terça-feira, 11 de junho de 2013

Cavaco continua pacifico



Cavaco Silva no seu discurso do dia 10 de Junho deste ano deu várias respostas aquilo que se tem dito já algum tempo. Entre elas a da sua pacificidade, outra em relação ao conteúdo do último conselho de Estado e sobretudo, ao seu papel ao longo dos seus mandatos da Presidente da República.

Concordo por vezes com o que o PR diz que deve ser o seu papel, mas discordo quase sempre de como o faz. Estou a estudar administração pública e como tal as figuras do estado em unidades curriculares como ciência política e outras, e o papel de um Presidente da República numa democracia é o de "regular" e estimular o consenso, promover o diálogo e o de fazer cumprir a constituição. Em regimes onde o chefe de Estado é a figura máxima, quando tem o poder de destituir a Assembleia, tem também como função o de olhar pelos interesses do povo, de todos os outros cidadãos que não são agentes políticos. E o que Cavaco Silva tem feito nestes dois mandatos é pura e simplesmente ir dando com uma mão, e tirando com a outra. Não tem sido regular na sua linha de acção, mesmo com o anterior Governo já dizia que havia limites nos sacrifícios pedidos, com este Governo deixou ir muito além daquilo que seria os limites aquando a governação de José Sócrates. Mas o que faz variar o discurso do PR não é propriamente quem governa, mas sim a ocasião em que fala. Por vezes é todo apoio aos sacrifícios e enaltece a capacidade de sofrimento dos portugueses, numa outra ocasião diz que existem limites e que o povo não aguenta mais, depois mais à frente volta a apoiar o Governo, e isto sucessivamente.
Já por duas vezes, e com este Governo em ambas, aprovou orçamentos inconstitucionais, a sua principal função cai assim por terra.

Mas o que me tem surpreendido, e ainda não sei se pela positiva ou negativa é a sua postura actual, focado apenas o pós-troika. Eu acho bem isso ser discutido para que estejamos preparados, mas para lá chegarmos é preciso percorrer um longo caminho, um caminho árduo, em que uma vez mais, os portugueses vão sentir na pele mais dificuldades. Eu acho que o que os portugueses precisam, ou pelo menos eu, jovem e com o sonho de poder retribuir ao meu país aquilo que tem feito por mim ao longo da minha formação é que os órgãos de soberania me protejam, e já que o PM tem-se esforçado em me retirar a esperança de concretizar o sonho, gostava que o PR tomasse uma atitude, é que não devo ser o único português nesta situação! Este Governo leva já dois anos e estamos nitidamente pior, vai continuar apenas pelos alertas Exmo Sr. Presidente da República?

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