quinta-feira, 28 de março de 2013

Defesa de um legado

Foi para mim um exercício bastante interessante assistir ontem à entrevista que José Sócrates deu na RTP!

Nota-se bem qual é o espírito do antigo PM, é o de que fez o melhor que sabe, independentemente do que os outros dizem e voltou à cena política, na qualidade de comentador apenas para defender o seu legado. Foram de facto anos difíceis em que governou, tal como o actual Governo se encontra e salientou bem a ideia de que não pretende voltar à vida política activa!

Como jovem, e como socialista, mas principalmente como jovem socialista tenho pena de que o PS de hoje não tenha saído nunca em defesa do anterior líder, que governou 6 anos, num mundo em constante mudança e onde sempre lutou por um futuro mais próspero para o seu país.

Na era Sócrates, eu ainda ouvia falar em investimentos, inovação, requalificação e PEC (Plano de Estabilidade e Crescimento), para ser franco, antes deste Governo não sabia bem qual o significado da palavra austeridade.

É importante ver José Sócrates clarificar algumas ideias, a primeira que não foi ele quem nos empurrou para a troika, a segunda que ele afinal não foi assim tão desleal e uma terceira, no meio de tantas outras, clarificar qual o seu sentimento perante os portugueses nomeadamente para com Cavaco Silva.

Outra coisa que gostei de ver ontem, foi o próprio reconhecer e assumir um erro que eu culpo a ele mas principalmente ao chefe de Estado por ter formado um Governo minoritário.
Outro factor relevante para mim foi ver que esteve efectivamente a estudar filosofia política, sendo diversas vezes notório na sua retórica!

Os próximos tempos prometem... Vou ficar a assistir com muita atenção.

terça-feira, 19 de março de 2013

A saga continua...


Parece que a saga "Alemanha a viver a custa dos outros continua", e desta vez, a vítima é o Chipre...

O projecto está em causa, desde o início da crise que não tem sido capaz de dar uma resposta eficaz as necessidades dos europeus e tem-se deixado vencer por agências de rating que têm como objectivo desvalorizar o euro. Até agora, a única coisa de relevante e benéfico que os europeus viram uma instituição europeia fazer foi o BCE dizer que irá salvar o euro custe o que custar!

Enquanto a Europa se dividir entre países do norte e países do sul, a fraqueza virá sempre ao de cima,
Enquanto houver ganância como vemos a Alemanha actualmente, a fraqueza virá ao de cima.
Enquanto não se falar a uma só voz e se defender os 27, de forma justa e estrategicamente inteligente, a Europa será um pseudo continente forte.

O sul da Europa está realmente a penar com esta crise, poderá e terá certamente culpas no cartório, mas também não tem tido a mão da Europa tal como precisava! 
E ver actualmente a Alemanha a financiar-se a 1 % e a sua inflação ser de 2%, ou seja, ficar facilmente com lucro de 1%, isto será cada vez mais desigual... 
Espero que os países do sul tenham a paciência necessária, senão não sei como será o cenário daqui a uns tempos!

sábado, 16 de março de 2013

quinta-feira, 7 de março de 2013

Hugo Chávez

«Chávez deu-se a conhecer aos venezuelanos como militar. 

Em 1992, tentaria um golpe de Estado, sem sucesso, mas o sonho de transformar o país numa república bolivariana e socialista acabaria por chegar, quando foi eleito presidente pela primeira vez, em 1998. 

A uma Venezuela cada vez mais pobre, dominada por companhias estrangeiras e pelo programa de austeridade do então presidente Carlos Andrés Pérez, o filho de professores primários, agora político, oferecia uma alternativa: o socialismo do século XXI, com o qual conquistou mais três eleições presidenciais e venceu outras votações. 
Herói para muitos, que o viam como defensor dos pobres e da soberania do país - expulsou companhias estrangeiras e nacionalizou outras, recuperando a exploração do petróleo, construiu escolas, hospitais e infra-estrutura-, Chávez era visto por outros tantos como um ditador. Para os seus opositores, concentrou demasiados poderes, que retirou a outras instituições políticas, alterou a Constituição para poder candidatar-se consecutivamente à presidência. 

Mesmo com a obra feita, as oscilações nos preços do petróleo refrearam o crescimento que o país conheceu nos seus primeiros anos de mandato e, segundo a ONU, 37,9% ainda vive abaixo da linha de pobreza. Apesar disso ganhou sempre que se submeteu a sufrágio. 

Da tentativa de golpe de Estado que o colocou temporariamente fora do poder e que atribuiu à influência dos EUA, governados por George W. Bush, resultou um referendo à sua continuidade à frente dos destinos da Venezuela. Ganhou o “sim”. Na política internacional foi também polémico pelas suas alianças. Manteve boas relações com os líderes do Irão, Ahmadinejad, e da Líbia, Muammar Kadhafi, entretanto morto pelos rebeldes,com Fidel Castro e grande parte dos líderes latino-americanos. Com os EUA continuou a distância e também com alguns países europeus, apesar dos laços históricos. 
A reprimenda do rei de Espanha, Juan Carlos, na Cimeira Ibero-Americana de 2007, ficou célebre. A frase proferida pelo monarca, “por qué no te calas?”, tornou-se popular e foi aproveitada para várias situações de humor. Por cá, parte de um discurso de Chávez também foi utilizado pelos humoristas Gatos Fedorentos para um sketch sobre dois ministros de Sócrates, que o presidente venezuelano chamava de “bom amigo”. As relações entre os dois países estreitaram-se nessa altura. 

Hugo Chávez morreu esta terça-feira, aos 58 anos, depois de uma longa luta contra o cancro. Desde Junho de 2011, submeteu-se a quatro operações em Cuba»

Texto do jornal i (online) , 6 de março de 2013

segunda-feira, 4 de março de 2013

O resultado

Depois de mais uma manifestação de grande dimensão no nosso país, temos agora um novo tipo de reacções por parte do Governo... o desprezo total. 
Congratulo este executivo por ter encontrado uma forma de ser unânime, ficando calado!

No entanto, e uma vez que vivemos em democracia, que é importante não esquecer... o diálogo é importante, e se as pessoas estão insatisfeitas, o PM deve ouvi-las, até porque foram elas que o elegeram, mas de repente, podem muito bem tirá-lo de lá, a bem... ou a mal!

Começo a recear os próximos tempos muito seriamente...

Grândola 2


Para melhor tentar perceber o verdadeiro estado do país, ou seja, o estado das pessoas, comprei hoje o jornal e vim a lê-lo em viagem... As pessoas estão mesmo a chegar ao limite!

Depois do 15 de Setembro e de ontem, o Governo tem os dias contados! As pessoas estão na rua, não querem mais esta política, têm-no mostrado de forma cívica, a partir daqui, não sei qual é a alternativa de protesto, mas receio uma revolta humana sem precedentes!

Numa opinião muito sincera, já não sei o que este executivo espera mais para se demitir! Para quem eles governam, já não os querem lá, é difícil compreender?  O estado do país está tal que, nos relatos que o jornal que li teve a oportunidade de recolher eram qualquer coisa como pessoas que entregaram a casa, idosos que vêm as suas reformas reduzir cada vez mais, pais que não sabem se vão conseguir pôr os filhos a estudar, jovens que estão a fazer as malas para emigrar e uma nova "maré"... crianças que ficaram sem mesada porque «a troika e o Governo (passos, relvas e todos os que ali andam» estão a roubar os meus pais e os meus pais estão-me a roubar a mim» . Estas foram as palavras de uma criança ontem em pleno terreiro do paço. Impressionou-me este testemunho!

É suposto em democracia os governantes darem ouvidos ao povo, quando assim não é, o fim pode ser catastrófico, e começo a recear o futuro próximo. Que o Passos Coelho aguente dois anos e meio a ouvir protestos, isso já não me admira, agora, o povo não sei se consegue esperar mais dois anos e meio a ser «roubado».

Porém, este texto surge no seguimento de um outro com o mesmo título (excepto o número) e não é à toa. Uma musica que é tida como hino da liberdade tem sido ultimamente banalizada, mas a verdade é que ontem, arrepiei-me em frente à televisão quando ouvia milhares entoarem aquele que é para mim o verdadeiro símbolo da liberdade nacional, e os arrepios não foram do frio que estava de certeza!

Por isso, deixo aqui uma alternativa ao Governo (é importante não protestar apenas), demitam-se se faz favor! 

domingo, 3 de março de 2013

Grândola 1



Duas cidades portugueses nas últimas semanas têm feito correr muita tinta, são elas Grândola e Nazaré! Motivos distinto, a primeira como serviu de musica para o início da liberdade em 1974, a outra porque ano após ano tem tido a maior onda do mundo batendo recordes, Garrett Mcnamara tem sido o protagonista.

Mas o que me faz escrever este artigo, é a simbólica musica Grândola vila morena. Musica de Zeca Afonso que foi a contra-senha utilizada pelo MFA a 25 de Abril de 1974. Esta musica e terra são vistas como o rosto da nossa liberdade.
No entanto, esta musica tem sido cantada com uma frequência bastante pouco comum, começando na AR interrompendo Passos Coelho e de seguida, serviu de cartão de visita a quase todos os ministros quando alguma visita faziam.

Sou jovem e tenho pena de não ter vivido aquele que para mim foi dos momentos mais importantes da nossa história, a revolução dos cravos, e como tal, tenho grande carinho por esta mesma musica, acontece que é com algum desagrado que a vejo ser cantada por pessoas que nem o seu significado sabem! Com esta atitude, corremos o risco de se tornar vulgar, o que não é nada bom. Gosto que se as pessoas estão descontentes, que o manifestem, e o povo fá-lo de forma exemplar sem dúvida, mas novos caminhos têm de ser seguidos, não devemos ficar agarrados ao passado e pegar em símbolos de outrora para escrever a história de hoje, devemos sim encontrar novos caminhos, para o caso, novas musicas, tal como temos encontrado novas formas de manifestar, senão podemos estar a preparar um futuro igual ao de hoje daqui a outros 35 anos.
Não defendo com isto que a Grândola deva ser colocada na gaveta, não, deve ser cantada em momentos específicos e não apenas porque apetece a alguém. Hoje por exemplo, todo o país estará em manifestação em todas as capitais de distrito, ás 18h30 será catada em uníssono a Grândola, grande feito a meu ver, mas por outro lado, esta semana ouvi esta mesma musica numa discoteca, ridículo!

Acho por tudo isto que devemos sim mostrar o nosso desagrado, mas de forma criativa e responsável, não ficarmos agarrados ao passado, até porque não gostaria de daqui a 35 anos viver num país como Portugal se encontra hoje, ambiciono algo melhor para Portugal!

NOTA: este texto foi escrito antes da manifestação