terça-feira, 5 de abril de 2016

Abordagens distintas

Por motivos pessoais, o PNP não tem tido, nas últimas semanas, artigos novos e mesmo na página do Facebook não tem sido lançado o Excerto do Dia, assim que tiver oportunidade, voltarei a editar diariamente essa rubrica, mas não queria escrever um novo artigo sem deixar aqui uma palavra de apreço aos leitores seguidores.

Hoje escrevo baseando-me no Jornal de Notícias do dia 4 de abril, uma edição que conta essencialmente com 3 artigos de opinião que valem bem o valor que se paga pelo jornal, ainda cobre o dos dias em que a edição não é assim tão rica em conteúdo e o melhor ainda é que, os três artigos que eu me refiro, são de livre acesso na internet.

Para começar, o artigo de José Sócrates que reage ao facto de a Procuradoria Geral da República determinar que até dia 15 de setembro tem de ser feita acusação ao processo que envolve o ex-Primeiro-Ministro. Como sabem, eu não tenho por hábito comentar casos judiciais que estejam em curso, bem antes pelo contrário, mas o artigo que Sócrates escreve faz-nos, ou pelo menos deveria fazer pensar. E coloco aqui um excerto do artigo: "por que é que estamos a discutir prazos? Neste momento não deveríamos estar a discutir a substância, isto é, as provas? Um ano e meio depois de deterem, de prenderem; ". A verdade é que, sendo culpado ou não, a acusação já deveria estar feita, mas parece que este será mais um caso onde a celeridade não constará no dicionário da Administração Pública. Quanto a este artigo, não me alongarei mais, recomendando apenas a leitura no link deixado acima, vale a pena ler, concorde-se ou não.

Na mesma página, e permitam-me que vos diga, foi para mim uma grande satisfação ver um artigo de João Torres, amigo e camarada da juventude partidária à qual pertenço, a JS, e que partilha a página com um político que tem características que eu admiro, como sabem, Sócrates. Mas mais, muito mais importante do que saber com quem partilha a página, é fulcral saber o que diz o líder da Juventude Socialista, e para o caso, o tema escolhido é a "Propina Zero", João Torres faz neste artigo, um ponta pé de saída para uma discussão que tem de ser feita quanto ao valor da propina, mas reivindica essa mesma discussão com os pés bem assentes na terra: "Assumindo a "Propina Zero" como uma causa justa, reconheço a dificuldade de abolir as propinas num horizonte próximo". Parece-me ser um excelente início de debate, no qual farei tudo o que puder para nele participar. Até já João.

Por fim, um artigo de Rui Rio, no qual responde ao que foi dito em relação à sua ausência do congresso do PSD, no próprio congresso. Neste artigo no JN no day after, Rio explica desde logo, no primeiro parágrafo o porquê de ter dado uma entrevista à TSF na semana passada (dias antes do Congresso) e o porquê das suas palavras em relação à possibilidade de ofuscar o líder com a sua presença, que seria aliás, uma gestão de interpretação do que pudesse dizer ou não, e para que não hajam entrelinhas, o melhor, achou, foi nem sequer haver linhas. Mas como na política muitas vezes o que interessa não é o que se faz, mas o que parece que se faz, a sua ausência foi em si mesma um tema de debate no congresso, e realmente, assim não. Porém, não concordo na totalidade com o artigo pelo simples facto de na minha opinião, a postura de ausência por não ter qualquer cargo no partido justificar a própria ausência no espaço de debate, ser um erro... Eu acho que é nos congressos que se fazem as criticas em si, e se contribui para uma melhor preparação das ideias, mas uma coisa é certa, teve mais ouvintes, isto é, leitores com este artigo do que com um discurso no palanque e também posturas contrárias à de Rui Rio (idas a congresso de quem não está assim tão satisfeito) poderá justificar os 80% em eleições de lista única. Para colocar aqui também um excerto do artigo, escolho as palavras nas quais me debrucei para expressar esta minha opinião: "O facto de não ter ido a este Congresso do PSD está, aliás, na linha do que sempre aconteceu; fui a todos os congressos em que tinha um qualquer cargo partidário, e, portanto, a obrigação de lá estar, e, por acaso, até nunca fui a nenhum congresso quando era simples militante de base como agora acontece desde 2010."

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