Apesar de ter crescido no distrito do Porto, aliás, cidade que me viu nascer, apenas ontem entrei no mítico Rivoli. Foi um prazer, tanto maior agora que a sala homenageia aquele que foi, porventura, o maior ícone da cidade, Manuel de Oliveira.
O que me levou ontem até à invicta, aquela ilustre sala, foi ver e ouvir o próximo Presidente da República discursar. Na verdade, parecia cantar. Pois era música nos ouvidos de todos nós que enchiamos a sala pelas costuras.
Não irei aqui explicar o que foi ou não dito, mas sim testemunhar aquilo que foi vivido. Que para mim, tem um imenso valor e que jamais esquecerei.
Logo no átrio, enquanto as portas da sala ainda estavam fechadas, sentia-se um laivo a intelectualidade ímpar. Com todo o respeito aos políticos com que já me cruzei, em campanhas ou não, nunca tinha sentido aquele ar, nunca respirei tanto entusiasmo e sabedoria, nem mesmo na Universidade. Daqui poder-se-à deduzir uma das duas coisas, ou inexperiência minha, ou realmente era um ambiente diferente o de ontem.
Para dar seguimento ao que no átrio se passava e sentia (na minha perceção), no palco, 3 bandeiras (portuguesa, europeia e cplp), um púlpito de acrílico (creio) e um piano. Antes da chegado do homem do momento, já com a sala cheia, todos aplaudiram de pé, entusiasticamente, a entrada de Ramalho Eanes. Entre este momento e o início do discurso, ainda sem se por a vista em cima do ex-reitor, um recital a solo e outro acompanhado de uma voz explendida.
Eis o momento, Sampaio da Nóvoa surge numa das laterais do palco. A sala foi abaixo.
Foi com um longo e caloroso aplauso que todos o recebemos. Nesse momento, fiquei com pele de galinha, e não estava frio nenhum nem corrente de ar naquele sítio.
A cada frase do homem que ninguém tirava os olhos, um novo aplauso. Um segundo para respirar, e aplausos se ouviam. Incrível.
Por fim, e já todos maravilhados com o que se tinha ouvido durante pouco mais de 30 minutos, de novo a voz e o piano entram em cena. O público levantou-se quando se apercebeu o que iria passar. Começava o hino nacional. Ninguém ficou indiferente à forma como este foi entoado.
São momentos como estes, que me fazem levantar todos os dias.
São estas as recordações que quero um dia levar.
O PS não sei, mas eu apoio Sampaio da Nóvoa!
Muito bom o texto. Também eu senti a mesma emoção no Teatro da Trindade, em Lisboa. Só não gostei foi do "enchia-mos" (3ª linha do 2º parágrafo). Porquê o hífen? É que se escreve "enchiamos".
ResponderEliminarBoa tarde Noémia.
EliminarÉ realmente, uma candidatura que tem tudo para disputar a vitória, acho.
O hífen estava lá para ver se as pessoas estavam atentas. Passou no teste. Estou a brincar, trata-se obviamente de uma gafe. Obrigado pelo reparo. Convido-a a ler o PNP com regularidade e a enviar o seu feedback, crítica ou sugestão sempre que o entender. Muito obrigado uma vez mais