segunda-feira, 21 de abril de 2014

Portuglanda



Nos últimos dias, principalmente depois da entrevista que Pedro Passos Coelho deu ao jornalista José Gomes Ferreira, temos assistida a uma comparação intensa entre Portugal e a Irlanda.

Neste ponto, dou desde já, os meus parabéns ao Primeiro-Ministro. Logo quando tomou posse, o que fazia manchete eram as suas declarações de que não queria que Portugal fosse uma segunda Grécia, não admitia sequer vir a ser comparado. Hoje, 3 anos depois e principalmente, um memorando de entendimento/empobrecimento depois, vemos que o nosso país tem sido, correcta ou incorrectamente, apenas comparado à Irlanda. Objectivo nº 1 de Passos Coelho: Check!

Agora, todo este júbilo por, aparentemente, se chegar à data prevista e conseguir cumprir o contrato, não deve ser motivo de tanta satisfação por várias razões, mas só vou evocar duas! Uma, é que o normal, é cumprir-se um contrato, logo, o seu cumprimento não é motivo por si só de "festa" mas antes, o seu não cumprimento, deve ser motivo de repúdio. Dois, é preciso olhar aos meios para atingir os fins, e empobrecer o país da forma como foi feito, é muito diferente de desvalorizar uma moeda como anteriormente se verificou entre outras medidas.

Outras questões que me fazem alguma confusão, é o facto de ainda termos taxas de juro elevadíssimas, uma dívida que demorará anos a fio, gerações inteiras para que se consiga saldar. 
Este Governo tem, constantemente, sacrificado os funcionários públicos e pensionistas em prol da consolidação, necessária, das contas públicas. A meu ver, é injusta esta receita.

Esta comparação constante entre Portugal e Irlanda, e uma vez mais, o nosso país parecer ter a necessidade de seguir os outros, está a despoletar em mim um sentimento de profunda tristeza. Não há um PM ou Vice-PM que diga: Não nos comparem a ninguém! Nós temos o nosso valor. Estas (x,y,z) são as nossas valências, os nossos activos, as nossas mais valias. Ou seja, ninguém nos defende? Temos necessariamente de ter uma saída como A, B ou C? Porque não podemos ter uma saída à portuguesa?

Gostaria muito de ver os nossos agentes políticos reflectirem sobre isto, e pensarem que estão a actuar para o povo português, e não num show off europeu, com vista eleitoralista e faça aquilo que deve fazer... independentemente daquilo que os outros façam ou deixem de fazer!

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