Quando vi esta imagem, publicada no The Guardian, a propósito da posição que os diferentes países da eurozona adotaram em relação à possibilidade da Grexit, ainda não tinha ouvido o nosso Primeiro-Ministro dizer que foi através de uma ideia sua que o último bloqueio que prendia o terceiro resgate à Grécia foi efetivamente desbloqueado, e já torcia o nariz. Então agora, bem, nem se fala!
Preferia ter visto o nosso Governo alinhar com a Espanha, Luxemburgo, Itália e França numa postura de evitar a saída da Grécia a todo o custo. Mas não, parece que, segundo este gráfico, fica num meio termo, e segundo muitos relatos, inclusive de Varoufakis, Portugal foi dos que fez mais pressão para que a Grécia não tivesse mais "regalias".
É importante hoje não nos esquecermos que, logo em Janeiro, quando Varoufakis e Tsipras ainda nem tinham aquecido a cadeira, Maria Luis Albuquerque foi então ter com o ministro das finanças alemão e pediu que fosse muito duro para com estes.
É também importante relembrar que internamente, fomos nas medidas adotadas, bem além da troika, o que espelha bem aquilo que este Governo pretende fazer das finanças públicas do nosso país, imaginemos então o que prefere em relação às dos outros!
Outro facto importante, é ter em conta que estamos em ano eleitoral, e que por isso, convém passar uma imagem de inclusão, mas na realidade, o que pretendem é um acordo mau para os gregos, para terem a bandeira de "olhem para a Grécia e vejam que não há caminho senão o da austeridade".
Porém, a resposta do Governo grego foi superior e não aceitou essa austeridade chantagista e perguntou ao povo, e o povo disse que não.
Agora, a imprensa internacional e portuguesa fazem passar a imagem de que o que foi aceite pelos gregos é ainda pior do que referendado. Eu não me acredito nisso, mas mesmo que assim fosse, sabem o que me faz lembrar? Aquele PEC IV que foi chumbado e depois veio o memorando... Exatamente igual!
É incrível o aproveitamento político, ridiculo até, que o nosso Governo faz desta situação toda.
Para finalizar, e para grande satisfação de todos nós, e mesmo para salvação do euro e da europa, existe um Pedro, que não eu, espécie de D. Sebastião que 17 horas depois de longas negociações, e 6 meses de dias decisivos e cimeiras importantes, teve a ideia e resolveu tudo.
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