sábado, 8 de setembro de 2012

Medidas austeridade 7.9.2012


Hoje, Pedro Passos Coelho falou ao país e apresentou novas medidas de austeridade para 2013, o que gera alguma confusão na minha cabeça uma vez que o mesmo, ainda à pouco tempo disse que 2013 seria o ano da recuperação económica, mas vejamos o que foi apresentado...

Na pratica, os funcionários públicos irão continuar a não receber os dois subsídios! Pelo menos em valor, no final do próximo ano terão recebido menos do que no final deste, passo a explicar: em 2012 foram retirados os dois subsídios, para o próximo um foi retirado e o outro reposto mas será pago faseadamente, contudo, o que acrescentará a cada mês será retirado com a nova taxa de contribuição para a CGA que sobe 60% (de 11 para 18%). Resumindo e concluindo este ponto, irão receber menos por mês, uma vez que o que ira aumentar é um valor inferior ao que lhes será retirado!
Os trabalhadores do setor privado perderão, na prática, um subsídio através do aumento da contribuição para a Segurança Social, que nas contas do Governo corresponde ao equivalente a um dos subsídios.



"Receio que continue a haver falta de equidade”, diz Jorge Miranda; esta falta de equidade deve-se ao facto de o PM ter anunciado que iria recair também sobre a riqueza e capital e não disse como iria ser, já sobre o rendimento anunciou medidas. Diz também ser  "profundamente injusto o tratamento dado aos pensionistas", que considera estarem a ser tratados "como pessoas de segunda classe em relação aos trabalhadores no activo".
"Vamos ver, vamos ver", é desta forma que Mário Soares reage as novas medidas de austeridade. Serão os portugueses capazes de suportar mais austeridade?
Será agora de especular qual a posição do PR em relação a estas medidas! Pois estamos perante uma violação do acórdão do Tribunal Constitucional. 


Uma coisa que acho justa, é que a taxa a pagar ao Estado seja igual tanto para o trabalhador como para o patrão, isto é, aquando o pagamento do salário, tanto o patrão como o empregado paguem o valor dividido pelos dois, logo, a mesma percentagem sobre o seu salário, igualado hoje nos 18%.
Há coisas que a meu ver estão bem no que foi anunciado hoje, como por exemplo o facto de o custo ser dividido entre o patrão e empregado (como já expliquei). Outro ponto favorável, é que em condições normais, desceria o desemprego com a contratação de novos funcionários uma vez que ficara mais dinheiro em caixa das empresas. Porém, receio que o valor retirado ao poder de compra faça cair por terra o efeito no emprego, porque se por um lado fica mais em caixa porque não se paga tanto ao Estado, o outro lado é que com menor poder de compra existe menos consumo, logo as receitas quer das empresas quer do Estado irão diminuir!



O caminho da austeridade obsessiva está-nos a levar a desgraça, a meu ver, muito por causa do "ir mais além" daquilo que deveríamos ir realmente! A despesa era grande face a receita? Sim era óbvio, daí o défice. Uma vez necessária, por uma questão de igualdade e equidade, repartição de rendimentos, distribuição de riqueza, dever-se-ia a meu ver retirar a quem mais tem e "poupar" nos mais desfavorecidos. E não me parece que seja a penalizar desta forma os reformados e pensionistas que isto seja atingível! Do que hoje foi anunciado e para mim está mal e pode ser alterado é o facto de se subir o IRS e não no IVA, a ter de se subir um deles, que não seja no rendimento, uma vez que não existe "escapatória" a este imposto, já no IVA é sobre aquilo que consumimos. Ao fim ao cabo é retirado poder de compra, mas 2% sobre a taxa máxima de IVA representaria talvez todo este corte! Citando Mário Soares, "vamos ver" no que dá estas novas medidas de austeridade. 

Na minha mais modesta opinião, não irão resultar, mas caso resulte, aqui estarei a tirar o chapéu, pois coragem este Governo está a ter. Sentido de responsabilidade social e cumprimento é que não me parece...