Cavaco Silva defendeu hoje, e repetiu-o mais que uma vez, que se tem tirado muitos milhões de euros aos portugueses para emprestar aos gregos.
Ora, isto cria, por si só, uma perigosa ideia errónea daquilo que é a realidade em si mesma. E digo perigosa porque entendo que este tipo de insinuações são anti projeto europeu. E Portugal não pode estar desse lado da barricada!
A forma, pelo menos como a comunicação social tem passado a mensagem, é a apresentar o olhar critico do nosso Presidente da República perante a Grécia, isto é, que estamos a ser muito prejudicados, diretamente, por ajudar a Grécia num momento menos bom da sua história.
Ora, Portugal não pode estar desse lado da barricada porque ainda este ano que passou, terminou um período de assistência financeira, onde a Grécia ajudou também, e quem diz a Grécia, diz a Alemanha, Espanha, Itália, França e outros tantos até 27, porque somos 28 estados-membro que estamos em conjunto no mesmo barco, chamado Comissão Europeia, em prol de um projeto, de uma Europa forte, unida e capaz de se apresentar como uma organização em que os seus países oferecem boas condições, são atrativos, seguros e onde vale realmente a pena viver e apostar.
Acontece que, declarações como estas, se começam a surgir de todos os chefes de estado, acabou o tal projeto. E acaba porque deixa de existir solidariedade. A mensagem está a correr nas redes sociais como uma apresentação de que nós emprestamos diretamente dinheiro aos gregos e que agora não nos querem pagar, que, ao que fazem chegar a Portugal, não é bem assim, até porque o que os gregos pretendem agora é um novo empréstimo, mas sem condicionalismos políticos de políticas de austeridade regressivas para uma economia.
A verdade é que o sistema financeiro está montado de forma interligada, fazendo com que uns Estados auxiliem outros, chegando a um ponto em que todos se ajudam uns aos outros. Sim, porque por exemplo nós estamos a ajudar os alemães, na medida em que eles colocam dinheiro em Portugal e depois vêm buscar com o respectivo juro, por isso, nós não devemos favor nenhum a ninguém.
Sendo também verdade que, e muito por via da falta de coesão económica existente em toda a Europa, Portugal, através do Banco de Portugal, tem títulos da dívida grega, assim como outros estados têm títulos da nossa dívida. Resumindo e concluindo, nós quando vamos aos mercados, é para nacionalizar a favor de outros, dívida nossa.
Por todos estes motivos, e mais alguns que aqui não me quis alongar, um Presidente europeísta que se preze, não faz declarações destas!
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