terça-feira, 23 de outubro de 2012

O sim de Portas...


Poderia Portas ser um aliado dos cidadãos no Governo? Sim, até parecia sê-lo, mas afinal e na hora H, apela sempre ao consenso político!
Vemos frequentemente os líderes dos partidos que suportam o Governo de coligação divergir, isto como é óbvio não é bom para a estabilidade. Chegamos mesmo ao ponto de ter conselhos de ministros a durarem 20 horas. Vemos manchetes uma vez por semana a dizer que quer Paulo Portas, quer Passos Coelho como Vítor Gaspar pensam em se demitir.

Outro ponto que queria salientar é que já é tempo de remodelação ministral, isto é, alterar alguns ministros. Nomes mais falados são Santos Pereira e Gaspar para saírem...
Contudo, Paulo Portas que é escusado rever o que diz em campanhas eleitorais, muito populista, está a compactuar com o parceiro de coligação e assim acaba por fechar os olhos assinando por baixo medidas que dizia não implementar em campanha e que vão mesmo contra as bases partidárias.
Quando ouvimos frequentemente Portas divergir com Passos defendendo os contribuintes, pensamos que está ali o seu advogado de defesa. Este orçamento de Estado, para além de ser muito penalizador para os contribuintes, para além de ser inexequível,  para além de contrariar as ideologias do CDS e para além de este não concordar, vai compactuar em nome do consenso político.

Até à data da votação muita coisa pode acontecer, mas caso o CDS deixe passar o orçamento tal como este está, perde até ao fim do mandato a oportunidade de sair do Governo. Depois deste orçamento, pior situação não será possível de forma a justificar a crise política que isso causaria. Por isto, o momento é este, é o agora ou nunca. Depois das trocas de palavras acesas na semana passada, em que um (Portas) diz que não concorda com os aumentos de impostos e que também é Governo, logo, uma palavra a dizer e que o outro (Passos Coelho) diz que quem ganhou as eleições foi o PSD e não o CDS, deixando assim este numa posição de "pedinte" para ali estar, de muitas personalidades como deputados ou fundadores do partido centrista pedirem o voto contra e a saída do Governo, este é o momento do ex-jornalista marcar posição e sair do Governo, em nome do que prometeu e em nome dos contribuintes e pensionistas.

Com esta atitude (deixar passar), Paulo Portas arrisca-se a tornar num case study, em que poderia sair muito bem de toda a situação para com os cidadãos em geral, mas principalmente com os eleitores do CDS, mas prefere em vez disso, protestar a quem não lhe dá ouvidos e não o tem em conta na elaboração dos documentos e medidas mais importantes do executivo, deixando-se envolver num rumo sem futuro e que muito prejudica o país.

Toda esta análise está assente no facto de que qualquer uma das situações são prejudiciais à imagem do país quer no exterior quer mesmo para a situação real do país internamente. Entre ficarmos sem Governo mas também sem este OE ou ficar com este Governo e com este e os próximos OE's, não sei o que é pior.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Eleições açoreanas 12'

Hoje foi domingo eleitoral no arquipélago dos Açores! Uma vez mais o PS venceu, não com o histórico vencedor Carlos César mas desta vez foi Vasco Cordeiro a protagonizar este momento.

Em termos de resultado, o PS obteve maioria absoluta elegendo assim 31 deputados (+1), enquanto o PSD elegeu 20 (+2). Quanto a percentagens foram 48,98% e 32,98% respectivamente, enquanto o CDS não chegou aos 6%, o BE passou os 2% e a CDU não obteve 2% dos votos!
De salientar ainda que a abstenção foi quem ao fim ao cabo vencei com 52% dos eleitores a não se deslocarem às urnas.

Unânime é que este resultado reflecte uma resposta por parte dos eleitores ao Governo nacional penalizando assim o PSD Açores e por sua vez a candidata Berta Cabral. Estas posições foram já assumidas pelos lideres dos partidos que governam (Passos Coelho e Paulo Portas).
Outra leitura e a mais assertiva porém poderá ser a de que os eleitores reconheceram o bom trabalho e gestão de Carlos César e elegeram o candidato socialista sucessor Vasco Cordeiro, iniciando assim "um novo ciclo". Estamos certamente perante um projecto coeso e com muito potencial para uma região cada vez mais autónoma e responsável.
Publicamente, dou os meus parabéns ao PS Açores, ao Vasco Cordeiro e a todos os participantes na campanha. Também de salientar o bom desempenho enquanto governante de Carlos César pelo óptimo trabalho desenvolvido ao longo de todos estes anos e deixando os Açores quase que à margem da crise que se vive hoje em dia.
Para finalizar e termos uma noção daquilo que foi a escolha dos açorianos, que democraticamente o fizeram,  o PS venceu em oito das nove ilhas! É obra!!!


NOTA: Entre parêntesis está a diferença de deputados em relação a 2008

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A batata-quente austeridade

Quem são os culpados? Os portugueses?
Pedro Passos Coelho remete as medidas neoliberais que tem vindo a aplicar ao memorando de entendimento com a troika (CE, BCE e FMI), no entanto, Durão Barroso disse hoje que os Governos responsáveis pelas medidas que aplicam em cada estado-membro, mesmo os que estão sob assistência financeira.
Ora, aqui parece haver uma batata quente (medidas de austeridade) que nem o PM nem o presidente da CE querem assumir! Parece também já haver um jogo eleitoral! Por um lado, para justificar o prometido em campanha e não está a ser feito, por outro lado, pensar nas eleições presidenciais que serão daqui a 3 anos sendo desde já um candidato forte pela direita!
Sabemos também que, por muito que na teoria seja o contrário, quem "lidera" a Europa não é a CE mas sim os governantes da Alemanha e França. Sabemos também que Passos Coelho não tem culpa sozinho no que se está a passar, mas sim por se gratificar de ser bom aluno de Angela Merkel, ou seja, seguir as politicas que ela pretende, e nisto sim, tem culpa...
Uma coisa é certa, quem não tem culpa de certeza são os portugueses, os funcionários públicos, os reformados e pensionistas, os professores entre outros, que vêm os seu salários diminuírem, direitos serem retirados, poder de compra a desaparecer, impostos sobre o rendimento aumentar e as contas públicas a agravarem, ainda com outra agravante, criação de uma grande dívida!