É um tema que, parece não querer sair do nosso quotidiano, mas que mais dia menos dia, terá de ser resolvido. Esse dia parece estar muito próximo (outra vez) e espero que a resolução seja no mínimo, satisfatória!
Falo da Grécia, claro está.
Ao que parece, decorre ainda uma cimeira, mais uma importantíssima cimeira, em prol de ver resolvida a questão da continuidade ou não da Grécia na zona euro.
Eu não estou sentado na mesa das negociações, claro está, mas a verdade é que me parece que os gregos têm feito um esforço, por sinal enorme, para cumprir todas as suas obrigações para com os credores internacionais.
Até agora, ainda não ouvimos ninguém com responsabilidades no Governo grego a dizer que querem abandonar o projeto europeu, tal como têm seguido nos últimos anos, desde a integração na UE, como na zona euro.
Acontece que, a inflexibilidade dos credores internacionais, nomeadamente do FMI, BCE e maiores países europeus, como a Alemanha, que tem muito dinheiro investido naquele que é o país mais aflito para ver a sua continuidade com normalidade.
A verdade é que temos assistido a um impasse, que dura já à 5 meses, em negociações sem fim, com dias decisivos uns atrás dos outros... enfim, bem ao jeito europeu. Lembram-se dos anos 2011 e 2012? Quantas cimeiras houveram? Quantas conclusões foram retiradas? (já que o mantra é austeridade e poupar, estas reuniões inconclusivas, que nascem já mortas, poderiam ser, por vezes, repensadas).
Admito ser um leigo, mas a verdade é que a imagem que passa, é que estão a tentar levar os gregos ao limite, de tal modo que eles (Varoufakis e Tsipras) cedam ao que Merkle pretende (sim, Hollande já não aparece no primeiro plano, e nem é tido nem achado).
A minha vontade é que se chegue a um acordo, que defina aquele que pode ser o caminho entre o romper com a austeridade e o da saída do euro.
Aquele caminho que, porém, é indicado para o Partido Socialista.
Sim, existe uma ligação direta entre o que se passa na Grécia e poderá passar em Portugal, que pela via das urnas, em que poderemos estar a escassos meses de eleger um Governo que quer caminhar nesse preciso caminho entre a austeridade e a saída do euro, quer seja também pela via da adoção de uma postura mais ou menos integradora.
Aquilo que eu aprendi, quer na escola, quer através do passar dos anos, é que o projeto europeu é um projeto de integração. Na sua génese, está a reconstrução no pós segunda guerra. Ora, o que temos assistido, não só não premeia a integração, como tem fortes apontamento de desconstrução e desintegração.
Se eu estivesse naquela mesa, a minha postura seria, sem sombra de dúvidas, a de ouvir aquilo que os gregos propunham, estudar a sua credibilidade e dar-lhes a oportunidade de colocarem em marcha o seu plano. Sim, porque esta foi a vontade do povo, que através das urnas, escolheu um caminho muito claro. E caso obriguem o Governo grego a não o seguir, só vejo duas saídas. Ou teremos mais uma vez um crise política com eleições, ou teremos um país a sair da zona euro, e assim, iniciar o projeto de desintegração, que poderá ser designado de Estados Desunidos da Europa.
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