terça-feira, 26 de maio de 2015

Na primeira pessoa

Apesar de ter crescido no distrito do Porto, aliás, cidade que me viu nascer, apenas ontem entrei no mítico Rivoli. Foi um prazer, tanto maior agora que a sala homenageia aquele que foi, porventura, o maior ícone da cidade, Manuel de Oliveira.

O que me levou ontem até à invicta, aquela ilustre sala, foi ver e ouvir o próximo Presidente da República discursar. Na verdade, parecia cantar. Pois era música nos ouvidos de todos nós que enchiamos a sala pelas costuras.

Não irei aqui explicar o que foi ou não dito, mas sim testemunhar aquilo que foi vivido. Que para mim, tem um imenso valor e que jamais esquecerei.

Logo no átrio, enquanto as portas da sala ainda estavam fechadas, sentia-se um laivo a intelectualidade ímpar. Com todo o respeito aos políticos com que já me cruzei, em campanhas ou não, nunca tinha sentido aquele ar, nunca respirei tanto entusiasmo e sabedoria, nem mesmo na Universidade. Daqui poder-se-à deduzir uma das duas coisas, ou inexperiência minha, ou realmente era um ambiente diferente o de ontem.

Para dar seguimento ao que no átrio se passava e sentia (na minha perceção), no palco, 3 bandeiras (portuguesa, europeia e cplp), um púlpito de acrílico (creio) e um piano. Antes da chegado do homem do momento, já com a sala cheia, todos aplaudiram de pé, entusiasticamente, a entrada de Ramalho Eanes. Entre este momento e o início do discurso, ainda sem se por a vista em cima do ex-reitor, um recital a solo e outro acompanhado de uma voz explendida.

Eis o momento, Sampaio da Nóvoa surge numa das laterais do palco. A sala foi abaixo.
Foi com um longo e caloroso aplauso que todos o recebemos. Nesse momento, fiquei com pele de galinha, e não estava frio nenhum nem corrente de ar naquele sítio.

A cada frase do homem que ninguém tirava os olhos, um novo aplauso. Um segundo para respirar, e aplausos se ouviam. Incrível.

Por fim, e já todos maravilhados com o que se tinha ouvido durante pouco mais de 30 minutos, de novo a voz e o piano entram em cena. O público levantou-se quando se apercebeu o que iria passar. Começava o hino nacional. Ninguém ficou indiferente à forma como este foi entoado.

São momentos como estes, que me fazem levantar todos os dias.
São estas as recordações que quero um dia levar.

O PS não sei, mas eu apoio Sampaio da Nóvoa!

2 comentários:

  1. Muito bom o texto. Também eu senti a mesma emoção no Teatro da Trindade, em Lisboa. Só não gostei foi do "enchia-mos" (3ª linha do 2º parágrafo). Porquê o hífen? É que se escreve "enchiamos".

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Boa tarde Noémia.
      É realmente, uma candidatura que tem tudo para disputar a vitória, acho.
      O hífen estava lá para ver se as pessoas estavam atentas. Passou no teste. Estou a brincar, trata-se obviamente de uma gafe. Obrigado pelo reparo. Convido-a a ler o PNP com regularidade e a enviar o seu feedback, crítica ou sugestão sempre que o entender. Muito obrigado uma vez mais

      Eliminar