terça-feira, 8 de novembro de 2011

Posição do PS perante este orçamento de Estado.


A posição do partido socialista perante este orçamento, não era de todo fácil de tomar...
Se por um lado, o partido socialista também assinou o memorando com a troika, também é certo que deveria ter sido chamado a elaborar este orçamento. Por vários motivos, entre eles, o facto de ser o maior partido da oposição(demonstrando pluralismo da parte do Governo), e precisamente porque também assinou o memorando.
Hoje estamos perante um orçamento bastante pesado para a carteira dos portugueses, principalmente funcionários públicos. É certo que o país precisa de austeridade, disso ninguém duvida, agora é preciso ter em atenção a quem se pedem esforços. Não podemos estar sempre a massacrar o trabalhador. A classe média, à muito que já vem sofrendo e vindo a desaparecer, movendo-se para a classe baixa.
Neste momento, e de uma forma geral, o que o país precisa e foi acordado com os parceiros internacionais (FMI, CE e BCE), é de aumentar a receita e baixar a despesa. O problema começa aqui mesmo! É que existem várias formas de o fazer! No que toca a receita do Estado, aumentar o IVA é a via mais rápida, já na despesa, cortar a gordura do Estado é cortar no supérfluo e reduzir o número de funcionários públicos. Mas agora vai ser diferente. O que era para este natal uma medida excepcional(cortar 50% do subsidio), é para os próximos anos regra (acabar com os subsídios [natal e férias]).
Esta é a principal medida com que o PS não concorda, e até mesmo o PR já se pronunciou no sentido de criticar esta medida.
Porém, face á maioria parlamentar PSD/CDS, o PS tinha 3 alternativas perante o orçamento, votar contra, a favor ou abster-se. Votar a favor estava completamente fora de questão, sobretudo pela medida que já salientei! Restavam duas alternativas, contra e abster-se. Votar contra seria agradar à esquerda mais radical (PCP e BE), criar algum desconforto dentro do próprio PS (Assis entre outros) e demonstrar ao exterior que em Portugal o estado politico é de desordem e conflito. É certo que o maior partido da oposição não concorda com este orçamento, mas como estamos em estado de emergência nacional, e perante uma maioria absoluta, creio que a posição que o PS tomou foi a mais sensata, levando na mesma os pontos em discordância a parlamento!
Este orçamento, fosse qual fosse o voto do PS, já estava passado, era uma questão de atitude, e congratulo o PS pela atitude responsável, olhando para o interesse nacional em vez do partidário, o que demonstra ser uma alternativa credível a seu tempo!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

XVIII Congresso Nacional Socialista


Como António José Seguro afirmou, este congresso marca o "início de uma nova caminhada para colocar o PS ao serviço dos portugueses".
O novo secretário-geral venceu neste congresso as eleições para a Comissão Nacional com 68% dos mandatos, contra 32% conseguido por Francisco Assis, sendo este um resultado idêntico ao verificado nas eleições directas disputadas entre os dois.
Seguro prometeu um "PS humilde, que sabe reconhecer os seus erros e que percebeu a mensagem dada no dia 5 de Junho".
Quanto ao seu projecto, pediu apoio "a todos os que partilham dos valores da esquerda democrática, do socialismo democrático e da social-democracia"!

Depois deste congresso, ficamos a saber que o PS, que volta agora à oposição, está empenhado em fazê-lo de forma responsável, construtiva e sobretudo, aberta ao diálogo. Esta sim, é uma oposição que sempre idealizei, pena é ter de ser feita agora pelo PS, e não ter sido feita quando era este mesmo partido a governar. E neste sentido, é de realçar excertos como: (quando se tratava de medidas para além do memorando da troika) "serão avaliadas", (quando se referia ao seu projecto) "cujo eixo central será o PS, mas que não excluirá ninguém" e a principal, "nem tudo o que vem do Governo ou dos outros partidos é para rejeitar".
Penso que só assim se pode evoluir e construir uma sociedade melhor, através do diálogo.

Algumas notas, a meu ver, importantes...
1ª - António José Seguro chega a secretário-geral do PS, depois de o ter sido na JS, demonstrando assim o valor e importância dos jovens na vida política.
2ª - Maria de Belém eleita presidente do PS, sendo assim a primeira mulher neste cargo, o que realça o papel das mulheres nos dias de hoje.
3ª - Congresso realizado em Braga, norte! Afinal o norte ainda tem vida, sejam bem-vindos!
4ª - Novo ciclo, novas caras e novos protagonistas. O PS ainda está vivo, e...recomenda-se!
5ª - O slogan do congresso, "As pessoas estão primeiro"! Porque é para elas que se governa.

domingo, 11 de setembro de 2011

11 de Setembro...


Em 2001, tinha 9 anos, foi este dia que me ensinou palavras como terrorismo, ataques, bombas, conflitos entre povos, religiões ou etnias. Foi também a partir deste dia que fiquei a conhecer a Al-Qaeda. Pelo menos, não me lembro de se falar de tal antes do ataque ás torres gémeas!
Depois deste dia, vi os EUA entrarem em duas guerras (Iraque e Afeganistão), apenas por terem o orgulho ferido e com o intuito de controlar o petróleo no médio oriente! George W. Bush, o então presidente dos EUA reforçou de imediato a presença militar americana, e com isto teve prejuízos tanto a nível financeiro como humano, e ganhou para além de uma reserva de petróleo enorme, um pseudo-poder mundial!!!
Estes factos fizeram com que os aeroportos fossem de controlo muito mais apertado! Uma vigilância muito invasiva tomou posse de todos os passageiros em todo mundo, quem sabe, o único lado bom destes atentados. Único não, pois deu para perceber que nenhum país é intocável e que vivemos numa constante ameaça. Hoje, se uma mala preta é deixada numa esquina de uma rua qualquer, vem à cabeça de qualquer cidadão que poderá ser uma bomba. O mundo ficou muito mais atento a... tudo, basicamente!
Desde que as torres gémeas se transformaram numa imensa nuvem de pó, o mundo nunca mais foi o mesmo!
E é neste mesmo mundo, que hoje, com 19 anos e passados exactamente 10 depois do dito atentado, presto a minha homenagem ás vítimas e aos familiares das mesmas, pois estes, foram os que mais sofreram por uma luta de poder politico e financeiro, sem fins, e pelos vistos, sem meios!

sábado, 21 de maio de 2011

Debate José Sócrates vs Passos Coelho


De um modo geral, Sócrates bem nas ideias politicas, Passos bem na postura mais “solta”.

Mas vejamos porquê:

Um dos principais temas discutidos no debate, foi a saúde, pois aqui, as duas candidaturas diferem bastante, uma (a do PS), defende a moderação e continuação das reformas impostas, outra (a do PSD), defende o co-pagamento, isto é, tornar um serviço praticamente só público num serviço parcialmente privado, o que resultaria no encarecimento da saúde. Passos Coelho não conseguiu desmistificar a ideia de que quer destruir o SNS, o que leva a ser realidade caso vença.

O segundo tema dominante foi o do emprego, e aqui, uma vez mais, vemos mais uma clara diferença, é a diferença entre quem propõe os estágios, a promoção do programa inov, criando assim mais oportunidades de emprego aos jovens, no caso do programa socialista, já Passos prefere abdicar do despedimento por justa causa, facilitando assim o despedimento e também absolver as restrições ao contrato a termo que existem, sendo que este só é possível com justificação e de curto prazo, resultado, PSD propões precariedade!

TSU, uma das bandeiras mais agitadas da campanha! Suscita diversas opiniões, alvo de muitos estudos, e notavelmente, demonstra o radicalismo de Passos Coelho! Pois este, quer descer em 4% ou mais (o máximo que poder) durante a sua legislatura, dizendo que aumenta a competitividade ao baixar o custo de produção, baixando a taxa paga ao estado por cada trabalhador, ou seja, reduzindo de forma indirecta na folha salarial da empresa, mas não diz onde vai buscar o dinheiro que o estado perde com isso! Á priori, será no IVA. Já a recandidatura socialista defende sim a descida, porem estudada ao pormenor e de qualquer forma contida, moderada.

Estes foram os três pontos “políticos” em que o debate se baseou, depois, entra o jogo do marketing comunicativo, e aqui, as coisas foram mais equilibradas. Vimos Passos chamar mentiroso a Sócrates duas vezes e este último a desmentir e clarificar a situação na hora e sem margem para dúvidas (primeira quanto ao SNS e outra no âmbito do emprego), Sócrates bem “armado” com elementos de prova em diversas áreas.

Apesar da boa disposição demonstrada pelo líder do PSD, e do à-vontade, quando questionado pelo adversário sobre o seu próprio programa, á primeira disse estar disposto a faze-lo e que o faria sem problemas, mas na segunda ocasião, já não achou tanta piada e interrogou o primeiro-ministro se não preferia falar dos seus 6 anos de governação dizendo que estava a fugir á responsabilidade de assumir os seus actos, sendo este argumento falso, pois Sócrates não foge e vai a votos de novo e ao parlamento debater de 15-em-15 dias.

O tiro no pé de Passos, foi dizer que deu condições ao governo de governar dando apoio nas grandes decisões como PEC I, II e III, OE2011. Culpa o governo de má gestão, mas esquece-se de que também geriu ao estar a acordar com o governo. Não se pode ir só buscar os louros quando corre bem e desmarcar quando corre mal ou se quer criticar!

Sócrates defendeu uma vez mais que a culpa da crise política é do PSD por estar com ansiedade de ir para o poder ao ter chumbado o PEC IV, para censurar o governo, e aceitou-o agora no acordo com a troika. O primeiro-ministro reafirmou que foi prejudicial a vinda do FMI e que tivemos a solução na mão, e graças a oposição, tivemos de recorrer a ajuda externa.

Curiosidade foi ver uma vez mais Passos Coelho criticar, desta vez uma boa noticia em relação ao défice, e a desdenhar uma herança que quer herdar!

Este debate, foi conduzido não pelo jornalista moderador, mas sim por José Sócrates, que fez Passos Coelho seguir o seu guião, não o deixando tomar a posse do debate num único momento e quando questionado pelo estreante em campanhas, o primeiro-ministro conseguia responder de forma leve e voltando logo logo ao ataque de novo, a isto se chama experiencia!

Ambos disseram que foi um debate vivo, mas ambos poderiam ter apelado mais ao voto!