segunda-feira, 5 de maio de 2014

Limpinha, limpinha, limpinha...



A saída de Portugal do memorando é considerada limpa...

Primeira questão, o que é saída limpa e saída, por seu turno, suja?
Segunda questão, para além das euforias parlamentares, que debate se fez acerca da saída de Portugal e da preferência dos portugueses?
Última questão, para já, esta saída é boa para Portugal?

Muito sinceramente, não sei responder às duas primeiras perguntas, mas creio que uma saída limpa, poder-se-à entender como uma saída benéfica para os portugueses, onde estes estejam melhores daquilo que se encontravam quando o mesmo memorando começou. O que por sua vez, faz de uma saída suja a situação em que os portugueses se encontrem piores do que aquilo em que se encontravam. Mas isto é apenas a minha opinião. Não obstante, e por achar que não se verificar limpeza nesta saída, esta passará a constar entre aspas de ora em diante.
No que consta a debate, sem ser as trocas de palavras acesas entre deputados com aspirações a (...), não vida nada de concreto a não ser nos jornais fluxogramas bonitos a tentar explicar aquilo que é um programa cautelar, no dia seguinte a esta expressão tomar conta das nossas vidas.

Quanto à última questão, aqui já posso explorar um pouco mais, não me parece que seja assim tão boa. E explico porquê!
Não sou daqueles que agora, depois da banda passar, e do jogo ter acabado, lança prognósticos que vão ao encontro do que aconteceu, ou seja, não sou daqueles que agora dizem sempre terem previsto e preferido uma "saída limpa". Quem lê o PNP habitualmente, sabe que sempre achei que se verificaria esta saída, mas que preferia um programa cautelar.

Vejamos... Estamos em ano eleitoral (e ainda assim os impostos aumentaram, imagine-se que não haviam eleições), eleições essas europeias, onde se vota aquilo que foi feito nos últimos 5 anos a nível europeu. E o que foi feito? Austeridade em toda a sua força sobre os países do sul. Ou seja, o que dia 25 de maio vamos votar, é se queremos que esta política de austeridade continue ou não. Ora, quem a defende (Merkel and friends), precisa de casos de sucesso just in time para que a ideia que fique seja do melhor que o mundo pode conhecer! Mas a verdade não é bem esta!

É verdade que temos assistido a melhorias nos indicadores macroeconómicos, sim é verdade, mas o que é que isso vale no dia-a-dia das pessoas? Eu percebo que não se sinta as diferenças de um dia para o outro, claro que não, mas pensei eu, na minha ignorância, que pelo menos não seriam agravados os nossos sacrifícios e que com o devido tempo, se reflectissem nos nossos dias as melhorias com mais emprego, mais poder de compra... enfim, pensei eu!

A Europa tem sido muito eficaz a esconder o que quer para determinados fins, e para fundamentar basta recordar a Grécia, em que se queria a todo o custo que entrasse no Euro e permitiu-se uma ocultação sem precedentes de dados económicos em prol de défices que não eram verdadeiros! O que é que isto tem a ver com o caso português? Tudo, tudo porque podemos estar, e eu acho que estamos, a ser enredados numa linda e bonita lição de como equilibrar contas públicas, sem que se olhe a quem se pede sacrifícios e que sacrifícios são pedidos. Por um resultado eleitoral, tudo!

Mas temos uma coisa boa, é que os portugueses que estão a emigrar involuntariamente vão fazer passar a mensagem lá fora de que, apesar dos números serem positivos, o que se está a passar cá dentro nem a razoável chega!

Talvez não se recordem, mas o que fez com que as taxas de juro (principal indicador) baixassem foi uma declaração do Presidente do BCE em que defende o euro até ao fim, aconteça o que acontecer. Logo, foi aqui que os mercados perceberam que não valeria a pena massacrar mais os países do sul.

Mas muito sucintamente, olhemos para esta dita "saída limpa".
Depois dos nossos governantes defenderem uma descida dos impostos, eles através do DEO, aumentam. Este documento é apresentado dias antes do anúncio em que Passos Coelho afirma uma saída sem cautelar. Tudo isto um mês antes das eleições... enfim, coincidências.

Para terminar, e uma vez que já me alonguei um pouco, apenas fazer notar que, Passos Coelho e os restantes governantes, nacionais e europeus, afirmam haver um cautelar na gaveta pronto a ser accionado. Dia 26 de maio falaremos sobre ele!

Sem comentários:

Enviar um comentário