terça-feira, 17 de junho de 2014

A oligarquia montada.



Tenho muita pena de ter chegado a esta conclusão, mas o PS está a dar uma prova claro, do porquê dos partidos terem de mudar.

O mais engraçado, sem ter piada nenhuma, é que não foi assim à tanto tempo que o Partido Socialista se blindou, estatutariamente, da forma como está.
Esta disponibilidade de António Costa está-se a revelar revolucionária na forma como os partidos estão organizados. Nomeadamente, e é aqui que me entristece, o partido da vanguarda da democracia, a quem muito Portugal lhe deve pela forma livre como vivemos hoje, se está a revelar uma oligarquia perfeita.
A propósito, o artigo hoje publicado no jornal i, de Jorge Lacão, a meu ver, está perfeito e bastante explicativo.

Isto trocado por linguagem mais legível, podemos ver que António José Seguro está agarrado à cadeira do poder, e que de lá não sairá assim tão facilmente. Primeiro ponto, e que já dei conta num outro artigo, é que a legitimidade do mesmo, perante a contestação, é nula. Mais, uma pessoa que recorre à secretaria para justificar e argumentar a sua continuação na liderança do partido, não merece ser Primeiro-Ministro.
Seria bonito, e benéfico para o PS, mas principalmente para o país, Seguro convocar, sem medo, eleições, nem que fosse por via da sua demissão.
Porque é que o país ganhava? Porque o Governo teria oposição. Neste momento, o maior partido da oposição anda a discutir estatutos, e não políticas públicas. A decisão do Tribunal Constitucional, o vergonhoso pedido de esclarecimentos e o pior ainda, as declarações de Passos Coelho acerca dos juízes do TC passaram despercebidos. E é vergonhoso.

Uma vez mais, Seguro mostra que não está em condições de liderar o PS, até porque, caso argumente, em momento algum que está no pleno exercício das suas funções, torna-se automaticamente numa mentira.

A ideia que a direcção do partido com o qual me identifico está a demonstrar, que tudo aquilo que é dito nos cafés, acerca do sistema partidário português, afinal, não é tão descabido como acreditava que era. A ideia de que são apenas uns quantos a mandar, que quem lá está, de lá não sai e de que quem quiser, lá não chega por causa de haver uma máquina montada, viciada, tem-se mostrado verídica.
E eu, não me identifico com estas ideias, caro António José Seguro...

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