domingo, 3 de março de 2013

Grândola 1



Duas cidades portugueses nas últimas semanas têm feito correr muita tinta, são elas Grândola e Nazaré! Motivos distinto, a primeira como serviu de musica para o início da liberdade em 1974, a outra porque ano após ano tem tido a maior onda do mundo batendo recordes, Garrett Mcnamara tem sido o protagonista.

Mas o que me faz escrever este artigo, é a simbólica musica Grândola vila morena. Musica de Zeca Afonso que foi a contra-senha utilizada pelo MFA a 25 de Abril de 1974. Esta musica e terra são vistas como o rosto da nossa liberdade.
No entanto, esta musica tem sido cantada com uma frequência bastante pouco comum, começando na AR interrompendo Passos Coelho e de seguida, serviu de cartão de visita a quase todos os ministros quando alguma visita faziam.

Sou jovem e tenho pena de não ter vivido aquele que para mim foi dos momentos mais importantes da nossa história, a revolução dos cravos, e como tal, tenho grande carinho por esta mesma musica, acontece que é com algum desagrado que a vejo ser cantada por pessoas que nem o seu significado sabem! Com esta atitude, corremos o risco de se tornar vulgar, o que não é nada bom. Gosto que se as pessoas estão descontentes, que o manifestem, e o povo fá-lo de forma exemplar sem dúvida, mas novos caminhos têm de ser seguidos, não devemos ficar agarrados ao passado e pegar em símbolos de outrora para escrever a história de hoje, devemos sim encontrar novos caminhos, para o caso, novas musicas, tal como temos encontrado novas formas de manifestar, senão podemos estar a preparar um futuro igual ao de hoje daqui a outros 35 anos.
Não defendo com isto que a Grândola deva ser colocada na gaveta, não, deve ser cantada em momentos específicos e não apenas porque apetece a alguém. Hoje por exemplo, todo o país estará em manifestação em todas as capitais de distrito, ás 18h30 será catada em uníssono a Grândola, grande feito a meu ver, mas por outro lado, esta semana ouvi esta mesma musica numa discoteca, ridículo!

Acho por tudo isto que devemos sim mostrar o nosso desagrado, mas de forma criativa e responsável, não ficarmos agarrados ao passado, até porque não gostaria de daqui a 35 anos viver num país como Portugal se encontra hoje, ambiciono algo melhor para Portugal!

NOTA: este texto foi escrito antes da manifestação

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