segunda-feira, 9 de março de 2015

Adenda ao artigo... credibilidade em causa.

Na passada segunda-feira, publiquei este  artigo em que referi que Portugal tinha hoje mais credibilidade do que em 2011.
No artigo de hoje, não o vou desmentir, mas vou fazer uma adenda, por outras palavras, vou justificar ou fundamentar o que disse...

É verdade que hoje Portugal tem mais credibilidade externa, disso, penso que ninguém duvida. Mas essa credibilidade advém do facto de quem tem hoje o destino da Europa nas mãos, isto é, os alemães, têm a mesma linha de pensamento que este Governo, ou seja, a aplicação da austeridade custe o que custar.
Por isto, é natural que a credibilidade seja maior, uma vez que, como explicado, quem define e dirige as nossas políticas tem encontrado no nosso Governo um excelente braço direito, um seguidor das suas políticas, um bom aluno ou um menino do coro se quisermos assim dizer. 
Este Governo é, no fundo, uma spin-off do Governo alemão.

Mas, e se quem definisse os nossos destinos, não fosse Angela Merkel?

Sim, e se não fosse Merkel a comandar?
Aqui podemos encontrar 2 cenários. Ou continuariam a ser os alemães a liderar a Europa, pela mão de Martin Schulz, ou então um outro país, por exemplo a França de Hollande. Isto porque parece ser impossível a Europa ser dos europeus todos, quero com isto dizer que estamos longe de ver a Comissão Europeia a orientar, realmente, as nossas políticas.

Usemos os dois exemplos traçados acima.
Se ao invés de Merkel, fosse Schulz, o Governo português não se sentiria certamente em casa, quando existem cimeiras ou reuniões do eurogrupo. Com Schulz a chanceler alemão, acredito que a orientação política seria de investimento público, e não a de precisamente o contrário!
Já se fosse Hollande... bem, talvez não seja um bom exemplo mas quero acreditar que seria também uma política de algum investimento público e não tanto de austeridade como atualmente se verifica. Isto dentro da incerteza que Holland causa, naturalmente.

Acho que já deu para perceber a ideia. Se não fosse Merkel, ou qualquer outro que com as suas ideias alinhe (Rajoy por exemplo), este executivo que elegemos não teria conquistado a credibilidade (ténue) que hoje usufruímos. 
E para que a palavra ténue não cause dúvidas quanto à sua aplicação, a credibilidade de hoje é efetiva, existe, mas basta ou o Governo português ou o alemão mudarem, que essa credibilidade se poderá, facilmente, desvanecer.

E agora só mesmo para terminar, e se fosse Tsipras a dirigir os destinos europeus? Bem, aí é que o Governo português não tinha qualquer hipótese de passar nem sequer como despercebido, quanto mais por bom aluno!

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