quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

A irreverência grega

Eu queria fugir ao tema da Grécia, mas é impossível, pois tanta coisa há a dizer...

Em primeiro lugar, não sei se repararam, mas hoje é o terceiro dia de Governo na Grécia, Governo esse que é de coligação. E as eleições foram no domingo!!! De domingo a quinta feira, na Grécia, houve tempo para se votar, festejar, entrar em coligação, tomar posse e já viver o terceiro dia de Governo. 
Se calhar, já era altura de em Portugal se encurtarem prazos, é que cada vez que vamos a eleições, demora cerca de 1 mês ou mais a que o Governo tome posse. Podíamos aplicar algum benchmarking. Até porque, sermos parecidos com os gregos em alguma coisa não é assim tão mau como nos fazem querer crer.

Adiante, esta rapidez acima descrita vai ao ponto de já haver um programa de Governo, ou uma intenção de plano de Governo, e que está a dar muito que falar. Rutura com a Europa, parece ser o remédio santo! Ao ponto de hoje, Martin Schulz, ex-candidato à Comissão Europeia e tido como candidato e mesmo como político europeu próximo e amigo dos países do sul da Europa, ou seja, Portugal, Espanha, Grécia e Itália, e não sendo do sul, mas tendo sido resgatado, da Irlanda também. Ora estava eu a dizer que Schulz foi hoje à Grécia para pedir a Tsipras que não diga não a tudo, isto segundo este artigo do Observador.

Segundo este mesmo artigo, parece que os russos estão dispostos a apoiar a Grécia nas suas medidas, entenda-se apoio, financiamento. 

Ou seja, temos aqui uma situação de clara complexidade para as instituições do velho continente. Um dos países que mais contribuiu para o desenvolvimento da humanidade e da civilização, está em rutura com o continente, e com as suas instituições, que supostamente é ambicionado por todos.
Atenção que eu sou um europeísta, mas isso não me leva a acreditar cegamente nas suas instituições, até porque estas são aquilo o que os seus líderes as fizerem, e neste momento, a Europa está a afundar-se. Contudo, e com a "bazuca" de Dragi e com o plano Juncker, a luz ao fundo do túnel aparece de novo.

Por falar em "bazuca" de Dragi, que concordo, pois só com uma envolvência deste nível é que a Europa caminhará no rumo certo para a integração. Este instrumento financeiro, serviria para "aniquilar" qualquer intenção grega de se desfazer ou virar as costas às instituições europeias. Pois bem, ao que parece, nem isso faz demover as convicções e o Syriza vai mesmo causar estragos maiores aqueles que queriam meninos bem comportados. Os gregos vão ser, uma vez mais, os irreverentes que quebram com os protocolos e que levam a sua ideia avante!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Tanto mais é o que os une, do que aquilo o que os separa!

Como todos sabem, pelos mais distintos meios (até por videos virais de José Rodrigues dos Santos), o Syriza, tal como se previa, venceu as eleições na Grécia.

Até aqui, nada de surpresa, a não ser o facto de se evitar a surpresa e Samaras continuar no Governo. A esquerda, a extrema-esquerda venceu, Parabéns!

Ora, a nós que somos portugueses, o que nos interessa realmente é, em primeiro lugar, saber se os gregos, cidadãos europeus como nós, vivem em condições dignas, com a qualidade de vida necessária e as merecidas oportunidades. Esta será sempre uma miragem, pois queremos sempre mais.
Outro ponto que nos interessa, é o facto de sabermos se a Grécia, e as suas instituições de representação, são ou não responsáveis no contexto europeu. Com isto quero dizer, em relação à divida, que todos somos credores, a vão ou não pagar. Porque hoje todos dizemos que defendemos os gregos e os seus direitos, mas se as atitudes destes tiverem repercussões negativas nas nossas vidas, muitos murarão de opinião, de certeza.

Pois bem, cá eu acho que os gregos fizeram aquilo que tinham de fazer, e aquilo que muitos outros sentem vontade de o fazer, que não é mais do que romper com o que lhes é imposto, nomeadamente medidas de austeridade gravosas no que toca a qualidade de vida e direitos outrora adquiridos.
A questão é que o radicalismo não é saudável e deve ser evitado. A verdade é que Tsipras tem agora uma excelente oportunidade de mostrar às "grandes instituições europeias" que é possível governar em tempos de crise como o que vivemos, sem se aplicar esta receita milagrosa do empobrecimento e da desvalorização salarial.
Um verdadeiro Governo de esquerda, honra os seus compromissos, ou se não conseguir, tenta renegociar de forma a nunca ficar em falta, e ao mesmo tempo, coloca o ser humano no cerne da questão política.

No entanto, o Syriza precisou de menos de uma hora para fazer coligação com um partido de direita, os Independentes Gregos. A única coisa que os junta, é serem anti-austeridade e anti-troika. Poderíamos dizer que chega para o sucesso de um Governo, mas a política não passa apenas pela economia nem a economia passa apenas pela politica de austeridade ou expansionista e pelas instituições locais ou internacionais. A política na Grécia, passará muito pelos gregos, e se a instabilidade continuar, eles irão de novo romper!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Da Grécia, pelo bem ou pelo mal.

Antes demais, quero pedir desculpa ao leitor habitual, que tem, desde este inicio de ano, contado com artigos às segundas e quintas. Acontece que passa já um pouco da meia noite, e por isso é já sexta feira, mas é por pouco que não cheguei a tempo. Seja como for, fica aqui registado o pedido de desculpas pelo atraso. É um compromisso meu para com vocês, e devo respeitá-lo!

O artigo de hoje será sobre as eleições na Grécia.
Sim, a instabilidade governativa na Grécia não parece ter fim, ou pode agora ganhar um outro fim, porém menos agradável, ou mais sorridente. Veremos.

Domingo, os gregos são chamados à urna, e tudo indica, irão eleger o Syriza, partido de extrema esquerda. Como tal, defendem, ou pelo menos já defenderam, a saída do euro, o romper com o programa e o chamado "não pagamos".
Digo que pelo menos já defenderam, uma vez que nos últimos dias tenho visto alguns artigos jornalísticos, em que relatam a intenção de, em caso de vitória, Alexis Tsipras, futuro primeiro-ministro grego (à priori) não ter intenção de afastar a Grécia da moeda única. Talvez eleitoralismo para ir buscar votos ao centro esquerda.

No entanto, não é sobre a Grécia que hoje vou debruçar, mas sim os efeitos que estas eleições poderão ter. Em Portugal, principalmente.

O partido em Portugal que mais se identifica com o Syriza é o Bloco de Esquerda (que aliás, se identifica com todos, só não sabemos a sua verdadeira identidade). Isto significa que, tal como ouvi na rádio hoje, só se todas as sondagens estiverem erradas é que o Syriza não ganha, o Bloco terá finalmente um exemplar de amostra. Ora, isso em si pode ser óptimo, ou nem por isso.
Recordam-se quando o PS liderado por Seguro se apoiava em Hollande como bandeira anti-austeridade? Hollande venceu, nada mudou nas nossas vidas, muito menos na retórica política nacional, nem europeia sequer. Por isso, é necessário esperar para ver se este domingo dará ou não uns votos ao BE de... 6 líderes. Enfim, adiante.

Concordo totalmente com o professor Manuel Caldeira Cabral quando diz, em entrevista ao Observador, que se as coisas melhorarem a partir de agora, será por culpa de o Syriza ir para o poder. Essa será uma retórica que facilmente vai ser aplicada em Portugal. Espero que não o seja pela mão do PS. Gostaria, e acredito que virá a ter, um caminho próprio.
Muitas coisas já estão a ser feitas hoje em dia, e as eleições são apenas no domingo. Para adiantar podemos falar quer do acordo de hoje, em que Dragi anunciou a compra das dívidas publicas dos Estados-Membro. Outro aspeto que podemos salientar, é o facto de estar a ser preparado o programa de financiamento que Juncker quer implementar, que contará com cerca de 315 mil milhões de euros.

Concluindo, teremos portanto no domingo umas eleições que vão dar tempo para o BE ganhar pontos, e a esquerda em geral, para as eleições deste ano, ou, caso contrário e Tsipras desiluda, adotando uma perigosa postura de anti-europa, a maioria de Governo PSD/CDS pode piscar o olho a uns quantos votos. Certamente será um excelente ano de leituras políticas.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Quem quer quem quer?

Ainda estamos a alguns meses das legislativas, mas o tema tem sido as presidenciais.
Ao longo da última semana, mas principalmente este fim de semana, o tema na política nacional não tem sido outro senão as eleições de janeiro do próximo ano!

Vamos por partes.
Apenas um será eleito, não existem, como para o Governo, outros cargos para eleger, isto é, quem vencer, é o Presidente, ponto final. O máximo que pode acontecer, é haver segunda volta.

Acontece que, após estes dois mandatos de maioria absoluta de Cavaco Silva, a direita parece que não aspirará a algo de muito positivo desta vez. No entanto, todos sabemos que um ano, na política, é muito tempo.
Mas parece que são já no próximo mês as eleições. Santana demonstra cada vez mais vontade de ser candidato. Admite, aliás, sê-lo sem o apoio do PSD (ele lá saberá se faz bem ou não, mas eu creio que afastar da atual maioria, é o melhor que faz).
Depois, temos o sempre potencial candidato Marcelo Rabelo de Sousa, que todos os domingos toca no assunto, sem nunca dizer o seu nome, ou falar na primeira pessoa. Ainda havemos de ver Marcelo comentar sobre ele próprio, na terceira pessoa... já faltou mais.
O PSD, e consequentemente a direita, tem ainda outro potencial candidato, Rui Rio, que está bem contado na opinião pública. Mas acredito que tem um perfil mais adequado para Primeiro-Ministro do que para Presidente da República.

Por outro lado, a esquerda, e no foro do PS, podemos ver como naturais candidatos o ex-Primeiro-Ministro António Guterres, que saiu do Governo pelo próprio pé (e aqui que ninguém nos ouve, é a melhor forma de o fazer). Vemos também com algum agrado o eterno candidato a candidato, António Vitorino, que tem um excelente curriculum político e podemos fechar o pódio com Sampaio da Nóvoa, um homem que vem de fora da política, e pode causar o efeito revolta contra políticos que Fernando Nobre queria causar.

Ou seja, potenciais candidatos não faltam. A questão é saber que, além de Santana (e mesmo esse pode desviar à ultima da hora), algum dos potenciais candidatos se tornará candidato efetivamente.

Admito que gostaria de ver materializada uma candidatura de Marcelo, com Santana a protagonizar uma candidatura a solo e ainda Guterres a disputarem as eleições. Mas como estamos tão longe das mesmas, gostaria que o Governo mudasse de políticas e que a qualidade de vida dos cidadãos melhorasse. Isso sim, seria importante discutir.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Gozar com os pobres.

Este Governo parece estar a gozar com os pobres, literalmente.

Em primeiro lugar, a expressão gozar com os pobres é uma expressão, que aqui no norte, é bastante usada. Por outras palavras, é o mesmo que fazer pouco do povo, entre outras expressões que se podem utilizar.

Mas adiante, e passando qualquer hipótese de equivoco relacionada com o titulo, vamos ao que interessa.

Não sei se já é do conhecimento do leitor, mas temos, finalmente, os primeiros sinais de retoma económica, no dia-a-dia dos portugueses!
Empregos em abundância? Ainda não.
Preços de combustíveis iguais aos de antes da crise? Ainda não.
Fim de sobretaxas? Ainda não.
Baixa de impostos? Ainda não.
Ups, quer dizer, se lermos em vez de impostos, mas antes taxas, temos finalmente as primeiras baixas... e é na saúde! Muito bom, é uma aposta no Estado Social.

Seria verdade se, não  fosse ironia. Sim, porque depois de todas as políticas de austeridade, além troika, que o Governo levou a cabo, baixar apenas 5 cêntimos... sim, 5 cêntimos. 
Bem, dirão, antes baixar que aumentar. Concordo. Mas é importante não nos esquecermos que, este Governo, entre 2011 e 2012, ou seja, no seu primeiro Orçamento de Estado, duplicou as taxas moderadoras. E não estamos a falar entre 1 e 2 cêntimos, ou na melhor das hipóteses, de 5 para 10 cêntimos, não, estamos a falar de 10 para 20... euros!
Para ser mais concreto, e que podem comprovar neste estudo (pág. 11, figura 4), a taxa moderadora nos hospitais eram de 9,6€ em 2011 e em 2012, subiram para os 20€, já nos centros de saúde, a evolução foi de 3,8€ para 10€ entre 2011 e 2012 respetivamente.

Passada uma legislatura, as taxas moderadoras descem 5 cêntimos. Parece, mesmo, que andam a gozar com o povo!

NOTA: Para breve, fica prometido um artigo dedicado ao estado dos hospitais. É ridículo o que acontece, nomeadamente, o que aconteceu esta semana com a minha mãe, que vou aqui denunciar.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Resposta imediata

Uma resposta imediata, foi o que a França ofereceu aos muçulmanos que levaram a cabo aqueles brutescos ataques na capital francesa.

Diz o velho ditado que, para grandes males, grandes remédios... E deverá ter sido sob este lema que as autoridades francesas trabalharam. O objetivo era claro, eliminar quem atacou.

Não vou aqui, uma vez mais, dissecar acerca dos ataques e da sua brutalidade, muito menos da motivação que os provocou. Isso e algo que já escrevi no artigo anterior, e mais do que isso, é algo que já escreveram muitas pessoas, e por isso, para os mais interessados, haverá certamente excelentes artigos.

Prefiro por isso, destacar quer a forma como o mundo se uniu em torno deste acontecimento, mas também a forma como Hollande, o tão criticado e decepcionante Presidente conduziu todo o processo. De forma exemplar creio.

Prometeu, logo no dia do ataque ao jornal Charlie, que iriam encontrar os responsáveis, pois bem, isto foi na quarta. Domingo, quando já desfilavam em Paris para a maior enchente de sempre nas ruas, segundo alguns meios de comunicação, para outros, passou apenas o milhão de pessoas... De qualquer forma, impressionante. Como dizia, quando se deu a dita manifestação de apoio, os responsaveis pelo ataque já tinham sido abatidos. Eficácia na ação, teve certamente responsabilidade politica.

Para terminar, relembrar apenas que os ataques não foram de uma religião, nem muito menos a religião os obrigou a tal, pois vimos, inúmeros muçulmanos a repudiar estes ataques, o que leva a crer que o mundo não esta, totalmente, perdido!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

As capacidades do ser humano

O ser humano é isto mesmo, capaz do melhor, e do pior.

Todos podemos, derivado da nossa cultura e visão do mundo, como ele é e como nós acreditamos que seja, aliás, sobretudo pelo que nós acreditamos que ele seja, repudiar os ataques de ontem ao "Charlie Hebdo".

Qualquer ataque que se faça à liberdade, nomeadamente à liberdade de expressão, é merecedora deste mesmo tipo de reacções. Apesar da tragédia, que fará com que o dia 7 de janeiro não seja mais o mesmo, ficará para a história a reação humano e solidária que todos tivemos.

Porém, existe, como em tudo na vida, dois lados. Tal como a moeda tem duas faces. Isto aplica-se a tudo, creio, mas o que aqui vou explorar um pouco, é o facto de se aplicar a atitudes do ser humano, e também, às crenças dos que habitam neste mundo.

Começando pelas acções que, todos os dias, os seres humanos praticam.
Somos capazes do melhor, mas também, do pior. No nosso dia-a-dia, conseguimos fazer algo de extraordinário, mas algo de horrível também. Fomos nós, seres humanos, que desenvolvemos excelente tecnologias, ao longo dos anos da nossa existência, que nos permitiram atingir a qualidade de vida que hoje possuímos. Somos também, capazes de praticar o bem perante o próximo, com grande facilidade. Conseguimos ser amáveis e compreensivos, ouvir quem nos rodeia. Acima de tudo, somos capazes de aprender e de ensinar.
No entanto, somos também capazes de praticar o mal, destruir o que nos rodeia, ser invejosos e egoistas, não pensar no amanha, não pensar nos que nos seguirão. Somos capazes de praticar terrorismo, de massacrar, de torturar, de explorar, de não respeitar, de não ouvir, mas pior de tudo, somos capazes de silenciar. E este silenciar, pode assumir várias formas, como a que ontem foi praticada, em troca, de nada... de tudo.

De nada... ou tudo, é a deixa perfeita para passar ao segundo ponto, em que, nós, cristãos, abominamos estes actos, em prol de um Deus em que nós não acreditamos. Mas, sim, porque há sempre um mas, existe neste mundo, muitos que não acreditam no Deus em que nós acreditamos, e seguem outras religiões, outras crenças, outras formas de viver.
Recentemente, li um livro de José Rodrigues dos Santos, o Fúria Divina, em que retrata, precisamente, o islamismo. Os muçulmanos são educados para aqueles fins, o mundo para eles é daquela forma, e pelo Deus que acreditam que existe, Alá, eles são capazes de morrer. Aliás, essa é a maior dádiva para eles. A maior honra e "medalha de mérito", o reconhecimento se quisermos, de uma vida bem praticada, para eles, é tornarem-se homem bomba em prol da sua religião.
Ora, isso não cabe nas nossas cabeças, mas foi isto que ontem aconteceu. Mas nunca, penso, fez tanto sentido dizer a velha máxima de que a liberdade de uns acaba, quando começa a liberdade dos outros.
Eu não estou, note-se, a defender os actos que ontem foram levados a cabo, repudio veementemente. são uma brutalidade. Tenho até, medo que este tipo de episódios se repitam cada vez mais no ocidente, pois isso significará que, aos poucos, o mundo se tornará muçulmano, como querem que aconteça.

Devemos, por isso, heroificar aqueles que preferiram morrer de pé, a viver de joelhos.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Comparações com a Grécia...outra vez

Uma comparação que parece ser incontornável.
Em 2011, era sucessivamente capa de jornal as declarações e pretensões do Governo em não comparar Portugal à Grécia. Todos em Portugal queríamos essa não comparação, pois a Grécia era vista como muito má aluna, digamos assim, e Passos Coelho estava decidido em tornar Portugal no menino bonito da Europa.

Ora, acontece que, a parte em que o objetivo era evitar essa comparação incontornável, e em que se passou até, a querer comparar Portugal à Irlanda, outra comparação que, a meu ver, não pode ser feita, pois os meios são muito diferentes, apesar do fim ter sido idêntico.

Quem ouvir a mensagem de ano novo do Presidente da República, não só fica com a sensação de déjà vu, pois Cavaco Silva tem-se repetido ano após ano, mas podemos verificar também o medo/receio de que Portugal se possa tornar numa Grécia, um país ingovernável.

Publicado hoje, o artigo de opinião de Rui Ramos, no Observador, intitulado de "A Grécia em português", dá nota desta comparação acima referida, em que a perspetiva apresentada se baseia em que com legislativas a aproximarem-se, de onde poderá não sair uma maioria absoluta e com um PR que será substituído no espaço de um ano, Portugal poderá tornar-se facilmente num caso idêntico ao Grego. Aconselho leitura.

Acontece que, a perspetiva que aqui estou a apresentar é a de que, tal como em muitas outras matérias, este Governo vê as suas intenções não corresponderem à verdade, dito simpaticamente.
Também através do Observador, e desta vez através da newsletter, que recomendo, de David Dinis, a 360º, dei conta de que, o ir além da Troika, levou o Governo a despedir o dobro (80 mil) funcionários públicos do que o previsto no memorando e viu o número de doentes que tomam a cara medicação da hepatite C reduzida em metade (70 pessoas, apenas).

Para finalizar, concluo que, para devaneio deste executivo, a intenção de não ser comparado à Grécia foi aquém do esperado. E o mais surpreendente é que, foi o seu maior aliado ( o PR) levantar o véu!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

O ano que se avizinha.

Antes de mais, um bom ano a todos os leitores do PNP.
Espero que este, seja um ano produtivo para todos, em que a condição de vida de cada um se altere, para melhor, indo ao encontro do que cada um ambiciona.

Hoje não vou escrever sobre nenhum tema em especifico, que esteja a dominar a atenção dos media do nosso país. Não vou também, neste texto, fazer uma lista de temas, dos quais ache que vão dominar este novo ano, para isso, temos por exemplo este artigo de David Dinis, no Observador, que me parece ser bastante útil para aqueles que querem prever um pouco aquilo que serão as próximas discussões públicas.

Ora, também não escrevo apenas para desejar um feliz ano novo. Acho que, tal como creio que acontece com todos, este é o dia do ano em que sentimos força e poder para fazer muitas coisas novas. Aliás, muitos são aqueles que fazem, tal como eu já fiz também, uma lista de objectivos para este novo ano. Por isso mesmo é que vos estou a escrever hoje,

Parece estranho, eu sei, mas passo a explicar.
Pretendo que este ano, seja mais um em que PNP registe o crescimento do número de leitores que tem vindo a registar nestes dois últimos anos, em que passou de 2000 visualizações no primeiro trimestre de 2013 (e o blog tinha então 4 anos de existência) para mais de 13000 neste momento. Mas isto não será, de todo, uma causa, mas antes uma consequência. Uma consequência do aumento do número de artigos publicados, com mais ou menos profundidade e qualidade (fica ao critério de cada leitor).

Por isso mesmo, pretendo a partir de agora, publicar, no mínimo, dois artigos por semana. Assim, os leitores mais atentos, ou aqueles que pretenderem vir a sê-lo, saberão que, às segundas e quintas terão artigos novos publicados no PNP, para poderem ler a minha opinião acerca daquilo que eu achar pertinente contribuir ou dissecar.
Pretendo também, aumentar um pouco o espectro dos artigos, isto é, manter a linha que tem vindo a ser seguida, e aparentemente aceite pelos leitores, de comentário da actualidade política e de medidas especificas como também de de situações pontuais do quotidiano político. Não obstante, pretendo vir a escrever sobre temas, que até agora não o fiz mais genéricos. Isto é, sobre temas que eu tenho vindo a aprofundar conhecimento, como economia. Assim, poderão contar com artigos um pouco mais técnicos, esporadicamente, sobre assuntos que nos interessam a todos, como impostos, modelos de governação, sistemas eleitorais, investimentos públicos, entre outros. No entanto, e como se trata de um blog de opinião pessoal, todos os artigos que acima referi, terão a minha opinião de como acho que devem os responsáveis actuar e quais os caminhos que devem ser seguidos.

Despeço-me hoje, desejando, uma vez mais, um bom ano a todos. E não se esqueçam, ano novo, vida nova!