Ao longo dos últimos meses, mais precisamente, desde maio do ano passado, muitas expectativas têm sido depositadas no atual líder do PS, António Costa.
Desde aquela noite em que o Partido Socialista venceu as eleições europeias, e que souberam a derrota, por ter sido com uma vantagem tangencial, e consequentemente a disponibilidade demonstrada pelo Presidente de Câmara, que as expectativas de uma revolução no partido se estenderiam até uma grande vitória (leia-se maioria absoluta).
Ora, todos sabem que eu o apoiei, e que continuo a achar que valeu a pena, pelo menos Costa tem mais carisma e liderança que Seguro, requisitos essenciais para a liderança de um partido.
Acontece que, até agora, ainda não vimos nada de extraordinário de António Costa. E custa-me dizê-lo! Pois acredito que ele dará um excelente Primeiro-Ministro. Mas para tal, terá de apresentar ideias e propostas, concretas, e não apenas linhas condutoras superficiais.
O líder do PS prometeu para a primavera, um documento com propostas, uma agenda para a década, baseado num estudo macroeconómico que está a ser levado a cabo. O que eu admiro, sinceramente. Pelos vistos estamos perante alguém que se quer sentir preparado e que quando falar, diga algo a sério, realista. Porém, o tempo passa.
Os meses vão passando e com isso temos 2 cenários:
1. A expectativa cresce, e o grau de exigência para que surja um documento com políticas muito diferenciadoras também;
2. O entusiasmo vai-se desmoronando, dando lugar a uma interrogação óbvia: mas afinal, o que queria ele?
Por outro lado, podemos ainda olhar para a atuação de Costa com o caso da Grécia, onde um nítido compasso de espera por resultados em concreto dominam a sua ação. E agora, que a Grécia viu-se obrigada a recuar, ainda bem que assim está a fazer.
Não nos podemos ainda esquecer que, as pessoas se vão esquecendo, e que os entusiasmos vêm e vão, tal qual como aconteceu com as primárias, aqueles 2/3 meses pareceram uma eternidade, e ainda assim, a vitória do atual líder contou com 70% dos votos.
Resumindo e concluindo, percebo a estratégia de António Costa em querer não se comprometer muito com o que não sabe no que vai dar (Grécia, politicas nacionais, ...), no entanto, o silêncio não é solução.
Se António Costa quer realmente vencer com maioria absoluta, terá de apresentar um programa que surpreenda pela positiva e que seja o verdadeiro mote de partida, caso contrário, talvez por um voto perca as eleições.
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