O título apenas pode não corresponder totalmente à verdade, por causa daquele escândalo que veio a público quando Juncker tinha acabado de ser eleito Presidente da Comissão Europeia. Se não se lembram, era por causa de favorecimento às empresas a nível fiscal, fazendo com que essas empresas não contribuíssem para os respetivos países. Isto, quando ainda era Primeiro-Ministro luxemburguês...
No entanto, fez uma comissão em tempo recorde, o que não é fácil, ainda criou um fundo que ronda os 300 mil milhões e agora colocou a mão na consciência... e já não está em eleições.
De facto, o braço de ferro entre Grécia e Eurogrupo tem tomado conta de todas as atenções.
E não é só a discussão ideológica que tem sido tema de conversa, mas o facto de A estar de um lado, B do outro, e assim sucessivamente.
Ora, em Portugal, já tivemos o nosso chefe de Estado a dizer que existe muito dinheiro dos contribuintes portugueses na Grécia, o que vende facilmente uma perigosa ideia de anti-europeísmo nacional.
Depois, a comunicação social internacional afirma que Portugal, pela mão do Governo, tem sido o mais anti-Grécia do Eurogrupo. Aqui, só vejo o egoísmo como resposta, uma vez que Portugal conseguiu terminar com sucesso o programa e a Grécia está a ter dificuldades, e o nosso Governo parece querer cobrar isso. O único senão, é que os portugueses não terminaram com grande sucesso esta caminhada longínqua de 3 anos.
Agora, também um membro do Governo vem contradizer Juncker, dizendo que a nossa dignidade não foi beliscada. Enfim, lá de cima não se vê, talvez, mas cá em baixo, não está fácil...
O que aconteceu foi que Juncker está a começar bem, e já não chegava querer rompres a postura de austeridade que até agora foi seguida, e injetar mais de 300 mil milhões, como agora afirmou que a Troika não tem legitimidade democrática!
E está certíssimo... Os eleitores votam, mas não é num grupo de representantes de 3 instituições que servem para emprestar dinheiro, mas que cobram muito por isso, e se não bastasse, ainda nos exigem políticas. E é aqui que reside o problema. Recorrer ao crédito, é até natural porque a nossa demografia não ajuda, a máquina do Estado é realmente pesada, a produtividade não e das melhores, enfim, muito argumentos poderíamos elencar para recorrer ao crédito. O que é realmente grave é que nestes empréstimos, o que se passa não é uma mera compra de dinheiro que depois é devolvida, mas antes uma venda de soberania.
Ora, se os eleitores votam num partido por causa de um programa, um líder, uma visão, enfim, seja pelo que for, não é para depois serem Governados por entidades externas vindas do nada, só porque têm dinheiro, o dinheiro, não deveria comprar tudo... nomeadamente a soberania de um país, a legitimidade democrática, e muito menos, a vida das pessoas.
O meu desejo é que hajam muitos Junckers por aí, nos corredores do poder!
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