quinta-feira, 25 de julho de 2013

Com o "novo ciclo"



Depois desta crise política, que nada de novo nos trouxe, senão 15 dias gastos em falsos alarmes de pânico nacional, existem leituras por entre as linhas que devemos fazer.

Ontem, tomaram posse os novos ministros deste Governo, Rui Machete, Pires de Lima e ainda Moreira da Silva. Santos Pereira foi despedido, Assunção Cristas e Mota Soares viram os seus ministérios alterados.

Vou começar precisamente por aqui, a alteração dos super ministérios. Passos Coelho, quando foi para o Governo, e passando uma ideia de que iria gastar pouco dinheiro, foi populista e cortou no número de ministros. Desde logo se viu que não era grande opção, e a prova foi a ausência de politicas de crescimento económico e criação de emprego e a inacção das pastas sociais.
A seguir à demissão de Vítor Gaspar, acho que este é o segundo grande sinal de reconhecimento de falhanço das opções feitas pelo executivo.

Continuando a analisar o comportamento e opções do nosso PM, podemos concluir que o líder do PSD foi inteligente na escolha em relação a Rui Machete. Com toda este confusão entre demissões, acordos e desacordos, já ganhou uns 20 dias em que não se discutiu o estado real dos portugueses. Com esta escolha, não só acalma os ânimos do partido em relação à perda de soberania económica, como também ganha mais tempo de fôlego, uma vez que o tema de conversa política será o curriculum vitae do histórico do PSD. Apesar de estar ligado à SLN, Machete está conotado como próximo de Ferreira Leite e Cavaco Silva, e este facto pode dar muito jeito ao PM. Tenho que reconhecer que aqui, Passos Coelho foi um estratega nato e consegue assim desviar as atenções. (Tal como Salazar usava o SL Benfica)

E já que estamos a falar em estratégias, Paulo Portas reaparece como especialista neste campo e, com uma decisão irrevogável, consegue a promoção da sua vida e melhor, alcança algo que o seu partido ambicionara à algum tempo, a pasta da economia.

Tendo em conta que são os dois grandes estrategas, que ambos querem o poder a todo o custo, e também o famoso ditado popular em que nos diz que os opostos se atraem, não me parece que este "casamento" vá correr lá muito bem... Mas para isso temos o Presidente da República não é verdade?

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