segunda-feira, 29 de setembro de 2014

PS desorientado? De longe...

Neste momento, o PS não tem secretário-geral nem líder parlamentar, ou seja, estou interessado para ver como vai ser o debate para o Orçamento de Estado 2015.
Mas tem um candidato a Primeiro-Ministro, e que candidato, diga-se.

Eu sei que entretanto serão marcadas as directas assim como o congresso,
Sei também que já esta semana começará a discussão para saber que irá liderar a bancada socialista na AR, no entanto, é previsível que a sua posição não seja muito boa para uma grande oposição, mas este é o primeiro grande desafio de Costa como, finalmente, figura central do Partido Socialista.

O ainda Presidente da Câmara de Lisboa é conhecido por ser um homem de consensos, e é disso que o PS e a esquerda, mas principalmente o país precisam.

Não me vou alongar muito em dizer aquilo que se está farto de ver escrito por aí. 
No entanto, a oportunidade é demasiado boa para não felicitar António Costa, que admiro assim como muitos dos seus apoiantes. Ontem, o PS venceu estrondosamente, o que se espera que se traduza numa derrota da direita.
Mais, felicito o PS pela grande capacidade de mobilização que demonstrou.

É tempo de construir, unir e apresentar algo em que os portugueses se revejam. Estou certo da capacidade de António Costa para tal, mas não basta ter capacidade, é preciso por em prática.

Ontem começou algo de muito bom para o nosso país.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Haverá mudança ou não?

No próximo domingo realizar-se-ão eleições primárias no PS para escolher o candidato a Primeiro-Ministro por parte deste partido. Os dois candidatos, como todos sabem, é António José Seguro, que é o actual líder e já o é desde 2011, e o actual Presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, que após a vitória escassa do PS nas europeias se disponibilizou para ser líder do PS.

Até aqui, já todos estamos fartos de saber.

Acontece que Seguro prometeu que se não ganhar, se demite imediatamente. O que torna esta eleição não no candidato, mas sim no líder do partido.
E outro aspecto interessante, é que já antes desta disputa interna, o slogan do líder do PS era "Mudança". Não tem mal nenhum. Mas não deixa de ser engraçado que tenha mantido o mesmo slogan para estas eleições, uma vez que para haver mudança no partido, o próprio terá de sair para entrar... Costa.

Olho para esta campanha com alguma tristeza. Desculpem, minto. Muita tristeza. Houveram grandes ataques pessoais, e não grandes tomadas de posição. Minto outra vez. Seguro é que fez ambos. Ora fez ataques serrados ao autarca e também tomou posições como prometer que se demite de PM (legislativas só em 2015 e se for ele o candidato do PS e se vencer nacionalmente) caso encontre um país com a necessidade de aumentar os impostos. Dadas as últimas legislaturas, é sem dúvida, uma promessa ousada.
Atenção que não pretendo com este artigo fazer oposição a AJS, apesar de todos saberem que apoio Costa. Até porque, me surpreendeu, não apenas todas as histórias e biografias sobre o próprio me revelaram uma pessoa que construiu uma vida inteira em torno da política, sem ter nascido num "berço d'ouro", mas também porque, a meu ver, conseguiu sair melhor do que António Costa no primeiro debate e teve uma postura muito mais agressiva que até então, o que sugere, por si só, que caso vença domingo, conseguirá fazer uma oposição melhor em 2015 para vencer. Mas não passa disso, um debate em que sai melhor, e de um político toda a vida.

Já António Costa tem provas dadas, e boas, sim, porque é importante que não sejam provas fracas.

Dir-me-ão, mas Pedro, as diferenças entre ambos, em concreto, não são substanciais. Pois não, já por isso é que ambos fazem parte do PS, e ambos deverão, à priori, ter o mesmo ponto de vista acerca dos pontos fulcrais da nossa sociedade. Mas para se ser líder, é preciso ser-se líder. Logo, o que está em jogo, é mais de carácter pessoal. Obviamente. E nisso, penso que António Costa não deixa margem para dúvidas.

Mas não me vou alongar muito e... mais que a vitória de Costa, espero que todos vão votar para ser um processo eleitoral de sucesso e também que no dia seguinte, o partido não esteja partido.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Lições da Escócia

Hoje foi dia de referendo na Escócia pela independência do território. Pelos vistos, tudo continuará como está, unido.

Eu não vou comentar se o sim ou o não deveria ter ganho, não vou expor os argumentos de parte a parte, por diversas razões, entre outras, não sou escocês nem nunca lá fui. Acho até que existem exemplos bem válidos de parte a parte.

Mas existe uma grande lição a retirar do dia de hoje!
Em primeiro, uma campanha exemplar, mesmo quando os argumentos acabaram e se recorreu ao desespero, pelo menos aqui a Portugal, não se ouviram ataques pessoais. E deslealdade era por exemplo um ataque que não surpreenderia.
Outro ponto a salientar, é que ao que parece, a afluência às urnas foi bastante expressiva, o que nos ensina a cumprirmos os nossos deveres. É, acima de tudo, um acto cívico, é a nossa comunidade, o nosso futuro. A nossa decisão.
Ainda de notar que, segundo as sondagens até agora disponíveis, o "não" venceu com 53%! Eu vou repetir, 53%! Qual não será a excitação de um escocês em saber o futuro do seu país? Conseguiria dormir? Eu não...
Para além de toda a emoção do último voto decidir a vitória, mostra-nos que, o voto é, realmente, importante. Quando se diz: o seu voto faz a diferença. temos o dia de hoje como exemplo a dar de que por um voto se pode vencer, ou pObrigado Escócia por esta lição. Não a esquecerei.erder.

Segundo alguns relatos, independentemente do resultado, a praça de Glasgow está cheia, sem nenhum apelo ao "não", mesmo com as sondagens a favorecerem.
A isto se chama civismo. A isto se chama, respeito. A democracia em pleno nas suas funções.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Cada vez mais elite

A Assembleia da Republica está a ficar cada vez mais elitista, e a proposta de António José Seguro vai ao encontro disso mesmo.

Ora, a AR é, supostamente, a casa do debate, a casa do povo. Os deputados não passam, em democracia, de meros representantes do povo, dos eleitores, e não detentores destes.
Por isto mesmo, eu digo desde já, que como democrata republicano que me considero, gostaria que a AR fosse composta por perto de 10 milhões de pessoas, isto é, todos os eleitores.
(como é óbvio, é impossível, mas deverão ter percebido a intenção)

O líder do PS propõe uma redução de deputados, o que irá, certamente, beneficiar os maiores partidos. Portanto, se beneficia os maiores partidos, aqueles que têm mais votos (PS e PSD), prejudica os mais pequenos (PCP, BE e PEV). Porque? Simples, porque pelo método d' Hondt, poderás perder lugares, e quando falamos em perder lugares, em partidos que contam com 3, 4 ou 7 lugares, a situação complica-se.
No entanto, a direita sai ainda reforçada por outro ponto de vista, é que a direita conta apenas com PSD e CDS, que se coligam com uma certa regularidade, portanto, mais uma vez, a esquerda fragmentada sai desfavorecida.

Feitas as contas, cada vez mais são os grandes partidos a saírem reforçados e, com menos deputados, temos menos representantes a defender os nossos interesses, logo, torna-se numa elite do poder.

Era óbvio que Passos ia aplaudir não era Seguro?