terça-feira, 26 de novembro de 2013

A justificar o Nobel



Barack Obama, quando em 2008 conquistou o poder nos EUA, herdou várias situações que não seriam as mais desejáveis! Entre elas, uma crise financeira que apenas nos consegue remeter para 1929 e presenças militares americanas um pouco por todo o mundo, mantendo assim sempre um ambiente de desconfiança.

Acontece que, quando Obama é eleito, uma onde de optimismo e esperança, sobretudo esperança assalta o mundo. Este assalto é tão avassalador, que em 2009, vence o Prémio Nobel da Paz. Por muito, uma atribuição criticada visto que até aqui, era só uma postura diferente que se assistia, ainda não se tendo traduzido em nada em concreto.
Mas o que é certo é que o presidente dos EUA tem desde então justificado esta mesma distinção, e podemos elencar algumas medidas, como a retirada de tropas de cenários de guerra eminente, como Afeganistão, a eliminação do principal terrorista mundial, como todos nos lembramos, Bin Laden. Ou mesmo a postura recente em relação à Síria, que foi também criticada e entendida como um ataque, mas essa postura mais agressiva ajudou a desbloquear a interminável situação que se vivia.

Mas não se ficou por aqui. Tal como no início do exercício das suas funções, prometeu estender a mão aos seus "inimigos", dando assim oportunidade para estes descerrarem as mãos, este fim-de-semana, fechou um acordo que fará com que o Irão, para se organizar nuclearmente demore o dobro do tempo, e não o reduza para metade, tal como estava na iminência de acontecer. Este acordo é essencial, primeiro pelo diálogo que criou, depois para demonstrar que a vontade é essencial para se mudar o mundo e em terceiro lugar, que a diplomacia não passa de fachada, como muitos fazem querer. 

Mais para a frente, escreverei certamente mais sobre o assunto, nomeadamente sobre o conteúdo do acordo em concreto, mas para já, perece-me fundamental apenas realçar o esforço dos responsáveis intervenientes, que servirão desta forma, como exemplo a seguir nos livros de história.

Para terminar, deixo a citação de Barack Obama, onde diz que hoje, "o mundo está mais seguro".
É assim que se justifica um Nobel da paz!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

As politiquices que muitas vezes se fala...



Existem profissões que exigem imparcialidade, jornalista e advogado são algumas delas.

Não obstante, todos sabemos que, existem jornais que são ligados a determinados grupos. Os desportivos, em que cada jornal está relacionado com cada clube. Mas quando se fala de política, a relação parece não ser assim tao evidente! Vejamos por exemplo o expresso, que é do grupo comandado por Pinto Balsemão e não é por isso que o jornal e a SIC sejam claramente tendenciosas...

Acontece que o consultor Fernando Moreira de Sá, consultor desde 2008 e que foi consultor na companha de Passos Coelho à liderança do partido em 2010, admitiu numa entrevista ter manipulado a comunicação social e alguns debates durante o processo de eleição.

Práticas como a de este profissional, só servem para dar razão e motivos a quem não confia na política e nos políticos. Aliás, tira mesmo mérito ao próprio Pedro Passos Coelho pelo facto de este, não ter conquistado o partido apenas com a sua forma de pensar, mas muito porque houve manipulação. E como diz o comunicado da apecom, a comunicação serve para melhorar a democracia, e não a beliscar.

NOTA: uma vez que grande parte da manipulação feita foi através da blogosfera, gostaria de salientar apenas que o PNP não será alguma vez alvo de situações dessas e continuará a ser o espaço que utilizo para eu próprio dar a minha opinião, divulgar o que acho útil e deva por mim ser divulgado. 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

LIVRE , a nova tendência?



Este fim-de-semana parece ter surgido, ou na prática, começou a surgir um novo partido na esquerda portuguesa.

A minha primeira reacção foi: "mais divisão na esquerda já dividida?"
Quem lê o PNP com regularidade, sabe bem o que eu acho acerca dos desentendimentos que a esquerda tem demonstrado, ao contrário da direita, mais ou menos unida, que nos momentos de grande aflição, lá se entende.
Mais uma vez, a esquerda dividir-se é dar mais uma vitória à direita, que se tem vindo a congratular com as sucessivas vitórias que tem conquistando. À vitória económica que se tem verificado, estamos à beira de assistir à vitória política.
No momento em que a esquerda se deveria unir para aproveitar a oportunidade que a crise está a oferecer, ao desgastar a direita, aproveitando sinergias, e tal como Mário Soares tem tentado através do congresso das esquerdas, vemos um novo partido, o LIVRE, surgir...

Mas vejamos melhor o partido em si e o seu líder, isto é, o LIVRE e Rui Tavares.

O LIVRE pretende ficar no meio da esquerda. Mas o mais engraçado é que, ainda hoje, é o dia em que me pergunto onde se localiza o BE, em que tanto tenta "atacar" o PCP como o faz com o PS. Portanto, onde é que é o meio da esquerda? Pelas pessoas que foram à primeira reunião, parece ser um partido próximo do PS e do BE.
Mas um partido novo só sobreviverá se fizer algo de diferente do que hoje em dia é feito pelos restantes. E não é preciso muito para se entender isto, basta olhar para as eleições do passado dia 29 de Setembro, onde os eleitores demonstraram isto mesmo!
Mas a inovação não sendo bem concretizada, é um tiro nos pés, tal como aconteceu com o Bloco, com esta direcção bicéfala, em que o partido, mal foi a votos, perdeu a única autarquia que detinha.

Mas um outro aspecto que gostaria de olhar, é ao facto de Rui Tavares se poder, muito facilmente tornar em Francisco Louçã versão 2.0 e o LIVRE caminhar as mesmas ruas que o BE está hoje a percorrer.

No entanto, e porque pode dar ideia de que sou contra o surgimento de um novo partido, não é nada disso, apenas gostaria que a esquerda se unisse em vez de se dispersar e assim dar vantagem à direita. É que a esquerda consegue ser muito mais capaz que a direita actual, e disso não duvido, mas se forem muitas forças à esquerda, o velho ditado "a união faz a força", tantas vezes proclamado pela esquerda, a ela não se aplicará. E seria uma pena.

Para finalizar, irei ficar bastante atento aos desenvolvimentos, e certamente que este novo partido contará com excelentes contributos e desde já os meus mais sinceros parabéns pela ousadia de avançarem com esta iniciativa. A esquerda, em geral e vinda ela de onde vier, mostrará certamente valor.

sábado, 9 de novembro de 2013

Minimização do Estado



Não sei se, porventura, alguém reparou, mas ramos cada vez mais a caminhar para o estado mínimo, doutrina defendida pela direita, completamente liberal, e não pelos sociais democratas, como se denomina o PSD.

Ao longo da minha licenciatura, estou a ter a oportunidade de aprender as diferentes formas de o Estado estar na economia, e uma delas, a que implica menos intervenção, e defendida essencialmente por Adam Smith, é o Estado mínimo. Acontece que, segundo esta doutrina, o Estado se rege às suas funções gerais de soberania, que são a defesa e segurança pública.

Até aqui, falei de teoria, mas podemos transpo-la para a realidade que vivemos com este Governo.
Cada vez menos, o Estado está a ter um papel de Estado social, cada vez menos são as transferências que este atribui aos cidadãos, na saúde, cada vez mais o acesso e limitado com taxas moderadoras a aumentarem e com serviços a fechar, na educação, o que este OE propõe é basicamente a privatização do ensino. Enfim, poderia ficar aqui o resto do dia a elencar cortes que representam o afastamento do Estado no nosso dia-a-dia.
Mas, surpreendentemente, com a redução de funcionários públicos que temos assistido, precisamente nas áreas que referi, e com todos os cortes que temos vindo a assistir, soubemos ontem que a PSP e GNR irão contar com mais 500 elementos em conjunto e que os elementos da PSP passarão a ser funcionários especiais do Estado.

Repare-se, eu não estou contra o aumento de elementos nem com o facto de estes serem diferenciados, porque realmente fazem um trabalho de maior risco e isso tem as suas consequências até a nível de saúde. Mas sim estou contra um diferenciamento em relação a todo o resto da função pública, dando assim primazia ao sector que falei no inicio deste artigo.

Estamos a pagar cada vez mais, para ficar cada vez com menos, para alem de que, a direita está, claramente, a sair vitoriosa desta crise.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Uma boa notícia?



O facto de a taxa de desemprego baixar, este trimestre, é realmente uma boa notícia?

Bem, má não é, de todo. Mas temos de olhar para o contexto.
Não vou aqui referir que é por causa da sazonalidade, porque no ano passado a sazonalidade existia na mesma e a taxa de desemprego aumentava. Mas existe este ano, um fenómeno que só há memória nos anos 60, que é a emigração.

Neste sentido, importa olhar outros números, como foram os revelados recentemente sobre o fluxo migratório, onde 120 mil portugueses deixaram o país só este ano.
Estes dados são importantes uma vez que, quem deixa de estar em Portugal, deixa automaticamente de fazer parte das estatísticas do desemprego.

Outros valores que gostaria aqui de salientar, é que hoje, trabalham menos 100 mil pessoas que à um ano atrás, ou seja, quer isto dizer que, para além de contarmos com menos 120 pessoas na idade activa no nosso país, menos 100 mil trabalham, e ainda assim, a taxa de desemprego desce. Preocupante socialmente, no mínimo.

No fundo, a taxa de desemprego, que não passa de estatísticas, diz-nos quanta percentagem de pessoas na idade activa se encontra desempregado, e a receber o subsídio de desemprego. É isto o que nos diz esta taxa, nada mais. E aqui, inclui ainda outro dado interessante de olhar, ao qual não tenho os números, que é as pessoas que deixaram de receber o subsídio e ainda assim continuam desempregadas. Note-se, este factor tem relevo, uma vez que a duração do mesmo (subsídio) é de dois anos, e estamos à dois anos com assistência financeira!

Não obstante de tudo isto, é sempre melhor a taxa de desemprego descer do que subir. 

domingo, 3 de novembro de 2013

No mínimo, anormal!



Como todos sabemos, Paulo Portas foi a grande figura do Governo desta semana.

Primeiro, quarta-feira apresenta o tão esperado guião para a reforma do Estado, não querendo falar muito do fraco conteúdo, apenas de salientar que foi um pedido de uma nova constituição e do apoio do PS para a reforma que quer levar a cabo, conteúdo em si, nada de muito novo.

Depois, quinta-feira foi um dia muito diferente no parlamento, onde Paulo Portas está igualmente no centro das atenções.
Não há memória de ver uma figura de Governo, principalmente com a importância que o líder do CDS tem hoje em dia no executivo, apresentar as ideias gerais de uma reforma do Estado, o tal guião apresentado ao parlamento, e não merecer, sequer, uma única palma. Mais, se acrescentamos a este facto, o facto de este Governo ser de maioria absoluta e estarmos em fase de debate do Orçamento de Estado (quer isto dizer que precisa de todo e qualquer apoio), é algo muito estranho, para além de grave!

Ainda quinta-feira, e ainda com Paulo Portas a falar para os restantes deputados, ouvimos mais uma manifestação em pleno plenário, onde um grupo de cidadão interrompeu o vice-Primeiro-Ministro chamando-lhe assassino, o que é também inédito, e a meu ver, exagerado... tudo bem que este Governo tem matado a economia e a esperança do povo, mas daí a chamar assassino, parece-me um bocado abusivo.

Leva-me a concluir que, foram dois dias, no mínimo anormais...