sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Haverá mudança ou não?

No próximo domingo realizar-se-ão eleições primárias no PS para escolher o candidato a Primeiro-Ministro por parte deste partido. Os dois candidatos, como todos sabem, é António José Seguro, que é o actual líder e já o é desde 2011, e o actual Presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, que após a vitória escassa do PS nas europeias se disponibilizou para ser líder do PS.

Até aqui, já todos estamos fartos de saber.

Acontece que Seguro prometeu que se não ganhar, se demite imediatamente. O que torna esta eleição não no candidato, mas sim no líder do partido.
E outro aspecto interessante, é que já antes desta disputa interna, o slogan do líder do PS era "Mudança". Não tem mal nenhum. Mas não deixa de ser engraçado que tenha mantido o mesmo slogan para estas eleições, uma vez que para haver mudança no partido, o próprio terá de sair para entrar... Costa.

Olho para esta campanha com alguma tristeza. Desculpem, minto. Muita tristeza. Houveram grandes ataques pessoais, e não grandes tomadas de posição. Minto outra vez. Seguro é que fez ambos. Ora fez ataques serrados ao autarca e também tomou posições como prometer que se demite de PM (legislativas só em 2015 e se for ele o candidato do PS e se vencer nacionalmente) caso encontre um país com a necessidade de aumentar os impostos. Dadas as últimas legislaturas, é sem dúvida, uma promessa ousada.
Atenção que não pretendo com este artigo fazer oposição a AJS, apesar de todos saberem que apoio Costa. Até porque, me surpreendeu, não apenas todas as histórias e biografias sobre o próprio me revelaram uma pessoa que construiu uma vida inteira em torno da política, sem ter nascido num "berço d'ouro", mas também porque, a meu ver, conseguiu sair melhor do que António Costa no primeiro debate e teve uma postura muito mais agressiva que até então, o que sugere, por si só, que caso vença domingo, conseguirá fazer uma oposição melhor em 2015 para vencer. Mas não passa disso, um debate em que sai melhor, e de um político toda a vida.

Já António Costa tem provas dadas, e boas, sim, porque é importante que não sejam provas fracas.

Dir-me-ão, mas Pedro, as diferenças entre ambos, em concreto, não são substanciais. Pois não, já por isso é que ambos fazem parte do PS, e ambos deverão, à priori, ter o mesmo ponto de vista acerca dos pontos fulcrais da nossa sociedade. Mas para se ser líder, é preciso ser-se líder. Logo, o que está em jogo, é mais de carácter pessoal. Obviamente. E nisso, penso que António Costa não deixa margem para dúvidas.

Mas não me vou alongar muito e... mais que a vitória de Costa, espero que todos vão votar para ser um processo eleitoral de sucesso e também que no dia seguinte, o partido não esteja partido.

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