quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O que se passa no PS?

Eu não sei que interesses poderão estar por trás de certos comportamentos, nem mesmo se eles existem, mas a verdade é que no PS, só nos últimos 2 dias, têm-se dado largos passos no sentido inverso ao da maioria absoluta pretendida e aclamada.

Tivemos Francisco Assis a dizer que, se o PS vencer as eleições, a coligação não deve ser nem ao centro nem a esquerda, mas sim a direita...
Ora, o PS tem, de forma categórica, distanciar-se desta política de austeridade e destas opções governativas com uma tónica de destruição do Estado Social.
Por isso, caso o PS vença as eleições, Francisco Assis não poderá, a meu ver, assumir qualquer cargo governativo que seja. Atenção que eu até aprecio o Francisco Assis, mas deixou muito a desejar com estas declarações. Parece até que está a fazer um favor a alguém, criando-se um caminho de auto destruição no Partido Socialista.

Depois tivemos José Lello a aliar-se a Couto dos Santos (PSD) para a reposição de subvenções vitalícias de ex-políticos que foi precisamente o PS de José Sócrates que, em 2005, os retirou. Não se consegue perceber como é que alguém, com dois dedos de testa, é capaz de reivindicar isto e agora... Depois de anos de austeridade como estes, depois de se retirar tanto a tantos, nomeadamente aos aposentados e reformados, vem um político, um deputado, eleito pelo povo, pedir para se reporem as subvenções? São atitudes como estas de criam a distância que existe entre eleitor e eleitorado. Sabem quando se verificam abstenções de 50 e muitos por cento? O motivo está aqui mesmo, neste tipo de atitudes.

Como se já não bastasse, tivemos hoje um episódio, hilariante, que remonta aliás aquele "digno" episódio em que Ricardo Rodrigues se lembrou de abandonar uma entrevista e levou consigo os gravadores, também este deputado do PS. O que aconteceu hoje foi que, numa sessão no plenário, em que Eduardo Cabrita, na qualidade de Presidente da audição ao Secretário de Estado Paulo Núncio, lhe retirou o microfone e não o deixava falar. E quando finalmente se decidiu a fazê-lo, retirou novamente a meio da intervenção. Para mim, um episódio destes deve ser classificado de vergonhoso.

Não sei, muito sinceramente, como é que o Partido Socialista pretende conquista uma maioria absoluta deputados a intervirem desta forma, mas uma coisa é certa, algo de errado se passa.

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