Já é certo que, a 21 de Agosto foram usadas armas químicas na Síria. Agora a dúvida parece ser quem as usou.
Muito se tem falado em armamento químico, mas afinal, o que quer isto dizer?
De uma forma muito simples, é uma forma de destruição maciça, e que ao contrário das outras armas, evita explosões, ou seja, os danos são menores e os objectivos (matar) são iguais ou superiores até.
Ao longo dos anos, foram assinados protocolos que proíbem o uso deste tipo de armamento, e que no dia 21 não foram respeitados. Com os alegados interesses, quer tenha sido usado pelo regime de Bashar al-Assad ou pelos rebeldes, fez o mundo "acordar" para a situação síria, como os EUA e Inglaterra a quererem uma intervenção militar rápida. O parlamento inglês evitou que Cameron levasse a sua intenção avante, já Obama não parece ter esse problema.
Temos ao mesmo tempo assistido a um compasso de espera, pelo relatório da ONU, que será divulgado esta semana, e que fará com que uma resposta global tenha de ser dada. A França, já se colocou ao lado dos norte-americanos, enquanto a China apoia Putin nas suas decisões.
Ou seja, não sabemos quem usou as armas químicas, esperamos por uma resposta, quer seja militar ou política, e já temos EUA e França de um lado, e Russia com a China do outro. É importante agora esclarecer dois pontos, os interesses de usar armas químicas pelas duas partes, e avaliar os interesses naquela região que já estão a começar a dividir duas "equipas".
O regime poderia ter usado o gás para mostrar a sua superioridade face aos rebeldes, e também mostrar ao mundo aquela que é a sua principal arma para as guerras futuras, já os rebeldes, como diz agora o Presidente russo, usariam as armas químicas para "obrigar" uma intervenção no país, para estes pararem de ser massacrados. Quanto aos interesses numa hipotética guerra, temos os EUA a querer controlar, para além do petróleo, a maior reserva de gás do mundo, enquanto a Rússia está interessada em continuar a vender armas ao regime sírio.
No entanto, e uma vez que Obama é prémio Nobel da paz, é necessário mostrar o motivo pelo qual "foi eleito para acabar com as guerras e não para começá-las". Depois de uma ameaça clara de intervenção militar, mesmo não esperando pelo relatório e pelos que poderão ir atrás, Obama afirmou que avançaria para um ataque aéreo limitado. Perante isto, e já depois de Assad afirmar que estava preparado para a guerra, Putin propõe que o regime sírio entregue as armas químicas de que o país dispõe, em função de não abrir uma guerra. Sem dúvida, uma boa solução, e ao que parece, Assad está disposto a tal e mais que isso, Obama está a mostrar, realmente, que prefere uma solução diplomática.
Não obstante do final da história, mesmo que haja acordo, Bashar al-Assad vai sair impune ao massacre que tem imposto? O que irá a ONU fazer depois do relatório? A união europeia, não tem uma palavra a dizer? Não existe nenhuma entidade internacional que promova os direitos humanos, que estão a ser quebrados na Síria? E acima de tudo, qual vai ser o futuro dos sírios? São questões que gostaria muito de ver resolvidas.
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