São já muitas as vozes que se fazem ouvir contra a postura do Governo grego.
Receio que também na Grécia sejam já algumas as pessoas descontentes com o próprio Governo, ao invés de estarem insatisfeitas com as instituições europeias.
A verdade, é que por estes dias, a vida na Grécia não está nada nada fácil. Bancos que não abrem as portas, multibancos que só permitem levantar 60€ por dia, ... mas acima de tudo, incerteza completa.
No entanto, nem tudo é mau. Hoje, os gregos têm um Governos que os representa, a ele e aos seus interesses, e não um Governo que de verga perante "os poderosos".
Muitas vezes é dado o exemplo de Portugal e Irlanda como casos de sucesso, como se fossem farinha do mesmo saco. Mas não, a Irlanda, para quem já se esqueceu, recusou um segundo resgate que iria impor novas medidas de austeridade, e respondeu com medidas de estimulo à economia, negando mais dinheiro europeu. Já Portugal também negou mais dinheiro europeu, mas porque não precisava. Pois temos os cofres cheios e podemos aplicar na mesma a austeridade severa sem dó nem piedade.
Infelizmente, sou enquanto cidadão europeu e enquanto português, representado por um Governo que tem sido, ao que parece, dos mais inflexíveis para com os gregos, e em relação a isto, cito apenas o ditado popular: "Não peças a quem já pediu",
Porém, orgulho-me de ainda ver um Governo, isolado é certo, que no seio europeu, ainda sabe aquilo que é o projeto europeu.
E quando se vira o bico ao prego? Como é?
Pois, esta é a questão que estamos a ver ser resolvida.
As instituições europeias pensavam que Varoufakis iria estender a passadeira vermelha. Que Tsipras seria um demagogo barato e que iria ceder facilmente. Pois bem, eis a resposta do país pai da democracia: referendo.
Quando a resposta é mais democracia, a solução é sempre melhor. Seja ela qual for, será a do povo.
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