quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Ensaio para dias 4 a 9 de Outubro... deste ano!



Tendo em conta dois artigos do jornal "i", ontem e hoje, sobre as presidenciais, mais precisamente aquilo que se passa do lado da coligação, parece evidente o interesse de 3 distintos potenciais candidatos. Marcelo, Santana e Rio. Qual deles avançará? Ou melhor, qual deles avançará com o apoio do PSD? O apoio será do PSD ou da coligação PSD/CDS e, consequentemente, o óbito oficial do CDS? E por fim, porque ainda não avançou nenhum deles? Vejamos a minha versão das respostas a estas perguntas...

Para começar, é importante neste momento esclarecer que Santana Lopes, atual provedor da Santa Casa da Misericórdia, tem manifestado publicamente interesse em candidatar-se a Presidente da República. Esteve, aliás, para avançar com o anúncio oficial em Março, mas decidiu recuar e adiar tal momento para depois das legislativas.
Rui Rio também já demonstrou disponibilidade para uma candidatura, mas deixou também pendente o anúncio. Em Maio, era dado como certo, agora, espera-se para depois das legislativas.
Marcelo, que avança e recua ao sabor do vento (em 2014 disse sentir-se excluido do perfil que Passos traçava à altura para um candidato PSD, na época, era aclamado Durão Barroso), mas nestes últimos meses, parece achar alguma graça à questão.

Qualquer um deles tem notoriedade suficiente para avançar com uma candidatura, mas ambos são das fileiras do PSD e nenhum quer daro "passo em falso, fatal para as suas aspirações políticas", como Carlos Carreiras defendeu ontem, também no "i". Pressões como estas, fazem passar tudo menos uma imagem de união e acalmia que querem fazer passar por aquelas bandas. 
Porém, a dúvida dentro do PSD em quem apostar parece ser entre Marcelo e Rio, uma vez que Santana Lopes não é muito acarinhado no partido laranja. Pelo menos o suficiente para lhe financiarem uma campanha como esta.
Nesse sentido, dou quase como certo o avanço, mal receba um cheque risonho, por parte do ex-Primeiro-Ministro. Principalmente se, a tal avanço, se verificar um duelo com Marcelo. É sabido de todos que não morrem de amores um pelo outro.

Feitas as contas, sobram então o mediático professor de direito e o ex-autarca da cidade invicta, que devem conhecer o seu futuro como candidatos dependendo do resultado da coligação para que, PSD ou PSD/CDS decidam apoiar um ou outro. Sim, porque parece que o CDS deixou de existir, desde que foram juntos às europeias, que não querem outra. Pois bem, creio que as presidenciais serão na mesma linha, até porque CDS não parece ter nenhum presidenciavel claro.

A meu ver, se a coligação vencer as eleições, Rio poderá sorrir para Belém. Se a coligação perder, terá necessidade de apresentar um candidato que garanta um resultado positivo, ou muito próximo disso, e nesse jogo, Marcelo ganha claramente vantagem sobre o portuense. Porém, nem tudo são más notícias para Rio, que vê a porta da liderança laranja escancarada.
Tudo somado, o que eu gostaria que acontecesse, e que acredito que aconteça, é o PS vence as legislativas, apoia Sampaio da Nóvoa para Belém, Passos demite-se, Rio corre para a liderança do PSD e este apoia Marcelo, que vai ver Santana Lopes a candidatar-se como independente. 

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Votarei Sampaio

Nesta Silly Season, e depois da primeira rentrée, no Pontal, o tema Presidenciais e as candidaturas a cada semana (muitas vezes mais do que uma por semana, mas enfim) voltaram.

O problema é que desta vez, parece ser uma dor de cabeça para o PS e para António Costa. Maria de Belém pretende candidatar-se, e segundo as notícias, tornará a candidatura oficial no dia 5 de Outubro, dia logo seguinte ao das eleições que, provavelmente, tornarão António Costa Primeiro-Ministro. Problema ou mesmo solução. 

É importante ter em conta que, em eleições presidenciais, as candidaturas são individuais e não de partidos, e que existem duas voltas, se não se verificar uma maioria absoluta na primeira mão. Com tantos candidatos (já vão 16) e com 3 potenciais candidatos à direita (Santana, Rio e Marcelo), duvido que algum consiga uma maioria absoluta logo no primeiro ato eleitoral.
Devo salientar que, não sou contra o surgimento de tantas candidaturas, é bom ver tanta vontade de tomar iniciativa e marcar pela diferença.

Porém, e aquilo que tem sido (demasiado) debatido, é a batalha Sampaio da Nóvoa vs Maria de Belém. Maria de Belém é socialista, foi presidente do partido, assumidamente mais próxima da ala segurista do maior partido da oposição e tem, devemos dizê-lo neste momento, também muito valor enquanto candidata a este cargo. Tem uma vida dedicada à cidadania e à comunidade.
Mas inevitavelmente haverá mais uma divisão de votos dentro do PS, um recolhe o mediatismo necessário, conhecimento político inquestionável e muitos e importantes apoios. O outro espelha a vontade que tem vindo a ser manifestada de dar protagonismo a cidadãos não provenientes das escolas partidárias, conhecimento profundo da nossa sociedade e intelectualmente muito bem preparado, para além do apoio dos anteriores Presidentes da República (Eanes, Soares e Sampaio).

Como aspirante político assumido que sou, e porque a coerência deve ser uma constante em qualquer cidadão, não é pelo facto de eu ser militante da Juventude Socialista que deixarei de assumir, publicamente, o meu apoio a Sampaio da Nóvoa.
Por isto mesmo, votarei Sampaio.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

PS na mira

Com a política a meio gás, uma pré-campanha ainda sem grande força por parte dos dois principais partidos e com o Parlamento de portas fechadas, o Partido Socialista é, por força da sua grandeza, por ser o principal partido da oposição e muito provavelmente o partido que vai vencer as eleições legislativas, é a mira de todos.

O problema é que, quando digo todos, é todos mesmo. Isto é, depois das infelicidades cometidas na última semana, ouvem-se, obviamente, criticas dentro do próprio partido.
Como é que é possível que, pessoas com mais anos de experiência política, nomeadamente campanhas eleitorais, do que eu de idade cometam erros como os que foram cometidos no caso já conhecido de "Cartazgate".

O PS, que tem sistematicamente pedido maioria absoluta e confiança aos portugueses, vem nesta altura do campeonato, cometer erros que são inaceitáveis e que revelam falta de experiência, quando experiência é o que não falta!

No entanto, e porque a forma como resolvemos os problemas é talvez mais importante do que os problemas em si mesmo, o maior partido da oposição responde com a nomeação de um jovem, da ala "jovens turcos" para diretor da campanha, falo de Duarte Cordeiro (secretário-geral da JS quando me tornei militante). Num claro sinal de mudança e regeneração que a política precisa e mais importante do que isso, é a demonstração de que os jovens, nomeadamente os jovens que compõe ou compuseram num passado recente a organização de juventude, no caso, a Juventude Socialista, não servem apenas para agitar bandeiras e entregar flyers em períodos de campanha. É também o reconhecimento da qualidade de formação política e do papel que a Juventude Socialista tem vindo a desenvolver em prol de uma democracia mais qualificada e acessível a todos. Este é, aliás, o principal motivo, paralelamente à crença política que tenho, de ser militante desta jota, que em nada me envergonha mas que em tudo me orgulha.

Acredito que, agora e mais do que nunca, estaremos no rumo da maioria. Uma nova página se vira na campanha que, ainda está por começar verdadeiramente.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Com que direito?

Estamos em final de legislatura. Durante 4 anos, Pedro Passos Coelho, Primeiro-Ministro, não se deslocou uma única vez à Madeira. Depois da saída de Alberto João Jardim do poder e a entrada do seu sucessor, o nosso PM já lá foi 2 vezes.
Pois bem, nada estranho. Mas o que me leva a escrever este artigo é a vontade expressa pelo Governo regional de ver aprovado um novo regime fiscal para aquela região, e ao que parece, tem já o aval de Passos Coelho.
Ora, esta manobra em cima do joelho não é mais do que populismo barato.

Porém, mesmo em pré-campanha ou não, quando se é Primeiro-Ministro de um país, é-se de todo o país, e deve-se lutar pela equidade e pela coesão territorial, pela redução de assimetrias e pela plenitude do usufruto de todos os recursos que estão disponível.
E a pergunta que eu faço é: Com que direito? Com que direito os madeirenses devem ver aprovado um novo e exclusivo regime fiscal? Todos sabemos que na região da Madeira existem já significativas diferenças fiscais que ajudam a colmatar as dificuldade de não estarem no continente.
Com que direito deverá ser aprovado um novo e favorável regime fiscal aos madeirenses, quando ainda tanto falta fazer no continente em matéria fiscal? Porquê só na Madeira, e não se fala nos Açores? Estaremos perante o favorecimento de alguns em detrimento de outros? Parece-me óbvio que sim.

Por que razão, 267 mil habitantes deverão ter benefícios fiscais, quando os 3,7 milhões de habitantes do norte têm sentido de forma mais aguda a crise? Em termos de PIB per capita, e comparando com a média europeia, a Madeira situa-se nos 74%, enquanto no norte se fica pelos 64%. Estamos a falar de 10% de diferença bastante significativa!

Para que fique claro, eu não sou contra benefícios fiscais, sou contra se beneficiarem uns, e outros ficarem esquecidos!
Nós não podemos admitir tal situação e ficar calados. Temos de, todos, reivindicar por um país mais justo socialmente, e não me parece que, com o atual cenário economico-social do país, haja necessidade de beneficiar ou rever o regime fiscal madeirense.
Acerca deste tema, e alguns dados deste artigo, vale a pena ler o que foi hoje publicado no JN por José Mendes.