quarta-feira, 29 de maio de 2013

O povo está acordado e a agir.



Hoje irá decorrer em Lisboa no cinema São Jorge o lançamento de uma campanha que pretende recolher assinaturas para levar à Assembleia da Republica a petição intitulada como "pobreza não paga dívida, renegociação já".

Não vou aqui discutir a necessidade ou não de renegociar porque esta parece-me ser clara, não vou aqui discutir de que forma esta pode vir a ser feita, não vou falar da dívida nem do desemprego, nem mesmo no estado miserável que o povo português pode vir a chegar com este executivo à frente dos nossos destinos. Vou antes, e a razão para escrever este artigo é o de mostrar profundo agrado e satisfação quanto à mobilização da sociedade civil, que usando adequadamente os seus meios, tem como pretensão fazer algo melhor pela sociedade em que está inserida. Parabéns pela iniciativa desde já!

É através destas iniciativas que fazemos deste mundo um espaço mais agradável, é através desta força de vontade que fazemos política, mas sobretudo, é através deste querer e fazer, que decidimos o nosso próprio futuro.

Para terminar deixo apenas um excerto do site da organização que reflecte aquilo que acabei de dizer, uma lição para todos nós:
«A Iniciativa para uma Auditoria Cidadã à Dívida vai lançar, conjuntamente com outras organizações da sociedade civil, uma campanha para promover o debate sobre a dívida e recolher de assinaturas para uma petição dirigida à Assembleia da República»

sábado, 25 de maio de 2013

Os ataques de Rio



Rui Rio fez hoje violentos ataques a este Governo dizendo que este quer matar a reabilitação urbana do Porto.
Nestas declarações, o presidente da câmara do Porto diz mesmo que nunca viu o Porto tão unido e que parece impossível este executivo estar a trair os investidores.

Gostaria de lembrar que é óptimo Rui Rio ter dito isto, em ano de eleições, em que não é candidato quer ao Porto, quer a outra autarquia, mesmo sendo da mesma "cor" que o Governo, todas estas conjugações fazem com que para aqueles que dizem que os políticos são sempre a mesma coisa, pode servir de resposta.

Mas eu iria mais longe, e digo que este Governo parece estar a matar não só a reabilitação urbana do Porto como todo o país, paralisando-o e empobrecendo-o. A classe média é hoje apenas uma expressão no nosso país. Até onde isto poderá parar?

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Desculpa Pedro



Quero desde já pedir desculpa ao Pedro, não é a mim próprio claro, mas sim ao Primeiro-Ministro!
Hoje fiquei a saber o porquê deste PM ter dito para os jovens emigrarem, hoje percebo a postura e a direcção das suas acções, hoje percebo tudo aquilo que Passos Coelho filho tem feito.
Não se trata de memorando, de dívida ou défice, não se trata de exportação ou taxas de juro, não se trata de mercados, mas sim de algo hereditário. Passo a explicar.
À muito que se percebe que o PM anda ali por andar, e tem como já disse uma explicação que é quem sai aos seus, não degenera.
Hoje Passos Coelho pai, o António disse mesmo "isto não tem conserto, entrega isto".

Quero pedir desculpa, mas não concordo. Portugal tem futuro e os portugueses já venceram outrora, desta vez vão vencer também.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Uma capa importante



Hoje quem passou num quiosque em Portugal dificilmente não se apercebeu que o FC Porto foi tri-campeão ontem na mata real. Foi um feito importante tendo em conta o campeonato que foi e a forma como foi campeão, mas isso nada muda a vida dos portugueses a não ser por escassos momentos eufóricos de alguns adeptos do clube portista. As capas dos jornais desportivos, são mais do que normais, mas nos jornais generalistas apenas este, o jornal i dá destaque ao que de realmente de importante se passa no país. Caso esta capa não fosse hoje publicada, faria-me pensar que vivia no tempo em que o SL Benfica e o Belenenses eram usados como conversa de café manipulada pelo regime ditatorial salazarista!

Agora vamos ver o que de tão importante tem esta capa a dizer:
Em destaque aparece que mais de 82% dos portugueses não querem a troika a "mandar" nas suas vidas, pelo menos da forma que está acordado. Esta teoria, a da renegociação ou denuncia deste memorando tem sido a grande bandeira de toda a esquerda, começando com o BE a defender isto mesmo e hoje em dia, os projectos alternativos do PS passam sempre por esta via, ou seja, pela preferência dos portugueses.
Pegando na esquerda, conseguimos ler também nesta capa que o histórico Mário Soares está a tentar juntar todas as esquerdas para ser discutida uma alternativa à austeridade. Desta forma, o antigo PR responde a todos os críticos que dizem que os políticos não fazem nada, um ex-político no activo tenta fazer a diferença através do diálogo, com quase 90 anos. É de louvar!
Por último, apenas de salientar que decorre hoje, e ainda está a decorrer (são agora 00h08), são já mais de 7h de trabalho do conselho de estado que teve como alvos a discussão do pós-troika e a preparação do futuro executivo governativo no pós-Passos Coelho. A ser verdade que foi isto o que aconteceu nesta reunião, parece-me ser um sinal claro de duas coisas, a primeira é que o PR está a tentar trabalhar nos bastidores para formar um certo consenso que o actual PM parece estar-se a esforçar para romper e também que o próprio Cavaco Silva está a pensar que este Governo não chega ao fim, ou seja daqui a 2 anos e meio.

A ver vamos se existirá algum comunicado em que possamos ter uma ideia mais clara do que se passou ou se existirão sinais práticos daquilo que foi debatido hoje durante estas 7h. 

NOTA: estão neste preciso momento a sair de Belém os conselheiros de estado.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Ensinar ou não a constituição?

Ontem o paramento debateu se a constituição deve ou não ser estudada nas escolas.
Eu acho que sim, deve ser estudada porque é uma boa forma de aproximar os jovens da cidadania activa e de os alertar de forma educativa para os seus direitos mas principalmente, para os seus deveres.
Por acaso tive a felicidade de no ensino secundário ter frequentado a disciplina de direito, onde aprendi de forma genérica o que é uma constituição, direitos fundamentais, etc, e estudei também a nossa, de forma a saber aquilo que é aplicado no nosso país.
Contudo, acho que não deve ser leccionada na disciplina de direito uma vez que nem todas as áreas necessitam desta área de estudo, mas pela intenção de estudar nas escolas a constituição, acho que se enquadra bastante melhor numa outra disciplina que tive que é formação cívica.
A forma como deve ser estudada, parece-me melhor que seja para comparar o que é uma constituição, os seus conceitos, ao que é aplicado em Portugal e também, e de forma essencial, para ser tomar conhecimento das "regras do jogo" do nosso país.

domingo, 12 de maio de 2013

Reconhecidos por quem não tem essa obrigação

Opiniões e pontos de vista diferentes, todos nós temos e é bom que assim seja para fomentar a discussão e o dialogo.

Não digo isto ao acaso, enquanto vivo em Portugal, governado por um PM que me pede enquanto jovem que emigre, vejo do outro lado do atlântico, um responsável político luso-descendente pedir que mais portugueses imigrem para o seu território.
Enquanto aqui em Portugal os jovens são vistos como inexperientes, no Canada eles consideram-nos bastante qualificados.
Enquanto o meu país não dá oportunidades a quem quer trabalhar, outros aproveitam para quintuplicar a oferta.
Enquanto o PM de Portugal chama aos portugueses piegas e vemos muitos governantes a dizer, ou pelo menos dar a entender que os portugueses são maus trabalhadores ou que não trabalham porque não querem, vemos quem reconheça a capacidade empreendedora que os naturais deste território têm e fizeram dar a conhecer ao longo de anos de movimentos migratórios...

Enfim, dois pontos de vista diferentes, opostos, onde um deles (o do PM) é profundamente triste.
Termino com a citação do luso-descendente que me fez ter esta reflexão e um ditado popular:



  • "Precisamos de pessoas que querem trabalhar, e os portugueses têm essa preparação"

  • Enquanto uns choram, outros vendem lenços

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Projecto europeu



O momento que a Europa vive não é nada fácil. Mas a verdade é que ela própria parece querer complicar ainda mais o seu papel.
A união europeia é constituída por estados membros  que deveriam estar todos em pé de igualdade e a trabalhar todos no mesmo sentido.
Mas o que acontece é que estamos perante uma guerra entre norte e sul da Europa, e onde os dois principais países do centro são quem decidem e mandam nos restantes. Estamos perante os bons e os maus da fita.

Esta guerra não é só interna, as agências de rating têm também "trabalhado bem" no sentido de prejudicar o euro num jogo de poder mundial.

Mas como europeu, não percebo muitos dos problemas que a CE se submete por si própria. Por exemplo e para ser muito simples... Existem limites de défice de 3% e na dívida de 60%. Qual é o país do sul que cumpre? Se nunca assim foi, por que é que deixaram ainda assim estes mesmos países entrar na zona euro? Foi para ajudar ao precipício? E a verdadeira questão é... Qual a penalização de quem não cumpre?

Outras questões prementes são também as seguintes... Por que é que, a CE por si só não tenta resolver os problemas antes de eles se agravarem e terem de os resolver na mesma mas já com o FMI misturada?

É que tudo junto dá no seguinte:
País europeu endividado
CE não resolve equitativamente o problema
Vem o FMI
CE acaba por ajudar na resolução em parceria com o BCE e FMI
Aplica-se austeridade
País ainda pior
Perdão da dívida
Problema do país por resolver
Dinheiro desapareceu

Isto não me parece que ajude a resolver nada muito sinceramente. Mas estou só a falar em termos económicos. Podemos também falar em termos sociais.
Não percebo como é que a Europa se diz um continente tão desenvolvido e defensor dos direitos humanos que permita entrar no seu mercado materiais provenientes de mão de obra infantil. um exemplo apenas!

Muitas coisas têm de mudar para que o projecto europeu valha a pena. a intenção é boa, a execução não tem correspondido aquilo que está no papel.
Sou jovem e irei lutar por um futuro melhor, que sei que a Europa me pode proporcionar, mas para isso, temos de falar todos a uma só voz, e não remar uns para um lado, e os outros para o outro.
O sul também é Europa, também temos um papel a desempenhar e uma palavra a dizer.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Musica de intervenção



A música sempre foi uma grande ferramenta de comunicação, e para a nossa democracia muito contribuiu, mas hoje descobri esta musica que diz muitas verdades e que dá que pensar.
Relembrando a campanha eleitoral do actual PM, de que iria cortar na gordura do Estado, a resposta é que o Estado Social não é uma gordura mas sim um músculo, com o qual podemos vencer a crise. Vale a pena ouvir...

Menezes "contra tudo e contra todos"



É incrível ver como certas pessoas fecham os olhos ás leis, e ainda assim são apoiados por governantes.
À muito que Menezes se declarou candidato à câmara do Porto, mesmo com a nova limitação. A limitação parece ser ao cargo e não à autarquia, mas mesmo assim este avança e apoiado. Ainda por clarificar como será e mesmo depois de o tribunal ter dito que irá impedir tais candidaturas, hoje Luís Filipe Menezes vem dizer que a sua candidatura não tem alternativa e que vencerá contra tudo e contra todos... 
Democracia e tribunais? Que é isso?

Aos 39 anos de PSD



A comemoração dos 39 anos do PSD e as declarações que desta data resultaram fazem-me reflectir aquilo que são realmente os partidos e quem os controla.

Quem segue a política nacional nos últimos 5 anos, sabe perfeitamente que o PSD é um partido dividido, só durante a governação José Sócrates, foram pelo menos 5 líderes diferentes deste partido, e ainda assim com quase outros tantos como potenciais futuros líderes...

Mas seja como for, não é normal que figuras notáveis da organização ou mesmo fundadores estejam desapontados com o desempenho do próprio partido nomeadamente de Passos Coelho. Deixo aqui algumas citações proferidas nestes dias:

  • “Não vou comemorar rigorosamente nada. Só não vou chorar porque não tenho idade para isso”, o partido está hoje “muito descaracterizado”, num caminho que “não tem nada a ver com a matriz social-democrata”. - António Capucho
  • “Conjunto de pessoas que tomaram conta das estruturas internas e afastaram os militantes que possam divergir”. “Há uma oligarquia que tomou conta do poder, as distritais não servem para nada, o partido está completamente dominado pela estrutura liderada pelos companheiros de aventura do dr. Passos Coelho e do dr. Miguel Relvas, que hoje está alapada no poder”, - António Capucho 
  • “Não só na sua palavra, mas no seu pensamento, aquele que é o ícone, o grande referente do PSD, Francisco Sá Carneiro, hoje em dia não passa de um retrato pendurado no partido”, - Miguel Veiga.
  • “Não era isto que eu esperava que este governo fizesse, não era isto que o PSD no governo devia fazer” - Encarnação


Estas afirmações levam-nos a crer que uma ala deste partido poderia hoje ter fundado um outro, bem mais à direita, bem mais neo-liberal, bem ao jeito de Passos Coelho.
Mas mais grave do que isto, coloca em causa a democracia, uma vez que esta é exercida em grande parte pelos partidos políticos, a falta de dialogo e o facto de tentarem "calar" vozes divergentes através de domínio da chamada máquina partidária é muito grave e triste, principalmente para os jovens, que têm o futuro do país nas mãos mas que ao que parece nada podem fazer na lei dos mais fortes.

Esta é a meu ver uma das grandes diferenças entre os dois partidos que têm governado nestes anos de democracia, o PS é bem mais unido e dá mais oportunidades aos seus militantes, sendo certo que não será em todo o partido assim, no entanto, aquando a comemoração do 40º aniversário viu-se Mário Soares e Seguro lado a lado com elogios do fundador ao actual secretário geral.

É caso para perguntarmos uma vez mais o que podemos realmente fazer por nós e pelo nosso país? Temos assim tantas oportunidades de intervenção como nos fazem querer?  A minha resposta é sim, claro, temos é de saber como e ser persistentes.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Em prol do "sucesso"



Hoje o Governo anunciou mais medidas de austeridade. Estas medidas são essencialmente no sector público, como não poderiam deixar de ser, ao que já estamos habituados.

As principais medidas que aqui vou deixar são as seguintes:
-rescisões mutuas com 30000 funcionários públicos
-aumento de 35 para 40 horas de trabalho semanais na administração pública
-transformar a mobilidade especial em requalificação da administração

Logo como nota introdutória Passos Coelho salientou a importância de assegurar o aval da 7ª avaliação da troika e o que aconteceria se tal não acontecer e salientou o bom caminho que estamos a seguir.
Ainda hoje é o dia em que me pergunto como é possível obter constantemente notas positivas mas para tal termos de cortar cada vez mais na despesa... Não havia um programa em que estava tudo contemplado? As tranches, prazos, cortes e medidas?

Agora falando um pouco do que foi anunciado pelo Primeiro-Ministro, rescindir contratos com 30000 funcionários públicos pode ter efeitos muito negativos, para alem dos efeitos sociais, económicos também com mais desempregados, logo mais subsídios de desemprego e também no funcionamento da própria administração. Mas veremos como irá decorrer... Quer-me parecer que o segredo está mesmo na interpretação da palavra mutuo.

Aproximar o sector público do privado, aumentando em 5 horas de trabalho semanais não me parece por si só muito grave, agora é preciso notar que não será acompanhado de um aumento remuneratório, e isto já roça a exploração.

No entanto, e como não é só criticar, parece-me extraordinário e tardio que o Governo pretenda requalificar a administração. Todos nós nos dirigimos todos os dias ao serviço público e todos sentimos as diferenças entre o atendimento e funcionamento entre público e privado ( sei que estou a generalizar mas em grande medida é assim). Tal como eu, muitos outros jovens estudam administração pública neste país, esta licenciatura é leccionada em universidade de prestigio como a do Minho, Aveiro, Coimbra e mesmo em Lisboa também, entre outras. Deixo aqui uma pergunta: Porque não a administração pública absorver estes jovens licenciados? A AP está ainda hoje cheia de funcionários que entraram no tempo em que não era preciso nenhum requisito senão fazer um exame de cultura geral! É por isto que vejo com bons olhos esta medida, Portugal tem nesta matéria o problemas, mas tem também a solução, à que aproveitar!

Outro ponto positivo que não quero deixar passar em claro é o facto de não aumentar os impostos de forma a responder ao chumbo constitucional, certo de que não há margem para o fazer, mas como este Governo consegue sempre surpreender, deixo aqui a minha nota positiva.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Educação não-formal



Este fim de semana tive a oportunidade de participar num fórum de discussão sobre a educação não-formal (ENF) como via para a cidadania activa, formas de validação e valorização e também esta terça feira nas celebrações do dia do associativismo jovem.

Tive também a oportunidade de intervir no sentido de me posicionar em relação ao tema e partilhar aquilo que tem vindo a ser a minha forma de participar na sociedade de forma activa.

E vou neste artigo partilhar convosco aquilo que disse em Coimbra.
Desde os meus 5 anos que me tenho dedicado aos dois estilos de ensino, o formal, mais convencional, ou seja, escola mas também a NF onde tenho aprendido muito, por vezes mais do que na própria escola. Desde essa idade que eu tenho tido sempre vida paralela à escolar, seja por via do escutismo, grupos recreativos, partidos políticos ou associações de estudantes, têm sido 15 anos repletos de actividade.

É fundamental primeiro definir aquilo que é educação para cada um de nós. Temos também de definir as nossas áreas de conforto e principalmente, mover por aquilo que acreditamos verdadeiramente.
Hoje sou presidente do CEAP e não sou por isso remunerado, nem todas as experiências que vivi me foram certificadas, mas muito aprendi com elas e a melhor forma de as demonstrar não é no papel, mas sim nas atitudes e postura que tenho perante a sociedade.
Desta feita, a minha posição foi a de aceitar a valorização mas recusar a validação. Entendo que com ela (validação) se possa perder a magia do voluntariado existente neste tipo de dedicação e que não deve ser atrás de um certificado ou diploma que me devo dedicar mas sim por uma sociedade melhor onde a minha opinião e vontade contam.

A melhor forma de me certificar é mesmo a de me valorizar, e para concretizar esta ideia, deixo aqui dois pensamentos, o de Baden Powell e o de Platão, onde o deste deve ser aplicado não só à política!

Baden Powell: "Deixe o mundo um pouco melhor do que encontrou"
Platão: "O preço da sua não participação na política é ser governado por quem é inferior"