quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Manifestação sem igual em Portugal

O dia de hoje até me estava a correr bem, eis que senão quando chega as 20 horas e me dirijo para a televisão para ver as notícias, principalmente para ver como teria corrido em termos de adesão a greve geral marcada para o dia de hoje! E é este o momento em que passo de ter um dia agradável para um momento de profunda tristeza...
O ecrã em segundos encheu-se de imagens que pouco ou nada dignificam Portugal e os portugueses. Não critico o facto de se fazer greve, longe disso, o momento exige paralisações de grande escala! Mas critico de forma veemente a forma como foi feita depois do seu fim oficial, isto é, as cenas de violência, vandalismo e de irresponsabilidade civil que se assistiram depois do discurso de Arménio Carlos!

É certo que não era vivo na data, mas estudei e vi vezes sem conta filmes e documentários sobre a extraordinária revolução levada a cabo pelas forças armadas e a forma como os cidadãos se comportaram para conquistarmos a democracia no 25 de Abril. Esta revolução é aliás vista como exemplo a seguir. Estou habituado a viver numa sociedade que se sabe comportar, que sabe os seus limites e respeitar o próximo, e não numa sociedade de vândalos. Sei que este episódio foi originado por uma dúzia de indivíduos, e não por todos aqueles que ali manifestavam descontentamento com as políticas deste Governo, mas não é com violência, desordem e falta de civismo que vamos resolver a difícil em que nos encontrámos.

Podemos com o dia de hoje tirar conclusões políticas, esta é uma resposta clara de que os portugueses não querem ver as funções sociais que o Estado tem vindo a desempenhar desaparecerem ou diminuírem, e também toda a revolta sentida pelos sacrifícios pedidos sem que qualquer resultado prático esteja à vista ao fim de um ano de austeridade!

Mas apesar disto, gostaria de relembrar a todos os manifestante, que os profissionais da polícia não têm culpa da situação, eles apenas executam ordens. Gostaria também de relembrar aquilo que caracteriza o povo português nestas acções de manifestação, sendo caracterizado por exemplo de civismo e respeito.

Eu tenho apenas 20 anos, e não gostaria nada de ver o meu país passar a ser tomado como arruaceiro. Quero ver manifestações sim, como é óbvio aliás, o que só denota sermos um povo atento e que não perde de vista os seus anseios, mas de forma digna. O diálogo é a melhor forma de se conseguir os objectivos, e como vivemos em democracia, se não nos ouvirem temos sempre o voto como "altifalante".

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