sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

O caminho não pode ser este!



Tenho pena, continuo a ter pena que, mesmo em ano de eleições europeias, a discussão não seja a Europa.

Raras são as vezes que vez um debate sincero por uma Europa unida. Raras são as manifestações a que assistimos por uma Europa coesa, e quando acontecem, é porque algum país do sul foi muito prejudicado e um outro país do sul decidiu mostrar solidariedade.

Até aqui, penso que estaremos todos já habituados a tal... Mas como é ano de eleição europeia, julguei que fosse no mínimo camurflado !
Nós, enquanto europeus e mesmo enquanto Europa, assim não vamos lá...

Falta união, falta pensamento conjunto, falta, nitidamente, estratégia, falta orientação, e muitas vezes, falta justiça e coerência!

Enquanto as eleições europeias forem vistas, como em Portugal estão a ser, como um exame à liderança do maior partido da oposição ou aos últimos anos de Governo desta maioria, essa injustiça, falta de orientação, de estratégia, de tudo e mais alguma coisa, continuará.

É certo que as pessoas pouco ligam a este acto eleitoral. Mas a culpa estará só no eleitor, ou este não é "educado" para mais?
A ideia deste artigo, surgiu ao ver esta madrugada, a repetição do programa em que coloca semanalmente os dois principais candidatos portugueses ao Parlamento Europeu. Se calhar isto quer dizer alguma coisa...

sábado, 22 de fevereiro de 2014

10 chumbos e uma recordação



Eu prometo ser breve, mas neste momento existem apenas duas notas que quero aqui dar conta...

1. Esta semana, o Governo liderado por Pedro Passos Coelho, com a ajuda e apoio de Paulo Portas e sempre com o aval de Cavaco Silva, viu o Tribunal Constitucional chumbar pela décima (10ª), eu vou repetir, décima vez, medidas levadas a cabo pelo Governo, que com a sua maioria fizeram passar na Assembleia da Republica, envergonhando-a, medidas que se vieram a comprovar inconstitucionais.

Mas ao mesmo tempo, sejamos realistas, esta medida, ao contrário das outras que revelam uma enorme dificuldade deste partido (PSD) viver em democracia e com uma constituição, o objectivo era lançar mais uma tema para a agenda pública, evitando a discussão de outros temas, que poderiam ser bem mais inconvenientes ao executivo. E por outro lado, atrasa e faz arrastar uma medida que, sendo um direito fundamental, irá passar na AR.

2. Lembram-se de um dia, algures em 2011, quando numa reunião em Bruxelas, perante os parceiros europeus, o então Primeiro-Ministro José Sócrates comprometeu-se, dada a necessidade, a levar a cabo, se não me engano o PEC IV, e mal pôs os pés em Portugal, parecia que tinha caído o carmo e a trindade? Era visto na altura como deslealdade! Pois bem, quem mais criticou na altura a actuação de Sócrates, comprometeu-se agora em cortar mais de 2000 Milhões de euros... Enfim, dois pesos e duas medidas. Já estamos habituados não já?

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Não nos vendam ilusões!



Eu acho que seria bom, para todos, aqueles que hoje são Governo e aqueles que o querem ser amanhã, não nos irem vendendo ilusões...

Eu até me considero uma pessoa atenta à actualidade, principalmente no que toca a política, e o que me começa a fazer alguma confusão é esta troca de opiniões repentinas consoante anda o vento. É que não devo ser o único a já não entender o que afinal cada um quer.

Não sei se mais alguém sente isto, mas eu sinto que o Governo adoptou uma estratégia de fazer previsões pessimistas para depois ter a oportunidade de em plena praça pública, vangloriar daquilo que fez melhor do que estava previsto! Assim não me parece ser um feito tão "grandioso".

Por outro lado, temos como oposição ao Governo, um partido (PS) que quando se deu a crise irrevogável, usava a iminência de um segundo resgate para fazer política de oposição, depois, as coisas foram voltando ao sítio, e o programa cautelar continuava a ser o fracasso do Governo, apenas uma saída "limpa" era admissível. Hoje, parece que a saída "limpa" vai ser o destino... O que vai fazer agora Seguro? Está encurralado?

Há uns tempos, num outro artigo em que falava disto mesmo, disse que podia até não ser assim tão mau um programa cautelar, de forma a evitar ficarmos apenas com o nosso Governo, que como já vimos, tem o prazer de "ir mais longe".

Hoje, a UE precisa, rapidamente, de apresentar resultados e bons resultados para salvar o que ainda vai restando da sua credibilidade e moeda única, e por isso mesmo, pressiona Portugal para que uma saída "limpa" seja o nosso pós-troika. Muito bem, até aqui nada de muito grave. Mas se o estão a fazer apenas para estatísticas, vai dar asneira pela certa. E os mercados? O que dizem? Têm mostrado vontade de Portugal seguir um programa cautelar porque dizem ser "muito perigoso" ficarmos entregues a nós próprios.

Agora, vamos à realidade? Portugal, pelo facto de integrar o projecto europeu, parte da sua soberania foi transferida para Bruxelas, com o euro, ainda mais, mas normal, faz parte e não acho que seja mau! Mas essa soberania só a vamos recuperar se desistirmos, não me parece que seja o necessário. Sabemos também que, vamos ficar sob vigilância das instituições da troika durante alguns anos, por isso desamparados nunca ficamos porque teremos por perto os "nossos amigos incansáveis". Um programa cautelar, era a melhor saída? Não sabemos ao certo sequer o que é... mais, não sabemos sequer como pode ser negociado e em que moldes, mas uma vez que a UE não pode apresentar mais austeridade, se calhar até era preferível, a ver se ainda este Governo ficava obrigado a fazer política que incentive a economia.

Por isto mesmo eu digo, não nos vendam ilusões. O povo português não é estúpido e está a sofrer as consequências desta política de austeridade que, por diversas razões, mostrou ser um fracasso! O povo português, aqueles para quem deveriam governar, que emprego, condições de vida dignas e poder de compra. É pedir muito?