Hoje acordei com uma noticia que, aparentemente é muito boa. A economia portuguesa deixou de estar em recessão no passado trimestre, prevendo-se um crescimento entre os 0.3 e os 0.6%. Os dados oficiais serão ainda divulgados na quarta-feira.
Agora, porque é que digo que esta noticia pode ser apenas aparentemente boa, e não realmente boa? É simples, é que a crise já nos tem tirado muito, e quando falo nós, falo ao povo em concreto, ao contribuinte comum. E se nos próximos trimestres a economia recuar, de nada vale este pequeno grande passo. É certo que muitos sacrifícios têm sido pedidos aos portugueses e que esta noticia é, claramente, o espelho de isso mesmo. E seja qual for o Governo em funções, esta é sempre uma boa noticia e pode, no nosso caso, significar que é o principio do fim da crise tal como já foi anunciado à um ano atrás.
Mas a verdadeira questão é em que é que isso influência a vida dos portugueses? Pouco ou nada a curto prazo, mas este é o momento em que o Governo tem de dar sinais de confiança aos portugueses e começar a devolver aquilo que lhes tem sido tirado. Não para que seja imposta uma política de intervencionismo do Estado, mas principalmente por duas coisas. A primeira, para que não fiquemos com um Estado mínimo que apenas cumpre as funções gerais de soberania, o outro motivo passa por entregar aos contribuintes meios para que possam voltar a consumir, dando-lhes poder de compra.
Tal como tenho vindo a defender ultimamente, o estado de um país não se vê apenas pelo PIB, défice e dívida, mas sim pelo desenvolvimento que os cidadãos têm e o proveito que é feito com a riqueza gerada. De nada vale que a economia cresça, se isso não se reflectir no quotidiano. É que o povo não pode ser apenas chamado a pagar, e depois na hora de receber, ninguém se lembrar dele.
Não estou a pedir que seja entregue já nada em concreto aos portugueses, mas peço que pelo menos não tirem mais nada. Era importante começar por aqui. Seja como for, esta é aparentemente uma boa noticia.
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