Esta é já a terceira semana em que o Excerto do Dia nos acompanhou. E os temas têm sido cada vez mais e dos mais variados quadrantes da nossa política nacional.
Nesta revista, abordarei o que Marcelo Rebelo de Sousa disse acerca da emigração, houve uma promessa do Ministro da Educação, segundo Teixeira dos Santos, o norte tem novamente voz e ainda a polémica contratação de Maria Luís Albuquerque. Entretanto, tivemos TAP, TAP e mais TAP.
O Presidente da República que entra esta semana em funções, Marcelo Rebelo de Sousa, falou para uma plateia jovem e abordou um tema que é particularmente caro a Pedro Passos Coelho, a emigração como possibilidade de vida. Enquanto o que Passos Coelho disse outrora, notoriamente um convite à emigração, convite esse que os enfermeiros levaram muito à risca por não terem outra possibilidade, Marcelo foi muito mais claro, não há, sendo até de estranhar, espaços cinzentos no que disse, que não passou de mostrar que existe, efetivamente, o caminho da emigração, numa perspectiva de aprendizagem e aplicação no nosso país. Tal como no tempo dos nossos avós, a emigração não deixa de estar no dicionário das nossas famílias, e o destaque no Excerto do Dia dá valor precisamente a esse facto, que tanto custa a tantos, e sendo eu jovem, coloco-me na pele daqueles que tiveram de emigrar por não encontrar outro caminho... deve custar!
Não estamos em campanha, o Governo ainda estava ainda nos seus primeiros 100 dias, que geralmente são designados de estado de graça, e o Ministro da Educação fazia uma promessa altamente ambiciosa, alargar a universalização do pré-escolar. É um forte e claro sinal da aposta deste Governo num dos valores essenciais e cruciais na construção de uma sociedade moderna, a educação. A educação é um pilar fulcral para um melhor amanhã, e Tiago Brandão Rodrigues está, até à data, a demonstrar que sabe disso mesmo e a conseguir, dentro do Governo, o devido espaço.
Quando Teixeira dos Santos referiu que o norte volta a ter voz, não sei ao certo se se estava a referir ao facto de estarmos no meio de uma polémica em que o Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, tem feito a sua voz ser ouvida por causa da TAP, se porque cada vez mais temos Ministros e deputados oriundos do norte, ou se simplesmente pelo facto de o próprio estar a fazer o seu habitual comentário no programa da RTP 3, Os números do dinheiro, a partir dos estúdios do Porto, mas ficou registado aquilo que há muito tem sido reclamado e que, finalmente, têm feito acontecer. O norte tem, mesmo, cada vez mais voz.
Mas a semana não poderia acabar sem mais uma notícia, desagradável, proveniente do anterior Governo, ou respetivos governantes. E quem melhor desta vez? Maria Luís Albuquerque, que foi contratada pela Arrow Global para assumir funções não executivas (vi hoje nas notícias mas nem quis acreditar, 5.000€ para trabalhar entre 2 a 4 horas por mês). Ora, até aqui nada de escandaloso, ou muito escandaloso, visto que tem sido uma prática corrente e tal como Bagão Félix já disse várias vezes, bom não é ser Ministro mas Ex-Ministro, e pelos vistos tem razão. Para quando uma legislação que impeça esta promiscuidade? Para agravar esta situação, já de si lamentável, sabemos que a Arrow Global beneficiou com a situação do BANIF. Tendo sido Ministra tão recentemente, apenas 4 meses, tem obviamente informações pertinentes em sua posse, é claro que é desejável pela empresa que tem como missão fazer cobranças difíceis, nomeadamente crédito mal parado. No mesmo dia, soube-se que Portugal vai ter de pagar 1,8 Mil Milhões de euros ao Santander pelas SWAP's que a mesma pessoa, enquanto Ministra, decidiu empurrar com a barriga e enviar para deliberação do tribunal londrino. Alguém poderá dizer a Maria Luís, nem que seja ao ouvido, que ela própria se tornou num ativo tóxico no Parlamento?
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