Como referia na edição de ontem no jornal PÚBLICO o historiador Rui Tavares, em 1976, aquando as eleições autárquicas, Soares, Cunhal, Freitas e Sá Carneiro debateram as cidades, vilas e aldeias. Este Ano, devíamos ter, no mínimo, Seguro, Passos e Jerónimo a debater aquilo que deve ser o papel do autarca e, mais que tudo e ainda não ouvi ninguém a dizer, que estratégia seguir, o norte a produzir vinho, o centro dedicar-se aos animais e o sul aos cereais? Que estratégia? Cada um por si, e ao fim ao cabo, ninguém faz nada?
Estas eleições estão a dar muito que falar, mas quase nunca pelos melhores motivos.
Até agora, pouco tenho visto de apelos ao voto. Quando é feito, é sob a justificação de alteração e junção de freguesias, e não por vivermos em democracia e ser o povo a decidir. Não deveríamos começar por aqui mesmo? Dar ao povo e explicar verdadeiramente o que é o seu voto? Ainda para mais nas autárquicas?
Estas eleições, ficaram marcadas na história do nosso país como as eleições do faz de conta. Só tenho pena dos independentes que com coragem tentam, por vezes, lutar contra os interesses dos partidos e propor algo diferente para os seus municípios.
É triste ver que tem havido tratamento discriminatório na TV, em vez de se assistir ao grande debate da revolução autárquica que Portugal tanto precisa, para tomar um rumo definitivo.
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