segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Comparações com a Grécia...outra vez

Uma comparação que parece ser incontornável.
Em 2011, era sucessivamente capa de jornal as declarações e pretensões do Governo em não comparar Portugal à Grécia. Todos em Portugal queríamos essa não comparação, pois a Grécia era vista como muito má aluna, digamos assim, e Passos Coelho estava decidido em tornar Portugal no menino bonito da Europa.

Ora, acontece que, a parte em que o objetivo era evitar essa comparação incontornável, e em que se passou até, a querer comparar Portugal à Irlanda, outra comparação que, a meu ver, não pode ser feita, pois os meios são muito diferentes, apesar do fim ter sido idêntico.

Quem ouvir a mensagem de ano novo do Presidente da República, não só fica com a sensação de déjà vu, pois Cavaco Silva tem-se repetido ano após ano, mas podemos verificar também o medo/receio de que Portugal se possa tornar numa Grécia, um país ingovernável.

Publicado hoje, o artigo de opinião de Rui Ramos, no Observador, intitulado de "A Grécia em português", dá nota desta comparação acima referida, em que a perspetiva apresentada se baseia em que com legislativas a aproximarem-se, de onde poderá não sair uma maioria absoluta e com um PR que será substituído no espaço de um ano, Portugal poderá tornar-se facilmente num caso idêntico ao Grego. Aconselho leitura.

Acontece que, a perspetiva que aqui estou a apresentar é a de que, tal como em muitas outras matérias, este Governo vê as suas intenções não corresponderem à verdade, dito simpaticamente.
Também através do Observador, e desta vez através da newsletter, que recomendo, de David Dinis, a 360º, dei conta de que, o ir além da Troika, levou o Governo a despedir o dobro (80 mil) funcionários públicos do que o previsto no memorando e viu o número de doentes que tomam a cara medicação da hepatite C reduzida em metade (70 pessoas, apenas).

Para finalizar, concluo que, para devaneio deste executivo, a intenção de não ser comparado à Grécia foi aquém do esperado. E o mais surpreendente é que, foi o seu maior aliado ( o PR) levantar o véu!

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