quarta-feira, 3 de julho de 2013

O fim da incompatibilidade



Outrora, num outro artigo, defendi que Paulo Portas tinha perdido a sua oportunidade de se demitir do Governo, mas agora, depois de ler a sua carta de demissão, dou o braço a torcer e concordo com a sua demissão. Este Governo conseguiu criar mais discórdia entre os seus líderes de coligação.

Paulo Portas discorda à muito com a política financeira deste Governo, à muito que tem assumido publicamente, e a escolha desta ministra foi a gota de água. Segundo o líder do CDS, o que o levou a demitir-se foi o facto de o PM não o ter tido em conta, na sua decisão de escolher Maria Luís Albuquerque para esta pasta tão importante. Invoca na sua carta de demissão, o facto de não ir contra os seus princípios. Louvo esta atitude!

No entanto, neste momento, como em qualquer outro, uma crise política não é conveniente. Estamos a meses de reentrar nos mercados. Estamos sob assistência financeira externa. Estamos com desemprego elevadíssimo, défice elevado e uma dívida impagável. Estamos também a meio deste mandato legislativo.

Contudo, não se deve, tal como já com Gaspar, manter ministros a governar contra a sua vontade.
Esta situação leva-nos a ingovernabilidade  tal como em 2009 quando Sócrates ganhou as eleições e governou em minoria. Hoje, poderá ter consequências bastante mais graves para as gerações vindouras.

O que deve, com tudo isto, Cavaco Silva fazer? Ainda faltam 2 anos de mandato ao PSD, que pode governar sozinho ou procurar outra coligação. 
A meu ver, e tal como já referi, um Governo de salvação nacional ou de iniciativa presidencial, ou então, chamar os portugueses ás urnas. É óbvio que Passos Coelho  não tem mais legitimidade para governar, e como tal, o PR tem de agir como chefe de Estado que é.

Neste momento, o PS tem um papel fundamental na política nacional, tal como sempre o tem, mas hoje, como líder da oposição, tem de demonstrar responsabilidade e que está preparado para ajudar os portugueses e Portugal a superar esta crise, seja qual for o caminho seguido.

Para finalizar, e sem ironia, dou uma vez mais os parabéns ao PM pelo seu sentido de Estado, em que afirma que irá levar a sua avante até ao fim. Só demonstra que está a fazer o melhor que sabe e que está convicto de que isto é o melhor para Portugal. Pena ser apenas ele e o morador de Belém que acreditam nisto, mas um dia mudará. 

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