quinta-feira, 23 de abril de 2015

Acabou o diz que disse

Muito já se tem escrito sobre cada uma das propostas, sendo que acredito que muito poucos foram os que leram o documento na integra. Falo claro, do estudo que 12 economias elaboraram que servirá de base, para que o PS faça o seu programa de Governo.

Ainda a apresentação estava a ser feita, e já haviam conclusões a tirar de um documento com cerca de 100 páginas. Fico surpreendido por ver a quantidade de speed readers que Portugal tem...

Depois de apresentado este documento, e onde constam medidas que o PS poderá levar a cabo, caso seja Governo, tudo será diferente daqui até ao dia das eleições. A rutura entre PS e maioria está agora muito clara. Está tão clara, que os únicos partidos a reagir ao documento, foi o PSD e o CDS. Os da esquerda, LIVRE PCP e BE preferiram não se expressar. Caso o fizessem, creio que teriam séria dificuldades em criticar.
A partir de agora, já não há desculpas. Já há resultados de 4 anos de governação, com algumas propostas dessa mesma coligação para os próximos 4 anos, e já há também algumas propostas do maior partido da oposição... Já não se vai discutir mais o diz que disse. 

O PS foi, uma vez mais, inovador na democracia. Não me refiro apenas ao tempo em que foi o grande impulsionador da democracia em Portugal, mas apenas e só destes últimos 12 meses. Desde que António Costa se mostrou disponível para liderar o PS, aliás, para ser o candidato a Primeiro-Ministro pelo PS, vimos já de forma inédita eleições primárias num partido, a abertura a simpatizantes, a abertura ao cidadão para apresentarem propostas a incluir no programa apresentado pelo PS e agora vemos ser apresentado um estudo macroeconómico, com simulação de medidas, para que se evite os vídeos virais que por aí andam, em que Passos Coelho antes das eleições dizia fazer uma coisa, e no cargo de PM, fez exatamente o oposto.
Não, o PS é diferente, e como disse o secretário-geral na festa da democracia, no passado domingo: "Palavra dada é palavra honrada".

Esta é uma nova realidade para a nossa democracia, este, é o caminho de aproximação do eleitorado ao eleitor.

Gostaria de terminar a deixar um desafio aos canais de televisão e jornais, principalmente aos mais sensacionalistas, que façam uma sondagem verdadeira. Creio que a descolagem de que se tem falado está aí ao virar da esquina...

Sem comentários:

Enviar um comentário