decorrer. Tal como tem acontecido (escrever pelo meu ponto de vista), mas com um nome e para mostrar o ridículo que conseguem ser algumas campanhas.

Uma vez explicado o motivo do nome a que dou a esta saga, é hora de começar efectivamente.
No primeiro dia de campanha, qual é o tema? Subida de impostos!
Pois é, até hoje, ainda não vimos grande debate, por parte dos candidatos, especialmente Francisco Assis e Paulo Rangel, em torno das grandes questões europeias, as suas estratégias, como corrigir os erros cometidos nesta crise, como criar mais equidade e justiça social, ... enfim, questões que eu achava importantes.

Porém, o que domina a ordem do dia é mais uma pressão por parte do Primeiro-Ministro sobre o Tribunal Constitucional, ameaçando que irá subir os impostos se este não aprovar as medidas.
É triste, sim, nós sabemos. É triste as pressões, é triste o "país estar melhor" e cada vez os portugueses estarem piores, e ainda assim, o nosso PM sobrecarrega os contribuintes!

Não me vou querer alongar muito quanto à política nacional, mas se os agentes políticos insistirem, em plena campanha eleitoral para eleições europeias, apenas falar de questões internas, eu e outros comentadores e colunistas, assim seremos obrigados a fazer.

No entanto, gostaria de deixar aqui mais alguns temas (para além dos acima referidos) que gostaria de ver serem discutidos:
Saída ou não do Euro?
Eurobonds ou não?
Que deve fazer as instituições europeias para baixar o desemprego?
Deve a UE ajudar os jovens na sua emancipação?
Entre outros...
Como criar uma UE una?

Enfim, vou acreditando que será amanhã, que iremos poder discutir a Europa, com base naquilo que os candidatos apresentaram.
Até lá, vamos vendo a caravana passar!

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Limpinha, limpinha, limpinha...



A saída de Portugal do memorando é considerada limpa...

Primeira questão, o que é saída limpa e saída, por seu turno, suja?
Segunda questão, para além das euforias parlamentares, que debate se fez acerca da saída de Portugal e da preferência dos portugueses?
Última questão, para já, esta saída é boa para Portugal?

Muito sinceramente, não sei responder às duas primeiras perguntas, mas creio que uma saída limpa, poder-se-à entender como uma saída benéfica para os portugueses, onde estes estejam melhores daquilo que se encontravam quando o mesmo memorando começou. O que por sua vez, faz de uma saída suja a situação em que os portugueses se encontrem piores do que aquilo em que se encontravam. Mas isto é apenas a minha opinião. Não obstante, e por achar que não se verificar limpeza nesta saída, esta passará a constar entre aspas de ora em diante.
No que consta a debate, sem ser as trocas de palavras acesas entre deputados com aspirações a (...), não vida nada de concreto a não ser nos jornais fluxogramas bonitos a tentar explicar aquilo que é um programa cautelar, no dia seguinte a esta expressão tomar conta das nossas vidas.

Quanto à última questão, aqui já posso explorar um pouco mais, não me parece que seja assim tão boa. E explico porquê!
Não sou daqueles que agora, depois da banda passar, e do jogo ter acabado, lança prognósticos que vão ao encontro do que aconteceu, ou seja, não sou daqueles que agora dizem sempre terem previsto e preferido uma "saída limpa". Quem lê o PNP habitualmente, sabe que sempre achei que se verificaria esta saída, mas que preferia um programa cautelar.

Vejamos... Estamos em ano eleitoral (e ainda assim os impostos aumentaram, imagine-se que não haviam eleições), eleições essas europeias, onde se vota aquilo que foi feito nos últimos 5 anos a nível europeu. E o que foi feito? Austeridade em toda a sua força sobre os países do sul. Ou seja, o que dia 25 de maio vamos votar, é se queremos que esta política de austeridade continue ou não. Ora, quem a defende (Merkel and friends), precisa de casos de sucesso just in time para que a ideia que fique seja do melhor que o mundo pode conhecer! Mas a verdade não é bem esta!

É verdade que temos assistido a melhorias nos indicadores macroeconómicos, sim é verdade, mas o que é que isso vale no dia-a-dia das pessoas? Eu percebo que não se sinta as diferenças de um dia para o outro, claro que não, mas pensei eu, na minha ignorância, que pelo menos não seriam agravados os nossos sacrifícios e que com o devido tempo, se reflectissem nos nossos dias as melhorias com mais emprego, mais poder de compra... enfim, pensei eu!

A Europa tem sido muito eficaz a esconder o que quer para determinados fins, e para fundamentar basta recordar a Grécia, em que se queria a todo o custo que entrasse no Euro e permitiu-se uma ocultação sem precedentes de dados económicos em prol de défices que não eram verdadeiros! O que é que isto tem a ver com o caso português? Tudo, tudo porque podemos estar, e eu acho que estamos, a ser enredados numa linda e bonita lição de como equilibrar contas públicas, sem que se olhe a quem se pede sacrifícios e que sacrifícios são pedidos. Por um resultado eleitoral, tudo!

Mas temos uma coisa boa, é que os portugueses que estão a emigrar involuntariamente vão fazer passar a mensagem lá fora de que, apesar dos números serem positivos, o que se está a passar cá dentro nem a razoável chega!

Talvez não se recordem, mas o que fez com que as taxas de juro (principal indicador) baixassem foi uma declaração do Presidente do BCE em que defende o euro até ao fim, aconteça o que acontecer. Logo, foi aqui que os mercados perceberam que não valeria a pena massacrar mais os países do sul.

Mas muito sucintamente, olhemos para esta dita "saída limpa".
Depois dos nossos governantes defenderem uma descida dos impostos, eles através do DEO, aumentam. Este documento é apresentado dias antes do anúncio em que Passos Coelho afirma uma saída sem cautelar. Tudo isto um mês antes das eleições... enfim, coincidências.

Para terminar, e uma vez que já me alonguei um pouco, apenas fazer notar que, Passos Coelho e os restantes governantes, nacionais e europeus, afirmam haver um cautelar na gaveta pronto a ser accionado. Dia 26 de maio falaremos sobre ele!