sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Da Grécia, pelo bem ou pelo mal.

Antes demais, quero pedir desculpa ao leitor habitual, que tem, desde este inicio de ano, contado com artigos às segundas e quintas. Acontece que passa já um pouco da meia noite, e por isso é já sexta feira, mas é por pouco que não cheguei a tempo. Seja como for, fica aqui registado o pedido de desculpas pelo atraso. É um compromisso meu para com vocês, e devo respeitá-lo!

O artigo de hoje será sobre as eleições na Grécia.
Sim, a instabilidade governativa na Grécia não parece ter fim, ou pode agora ganhar um outro fim, porém menos agradável, ou mais sorridente. Veremos.

Domingo, os gregos são chamados à urna, e tudo indica, irão eleger o Syriza, partido de extrema esquerda. Como tal, defendem, ou pelo menos já defenderam, a saída do euro, o romper com o programa e o chamado "não pagamos".
Digo que pelo menos já defenderam, uma vez que nos últimos dias tenho visto alguns artigos jornalísticos, em que relatam a intenção de, em caso de vitória, Alexis Tsipras, futuro primeiro-ministro grego (à priori) não ter intenção de afastar a Grécia da moeda única. Talvez eleitoralismo para ir buscar votos ao centro esquerda.

No entanto, não é sobre a Grécia que hoje vou debruçar, mas sim os efeitos que estas eleições poderão ter. Em Portugal, principalmente.

O partido em Portugal que mais se identifica com o Syriza é o Bloco de Esquerda (que aliás, se identifica com todos, só não sabemos a sua verdadeira identidade). Isto significa que, tal como ouvi na rádio hoje, só se todas as sondagens estiverem erradas é que o Syriza não ganha, o Bloco terá finalmente um exemplar de amostra. Ora, isso em si pode ser óptimo, ou nem por isso.
Recordam-se quando o PS liderado por Seguro se apoiava em Hollande como bandeira anti-austeridade? Hollande venceu, nada mudou nas nossas vidas, muito menos na retórica política nacional, nem europeia sequer. Por isso, é necessário esperar para ver se este domingo dará ou não uns votos ao BE de... 6 líderes. Enfim, adiante.

Concordo totalmente com o professor Manuel Caldeira Cabral quando diz, em entrevista ao Observador, que se as coisas melhorarem a partir de agora, será por culpa de o Syriza ir para o poder. Essa será uma retórica que facilmente vai ser aplicada em Portugal. Espero que não o seja pela mão do PS. Gostaria, e acredito que virá a ter, um caminho próprio.
Muitas coisas já estão a ser feitas hoje em dia, e as eleições são apenas no domingo. Para adiantar podemos falar quer do acordo de hoje, em que Dragi anunciou a compra das dívidas publicas dos Estados-Membro. Outro aspeto que podemos salientar, é o facto de estar a ser preparado o programa de financiamento que Juncker quer implementar, que contará com cerca de 315 mil milhões de euros.

Concluindo, teremos portanto no domingo umas eleições que vão dar tempo para o BE ganhar pontos, e a esquerda em geral, para as eleições deste ano, ou, caso contrário e Tsipras desiluda, adotando uma perigosa postura de anti-europa, a maioria de Governo PSD/CDS pode piscar o olho a uns quantos votos. Certamente será um excelente ano de leituras políticas.

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