segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Quarta temporada de TSU



Há quem diga que a sorte dá trabalho, que não acontece por acaso, mas de facto, este Governo está a gozar de uma sucessão de facto muito conveniente.

É a economia que melhora, é um acordo que foi celebrado entre partidos que negam a pretensão de estar na União Europeia e o partido que  fez com que essa entrada fosse possível, são Orçamentos de Estado aprovados em Portugal e sem contestação na Comissão Europeia, são as sanções que afinal não se aplicam... Enfim, acho que já perceberam.

Isto vem a propósito da mais recente novela da TSU protagonizada pelo PSD que tem Passos Coelho no papel principal.
Atenção que está novela não vai na primeira temporada! Passos Coelho já se bateu com a TSU três vezes, e as três vezes saiu derrotado. Em 2010 contra Sócrates, 2012 contra os portugueses e a terceira contra os pensionistas, ah, e Paulo Portas também, claro.

O partido que sempre esteve a favor destas medidas, sim porque é habitual associar uma subida do salário mínimo nacional à redução da TSU, e o PSD no Governo fê-lo, parece estar agora, por pura estratégia política, estar contra.

O problema para o PSD é que há estratégias que saem furadas, e está parece ser a mais recente.
Vejamos porquê. Se o PSD votar favoravelmente, vai de encontro com a sua posição de sempre, e apesar de ser hoje oposição, mantém coerência, mas para tal, Passos Coelho terá de voltar atrás com a palavra uma vez que já disse que iria votar contra e que quando a geringonça precisasse o PSD não iria aí estar. Mas porque é que é preciso o PSD? Simples, porque o BE e o PCP vão ser fiéis à sua ideologia e vão votar contra.
Mas então, o que acontecerá se o PSD votar contra? Passos Coelho fica-se a rir? Não, e o motivo é simples também, está a ir contra a ideologia politica do partido por mera estratégia, e faz com que o acordo de concertação social caia por terra, o que ficará sempre com esse ónus.

Resumindo, Passos Coelho está cada vez mais só na liderança do PSD, depois do imbróglio com as autárquicas, nomeadamente em Lisboa, o ex-Primeiro Ministro parece ter encontrado outra pedra no sapato. A esta hora, deve estar Paulo Portas a rir e a dizer: bem fiz eu que saí de cena.

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