Nos últimos dias, tem-se discutido tudo e mais alguma coisa. Primeiro foi a derrota do PS e de António Costa, depois, foi a possibilidade de Governo e acordo à esquerda, depois foi quem iria Cavaco Silva indigitar para Primeiro-Ministro, depois foi o seu discurso, depois foi o que fará depois deste Governo cair, agora é os ministros escolhidos... Onde irá acabar estas grandes dissecações filosóficas?
Mas uma coisa eu não tenho ouvido discutir, que é porém, o essencial?
E o povo?
Sim, como fica o povo no meio disto tudo?
António Costa, por força da disponibilidade demonstrada pelo PCP e BE, entende, legitimamente, que tem condições para formar Governo, desde com um acordo que mostrou já ser possível.
Passos Coelho reclama a vitória como líder da força política mais votada, o direito a governar.
Os deputados é que vão decidir, porque nós, eleitores, votamos nos deputados, e serão estes que decidiram o nosso futuro, obviamente. Para aqueles que não votam, ou que utilizam o voto de forma infundada e desinformada, fica aqui uma lição destas eleições legislativas.
Mas não temos discutido o futuro da segurança social, não temos discutido o que poderá ser o OE para 2016, andam a entreter o povo com este impasse político, e a culpa tem um e só um nome, Cavaco Silva. Pode não ter sido dele a ideia de atrasar tanto, mas foi ele quem deu o aval. A ideia de marcar as eleições para depois do verão, serviu para o atual Governo ir ganhando uns meses, e poder maquilhar as contas públicas de forma a vencer. Objetivo: Ganhar as eleições. Check. Depois, um outro efeito era precisamente este, o que está a acontecer. Já repararam que, de um mês para o outro, todos os indicadores relevantes, aqueles que serviram de moleta retórica na hora de pedir esforços ao povo, voltaram aos níveis de 2011 ou pior? Ou seja, então para que serviu todo o aperto, sufoco e asfixia financeira, por via da austeridade que implementaram? Ou melhor dizendo, que povo é os nossos governantes beneficiaram? Não foi o português de certeza...
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