Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República |
Ao longo do dia de hoje, que ainda não acabou, tem sido exaustivo o conteúdo acerca da tomada de posse do novo Presidente, tenho dado por mim muitas vezes a ponderar aquilo que foi a presidência de Cavaco Silva.
Esse balanço não é bom, nem positivo tão pouco. Não sou daqueles, e aliás, critico bastante, aqueles que nestas alturas, tal como nos momentos de dor provocada pelo falecimento de algumas pessoas, essas mesmas pessoas passam a ser idolatradas. Não, eu não irei idolatrar Cavaco Silva. No entanto, reconheço aquilo que é reconhecível a qualquer pessoa que exerce cargos públicos, e nesse sentido, com redobrada convicção em relação a Cavaco Silva, que exerceu inúmeros cargos de prestígio e que lhe tomaram conta da sua vida privada. Pela carreira política que construiu, Cavaco teve sempre a sua vida privada tornada pública. E por ter tido essa disponibilidade, enquanto cidadão, agradeço o tempo e dedicação dispensada. Outra matéria, é um juízo de valor quanto ao seu desempenho nas mais altas funções, como Primeiro-Ministro e Presidente da República, mas que não terá lugar neste artigo.
Como dizia, ao longo do dia de hoje, e de forma até inevitável, tenho acompanhado as cerimónias de tomada de posse do novo Presidente, e gosto bastante do seu registo mais informar e próximo. Foi até, este mesmo registo enquanto comentador, que o levou até Belém.
Mas podemos já apontar 3 inovações/quebras de protocolo. A primeira foi ter ido a pé para a Assembleia da República, a segunda, é não oferecer um banquete agora ao jantar aos convidados, e a terceira, foi a coroa de flores depositada no túmulo de Vasco da Gama, num claro e forte sinal de atenção para com as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo fora.
Marcelo, todos o reconhecem creio, é um homem bastante inteligente, a quem acresce o facto de ter feito parte da equipa redatora da constituição que nos rege, acredito que vá cumprir e fazer cumprir a mesma. E se o fizer, por si só, será já um significativo avanço face ao seu antecessor.
Por último, o discurso que proferiu de tomada de posse na Assembleia da República foi rico, completo e abrangente, onde foi institucional e falou para todos, sem exceção. Esperemos que, de hoje em diante, o Presidente trate todos de igual forma.
Seria bom que o seu "estado de graça" dure apenas o dia de hoje, que é merecido, e que amanha seja já um novo dia, o seu primeiro, e o primeiro de todo nós, sem o Cavaquismo.
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