quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Ai Costa, a vida Costa

Ao longo dos últimos meses, mais precisamente, desde maio do ano passado, muitas expectativas têm sido depositadas no atual líder do PS, António Costa.

Desde aquela noite em que o Partido Socialista venceu as eleições europeias, e que souberam a derrota, por ter sido com uma vantagem tangencial, e consequentemente a disponibilidade demonstrada pelo Presidente de Câmara, que as expectativas de uma revolução no partido se estenderiam até uma grande vitória (leia-se maioria absoluta).

Ora, todos sabem que eu o apoiei, e que continuo a achar que valeu a pena, pelo menos Costa tem mais carisma e liderança que Seguro, requisitos essenciais para a liderança de um partido.
Acontece que, até agora, ainda não vimos nada de extraordinário de António Costa. E custa-me dizê-lo! Pois acredito que ele dará um excelente Primeiro-Ministro. Mas para tal, terá de apresentar ideias e propostas, concretas, e não apenas linhas condutoras superficiais.

O líder do PS prometeu para a primavera, um documento com propostas, uma agenda para a década, baseado num estudo macroeconómico que está a ser levado a cabo. O que eu admiro, sinceramente. Pelos vistos estamos perante alguém que se quer sentir preparado e que quando falar, diga algo a sério, realista. Porém, o tempo passa. 

Os meses vão passando e com isso temos 2 cenários:

1. A expectativa cresce, e o grau de exigência para que surja um documento com políticas muito diferenciadoras também;

2. O entusiasmo vai-se desmoronando, dando lugar a uma interrogação óbvia: mas afinal, o que queria ele?

Por outro lado, podemos ainda olhar para a atuação de Costa com o caso da Grécia, onde um nítido compasso de espera por resultados em concreto dominam a sua ação. E agora, que a Grécia viu-se obrigada a recuar, ainda bem que assim está a fazer.
Não nos podemos ainda esquecer que, as pessoas se vão esquecendo, e que os entusiasmos vêm e vão, tal qual como aconteceu com as primárias, aqueles 2/3 meses pareceram uma eternidade, e ainda assim, a vitória do atual líder contou com 70% dos votos.

Resumindo e concluindo, percebo a estratégia de António Costa em querer não se comprometer muito com o que não sabe no que vai dar (Grécia, politicas nacionais, ...), no entanto, o silêncio não é solução.
Se António Costa quer realmente vencer com maioria absoluta, terá de apresentar um programa que surpreenda pela positiva e que seja o verdadeiro mote de partida, caso contrário, talvez por um voto perca as eleições.

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