segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Excerto do Dia em revista.

Na segunda semana da edição do Excerto do Dia (que excecionalmente não houve sexta-feira), os grandes destaques foram, naturalmente, para o Orçamento de Estado, numa semana em que se deu destaque também ao cartaz do Bloco de Esquerda, que irei aqui também abordar apesar de não ter saído sexta-feira.

Começo precisamente por ai, pelo último dia, que não houve Excerto do Dia, e em caso de sair, teria sido relativo ao polémico cartaz do Bloco de Esquerda, que recorre à imagem de Jesus Cristo e em que diz que até Jesus tinha dois pais. Claramente uma analogia que aborda a adoção por parte de casais do mesmo sexo.
A polémica rapidamente se instalou, um cartaz que teve apenas um exemplar expresso, afixado na capital e que proliferou nas redes sociais. Melhor dizendo, incendiou as redes sociais e facilmente dominou os últimos 3 dias. Em Portugal, a política foi isso mesmo.
Não posso deixar de dar os meus mais sinceros parabéns ao departamento de marketing (se existir), ou senão ao responsável, pelo cartaz que foi tema indiscutível. Da primeiras declarações que ouvi relativas ao tema, foi do ex-Ministro do CDS, Pedro Mota Soares, a dizer que não achava que a maioria dos portugueses se revisse naquele cartaz. Foi então logo que percebi: resultou.
Seria óbvio que a maioria dos portugueses não se iria rever naquele cartaz, e eis os motivos que eu aponto:

  1. Um cartaz com alusões religiosas nunca gera consenso;
  2. O tema da adoção homossexual é ainda muito controverso;
  3. Bloco de Esquerda não é um partido de massas;
Penso que este "pódio" de motivos justifica bem a clarividência das declarações do ex-Ministro
Para finalizar este tema, referir ainda que o Bloco, com este cartaz, depois do comportamento na negociação do orçamento e ainda por cima depois do desempenho na campanha para as legislativas, o Bloco destaca-se, claramente, do PCP, e assume-se, a meu ver, como a verdadeira alternativa da esquerda ao Partido Socialista. E enquanto os partidos não perceberem aquilo que o Bloco de Esquerda é hoje (sim, porque no último ano definiu-se bem) vão perder terreno e vão continuar a perder votos.

Mas regressando ao início da semana, segunda-feira, destaquei no Excerto do Dia as declarações de Eduardo Catroga que falou num aspirador fical. Dou os meus parabéns, não utilizaria melhor expressão. Hoje em dia, a máquina do Estado, e consequentemente por via de cobrança de impostos, a carga sobre as pessoas particulares e coletivas é realmente muito grande, e um verdadeiro entrave ao crescimento económico e ao investimento. Porém, a máquina precisa de funcionar. É a verdadeira questão que eu gosto de refletir, como tornar o Estado mais eficiente? Assim, ou produziria mais com os mesmos recursos, ou produziria o mesmo com menos recursos. Mas é a eficiência o grande problema da Administração Pública. Agora, claro, dentro deste tema temos a burocracia, centralização, eficácia e não só.

No segundo dia de debate do Orçamento de Estado, aquele que ficará gravado na história como sendo o dia em que o PCP, em mais de 40 anos, votou favoravelmente um Orçamento de Estado, foi também o dia em que os deputados e o Ministro Vieira da Silva utilizaram músicas, de origem esquerdista, foram invocadas. O experiente governante utilizou a melhor frase possível para explicar o papel que a direita tem protagonizado na oposição, dizendo mesmo que "Os senhores estão à espera do comboio na paragem de autocarro", relembrando que o Parlamento rejeitou o Governo composto pela coligação PàF e como para bom entendedor meia palavra basta, o Ministro quis dizer que a oposição ainda se acha Governo, mas na verdade é aquilo que é, oposição. Só para eu ter a certeza que ficou claro para todos.

Miguel Guedes no seu artigo de opinião no Jornal de Notícias a meio da semana, confirmou aquilo que o Governo se tem esforçado por explicar, que este Orçamento de Estado é um virar de página, destacando o facto de que pelo menos, não cria sofrimento por antecipação. E a verdade é que, depois de 4 anos de sofrimento como os últimos, os portugueses mais do que esperança, precisam de não sofrer, no mínimo, estagnar!

Para finalizar este artigo, referir que destaquei na quinta-feira o facto de a cerimónia de tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa será, segundo os primeiros sinais, uma festa das afectividades. E a verdade é que, os portugueses precisam de se sentirem de alguma forma identificados com as nossas instituições, mas as nossas instituições precisam que os cidadãos estejam recetivos, e isso só se faz com trabalho de proximidade, mas existe ainda um outro aspeto, é que Marcelo, pelo que representou nos últimos anos, poderá ser, de facto, a pessoa certa para fazer essa gestão de afectividades. Veremos se não será essa a chave para o seu sucesso, ou então para o seu falhanço. Só o tempo o dirá.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Excertos do Dia em revista

Esta semana iniciei no PNP Opinião uma nova rubrica, o Excerto do Dia, em que a intenção é citar alguma frase, nota ou ideia que eu tenha lido ou ouvido durante determinado dia, e acontecerá todos os dias, de segunda a sexta, em forma de imagem na página do Facebook, que aproveito para convidar a fazerem "Gosto" para que assim possam seguir a página e possam acompanhar a nova rubrica. Para completar a rubrica, ao fim-de-semana escreverei um artigo no Blog, em que vou expor a minha opinião acerca de cada uma dos Excertos do Dia ou apenas sobre um ou outro, que mereçam uma nota mais alongada ou mais profunda. NOTA: Através das minhas contas do Twitter e Instagram também será possível acompanhar a rubrica diária.

Uma vez que a rubrica começou apenas na terça-feira, só houveram 4 Excertos do Dia esta semana.

O primeiro, e que foi o impulso para a existência da rubrica, pertenceu a Mariana Mortágua, que reconheceu no seu artigo de opinião no Jornal de Notícias a situação económica em que Portugal se encontrava em 2007, e que muitas vezes é por muitos esquecida, ou seja, a única vez em que Portugal esteve com défice abaixo dos 3% e com a dívida pública a consumir 68% do nosso PIB.
Esta é um facto que muitos, por falta de argumentos válidos para criticar a última governação do PS, tentam esconder, com a velha estratégia de que uma mentira dita muitas vezes passa com relativa facilidade a verdade, é ao mesmo tempo algo que não podemos esquecer. Porém, naturalmente que o PS cometeu erros, mas a estratégia antes da crise internacional era a que deveria ser seguida, de investimento público, com investimento principalmente na área da ciência e inovação.

Mas aquele que foi o tema dominante da semana, teve que ver com a estratégia da TAP (será que a estratégia é só da TAP? E aonde levará essa estratégia? Num artigo dedicado apenas ao tema TAP irei expor as minhas reflexões...), destaquei as afirmações de Pinto da Costa relativas ao facto de a equipa do FC Porto, que representa muitas vezes não só a cidade, como o norte e mesmo Portugal, ter viajado pela companhia aérea da SATA e não pela TAP. Porém, de notar que a SATA pertence à TAP e que, tal como a principal companhia, irá retirar voos do aeroporto Sá Carneiro. Mas a tomada de posição conseguiu o efeito pretendido na mesma, que era a colagem ao Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira nas críticas ao sucedido e dar voz às críticas do norte.

Iniciou-se ainda outra "batalha" esta semana. Não a Porto-Vigo, mas sim a Costa-Costa. Um, Primeiro-Ministro, lamentou a atuação do outro, Governador do Banco de Portugal em relação à proposta que o Governo fez aos lesados do BES e que foi maioritariamente por estes aceite, mas que ainda não teve o devido seguimento. Carlos Costa tem sido constantemente alvo de críticas desde o que se passou no BES, e depois todo o processo com os lesados e ainda com o processo de separação entre Banco Bom (Novo Banco) e Banco Mau (que deveria já estar vendido mas que tem dado muitas dores de cabeça) e também críticas relativas à supervisão (que é a sua função/tarefa) em relação ao Banco Banif, que foi a surpresa deixada na gaveta pelo anterior Governo, e que tinha um despertador já em contagem final. Está em curso no Parlamento um inquérito que, muitos, apontam como a causa do afastamento previsível de Carlos Costa do cargo que agora ocupa.

A semana terminou com um Excerto do Dia a destacar o que Mário Centeno disse em relação do Orçamento de Estado e aquilo que se tem dito (tudo e mais alguma coisa) e o possível aumento de impostos, no qual o próprio Ministro das Finanças negou, mas que o atual Primeiro-Ministro António Costa tem lançado, todos os dias, vídeos explicativos dos diferentes pontos do Orçamento de Estado. Não discutindo se o Orçamento é bom ou mau, a iniciativa é inovadora e e sem dúvida que aproxima o eleitor do eleitorado. Bem precisamos! 

E pronto, foi a primeira semana do Excertos do Dia, espero que sigam diariamente, e que enviem o feedback para que possa melhorar.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Excerto do dia

"Verão de 2007. Portugal estava a banhos e descansava sobre um crescimento económico de quase 2,5%, a que se junta o défice abaixo das exigências de Bruxelas e uma dívida de 68% do PIB." Mariana Mortágua no JN

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Entretanto, Augusto Santos Silva

Infelizmente, muitos poderão estar a perguntar quem é Augusto Santos Silva (apenas por não ser o Ministro das Finanças ou uma outra pasta mediática), porém, é somente, a meu ver, dos melhores , senão mesmo o melhor, Ministro que temos hoje à nossa disposição!

Trata-se do homem que está à frente do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que já foi ministro noutros Governos, e que acima de tudo, é um sábio bem humorado... ah, e é político com vontade de fazer política, que também é importante.

Felizmente, já o ouvi falar em público ao vivo, sentir diretamente aquilo que ele diz, com as feições, ao vivo e a cores, sim, é muito diferente do que ouvir na televisão.

Não perdia um dos seus "Porquês da Política", com o jornalista Paulo Magalhães na TVI 24.
Não apenas porque gosto de política, ou porque me interesso pelo que os outros, nomeadamente os mais experientes e quem já "lá esteve" possam ter para dizer, mas sim porque a forma, o conteúdo e, acima de tudo, a capacidade de tornar o comentário político num momento de boa disposição, não encontramos ao virar da esquina, e devemos sempre reconhecer o mérito... de quem o tem, claro!

Mas não é para fazer uma apresentação do Ministro que escrevo hoje este artigo, mas sim para mostrar que, uma vez mais, este Governo, através deste Ministro desta vez, consegue reunir consensos onde menos se esperam! Não foi apenas com o PCP e com o Bloco, hoje, na merecida condecoração ao ex-Primeiro-Ministro de Portugal, António Guterres, Cavaco Silva (sim, ele falou) destacou que o condecorado tem "o perfil indicado para presidir à ONU". Isto, depois Augusto Santos Silva ter afirmado e declarado que o Governo Português irá envolver-se e apoiar a sua candidatura à mais, ou das mais, importantes organizações mundiais.

Isto para dizer o quê? Augusto Santos Silva conseguiu o consenso de Cavaco para com uma decisão deste Governo, acerca daquele que era, claramente, o favorito à sua sucessão.

NOTA: E não vale a pena utilizar o argumento de que era claro que ele elogiaria Guterres porque, para mim, também era claro que ele aprovava os dossiers da adoção e das novas leis do aborto e foi como foi...