terça-feira, 1 de outubro de 2013

Autárquicas 13' : ascensão independente



Como temos visto, e eu mesmo o tenho feito aqui no PNP, estas eleições podem, e devem ser, alvo de reflexões. Principalmente para os partidos.

Em primeiro lugar, deve-o ser porque é esse a principal função destes.
Em segundo lugar, porque houve uma grande mudança no panorama nacional, a nível do poder local. Uma área que era dominada pelo PSD já à alguns anos, foi agora conquistada, de forma completamente avassaladora pelo Partido Socialista. Isto tem de certeza alguma explicação, que ultrapasse a governação. Por outro lado, o PS que está na oposição teve o dobro dos votos que o seu principal adversário, e isto não se deve somente à forma como o PS está a fazer oposição.

Para mim, o que explica estes resultados acima referidos, é o facto de as pessoas estarem fartas. E a verdade seja dita, o PSD como presidente na ANMP pouco ou nada fez para uma articulação eficaz dos municípios de todo o país.

E esta ideia de que as pessoas estão fartas, é confirmada pelo resultado que os independentes conquistaram! Em 2009 conquistaram 7 autarquias, desta vez foram 13, quase o dobro. Foram quase 345000 os votos que os portugueses lhes confiaram, conquistaram autarquias como o Porto, como Matosinhos, disputaram abertamente as eleições com os partidos. Em Sintra, podemos até considerar que empataram, foi por muito pouco que não vimos mais uma câmara a ser "entregue" a um candidato independente. E isto não merece uma reflexão dos partidos? É claro que sim.

Para mim, este resultado dos independentes quer dizer que o povo está farto dos partidos, das suas metodologias, dos seus processos, da forma como estão na sociedade... no fundo, da forma como fazem política. É fulcral, para a saúde da democracia, que os partidos mudem. As organizações partidárias são essenciais à democracia e a iniciativa particular também. Os independentes mostraram no Domingo que existem muitos milhares de pessoas que querem um destino diferente. Que as pessoas querem algo menos formal e mais dinâmico, que vá mais ao encontro de cada um de nós.

Estes parecem-me ser, sem dúvida, os pontos essenciais de partida para uma discussão séria e realista que tem de acontecer no seio dos partidos políticos em Portugal. Principalmente nas juventudes partidárias, que são os jovens de hoje, o futuro de amanhã.

E para confirmar esta minha opinião, e em jeito de conclusão, temos também de ver que, os candidatos independentes tiveram mais votos que o CDS e BE juntos, isto é, dois partidos, de quadrantes diferentes, um de oposição e outro de Governo, um que conquistou autarquias e em crescimento ( de uma para cinco) e outro que perdeu a sua única câmara. Um de esquerda e outro de direita. 
No fundo, os candidatos independentes tiveram mais votos que dois partidos do arco parlamentar. 

Dá que pensar...

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