quinta-feira, 26 de julho de 2012

As contas da Grécia

Acabo de ler no "ionline" que a Troika e o Governo grego acordaram em cortar cerca de 11,6 mil milhões de euros nos próximos dois anos!

A formula ainda não é conhecida, mas não deverá ser muito longe de uma palavra que tem assombrado toda a europa, austeridade! Segundo o artigo, deverão ser cortados salários aos funcionários públicos e uma outra vertente afectada será na saúde!
Ou seja, mais do mesmo! A Grécia está à cinco anos em recessão, teve já dois pacotes de ajuda externa, várias medidas de austeridade, eleições com resultados particularmente interessantes de avaliar e o que a Troika e o Governo pretendem é continuar com a austeridade excessiva que tem vindo a destruir as economias europeias. 


Isto não se passa só na Grécia mas também nos países mais frágeis, como Irlanda (que já se encontra em recuperação) , Espanha ( que a cada dia que passa está mais próximo do abismo ) , Portugal ( a cumprir à risca o programa de ajustamento, e os efeitos estão muito aquém do esperado) e também Itália ( que está a ser segurada pelas pontas, pois em caso de necessidade de ajuda não deverá haver forma de o fazer ) . Daqui podemos concluir que a austeridade não é solução para a actual crise, pelo que proponho que a UE faça uma cimeira realmente conclusiva e que as conclusões que de lá advenham sejam produtivas. 
Entre outras medidas que poderiam ser solução, e a haver cortes que são necessários, aumentos de impostos sim, mas não da forma como estão a ser feitos, não sobre o consumo mas sim deverão incidir sobre os rendimentos. Os que têm rendimentos superiores à media nacional, pagarem mais de contribuição, ou seja, progressivamente. Os cortes de grande escala serem nas obras públicas e não na educação e saúde. 

7 comentários:

  1. A cadência do seu raciocínio estaria certa se tivesse tido em conta que desde que a Grécia pediu auxílio da UE/FMI tivesse cumprido o que ficou acordado.

    Contudo, a Grécia não tem tomado as medidas do lado da despesa a que se comprometeu nos diversos pacotes de ajuda, como tal, todos os anos os desvios orçamentais têm sido colossais.

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    1. Correcção:
      A cadência do seu raciocínio estaria certa se tivesse tido em conta que desde que a Grécia pediu auxílio da UE/FMI tinha cumprido o que ficou acordado.

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  2. É certo o que disse! A Grécia não tem cumprido com os programas de ajustamento! Agora a minha dúvida é, se não cumpriu nunca com as normas da UE, se ao primeiro resgate, não cumpriu nos cortes da despesa, o porquê do segundo e "desenho" do terceiro pacote de ajustamento?
    E o que trata este texto é de austeridade, tal como vemos em Portugal, a minha questão agora é, estará a resultar? Depende dos pontos de vista, se queremos um país recessivo e sem produção e consumo, fantástico. Se queremos uma política a pensar nas pessoas, tenho dúvidas de que esteja a resultar, até porque o desemprego está a aumentar, o poder de compra a diminuir e pior ainda, os portugueses e seus direitos não estão a ser respeitados!
    A cada visita da troika a portugal para avaliação do cumprimento do programa e sucessiva "nota positiva" fico perplexo como é isso possível uma vez que em notas de rodapé e em tom de alerta, o que alegam é a taxa de desemprego aumentar drasticamente e a produção e consumos estarem abaixo do esperado. Afinal de contas o que é que é pretendido?

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  3. Meu caro, parece-me claro que não há um sentido de democracia e cultura dentro de si. Só essa carência me permite compreender como você pode pôr em causa o "resgate" da Grécia, seja o primeiro, segundo, terceiro ou até um quarto.

    Deixar cair a Grécia é acima de tudo, bem mais do que deixar cair uma economia obsoleta, deixar cair os valores da Democracia, o berço pela qual a sociedade ocidental se rege. É incomensuravelmente pisar os pilares do Mundo actual pelo capitalismo sedento e selvagem, que há mais de 70 anos se tenta suavizar.

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  4. Quanto ao estado de Portugal, parece-me claro que estamos a caminhar para um estado bem mais eficiente e eficaz. Finalmente, estamos a passar de um Estado controlador e que consome mais de metade dos recursos gerados, para uma economia exportadora, empreendedora e onde pontifica a inovação.

    Não se percebe como em legislaturas anteriores se insinuava que não sabia onde cortar nos recursos humanos, quando ainda este ano foram detectados mais de 50 mil professores com "horário zero" e na administração pública existem quase 20 mil funcionários a mais. Só me resta depreender que é pura demagogia ideológica dos anteriores governos.

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  5. Eu nunca defendi que a Grécia deve sair do euro! Pelo contrário, temo-nos de apoiar uns aos outros... Eu apenas critico a forma como estão a ser feitos os cortes! Não creio que seja aumentando o desemprego que as economias melhorem na realidade! Disfarçar deficits (como aconteceu em 2011) ou viver dependente das agencias de rating não me parece que seja o objectivo principal de um governante!
    Quanto a Portugal, é com tristeza que vejo a despesa a aumentar e a receita a reduzir quando comparado com o mesmo periodo do ano passado. E estes factos resumem-se a que? Uma vez mais ao desemprego pelo lado da despesa e redução do consumo pelo lado da receita!

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  6. Meu caro, nestas suas palavras "Agora a minha dúvida é, se não cumpriu nunca com as normas da UE, se ao primeiro resgate, não cumpriu nos cortes da despesa, o porquê do segundo e "desenho" do terceiro pacote de ajustamento?", qualquer pessoa depreende que está contra uma eventual ajuda helénica.

    Quanto a Portugal, felizmente a despesa está inclusive abaixo do limite estabelecido pela Troika, a quebra das receitas é explicada pela teoria de um senhor denominado Laffer.

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