sexta-feira, 17 de abril de 2015

A descolagem está a tardar... mas vai chegar.

Hoje ficamos a saber, uma vez mais, que o PS ainda não descolou nas sondagens.
Ora, há várias formas de interpretar tal situação, entre elas, a de dramatizar, outra poderá ser a de tentar perceber porquê e ainda uma outra, a de desvalorizar.
A minha favorita é tentar perceber o porquê. Até porque qualquer uma delas me parece exagero.

Dramatizar é puxar demasiado a brasa à sardinha daqueles que achavam desnecessária a atitude de Costa se disponibilizar à liderança do PS. Eu, como sabem, apoiei e votei no António Costa, e olho com bastante agrado para a democratização que foi introduzida no PS por via dessas primárias. A mais não seja, e não tendo um custo nas intenções de voto, visto que se mantém mais ou menos igual à vitória nas europeias, o beneficio dessas eleições para o candidato a Primeiro-Ministro cobrem bem o custo de um ano praticamente iguais nas sondagens. E deveremos ter em conta que estamos a comparar as eleições europeias com as sondagens para as legislativas. Porque se bem me lembro, nessa mesma noite, a TVI lançou uma mega sondagem em que dava apenas por décimas a vantagem ao PS caso aquelas eleições fossem para as legislativas. Mas ainda assim...

Já desdramatizar não figura como favorita porque quando António Costa se disponibilizou para a liderança do partido, inevitavelmente, houve uma divisão no mesmo. E isso, tem um custo, obviamente. Outro aspeto é precisamente o facto de não se verificar aquilo que muitos esperariam, que fosse quase automático que o PS descola-se para a maioria absoluta nas intenções de voto, e que se verificasse e traduzisse a vitória que Costa obteve, expressiva, de 70%-30%.

Mas vamos tentar perceber o porquê...
Até agora, depois da vitória nas europeias, o PS entrou numa guerra interna, que durou meses, ou seja, faz com que não estejamos a falar de 11 meses, mas antes de uns 6 meses de liderança do ex-autarca. Depois, e após eleições primárias de Setembro, no fim de semana em que António Costa era eleito líder oficial do partido, o único homem que até agora deu uma maioria absoluta ao PS foi detido. Não obstante, ainda não foram apresentadas grandes ou substanciais propostas, ou pelo menos, ainda não se conseguiu clarificar os eleitores do que fará o PS, sendo que é algo que está a tardar em aparecer, mas que ao mesmo tempo, ainda estamos muito longe das eleições. Sim, porque na política, meio ano é uma eternidade.

Dados todos estes factores, creio que o PS tem todas as condições para, nas urnas, descolar para a maioria absoluta. A distância do PS para a maioria absoluta é menor do que para o PSD... e isso tem significado valor, quando ainda falta apresentar o programa, que pode mudar as regras do jogo a seu favor.

Sem comentários:

Enviar um comentário