quinta-feira, 28 de maio de 2015

Cortar nas pensões, poupar na campanha e manter Carlos Costa

Não, não vou escrever sobre as detenções e escândalo na FIFA.
Não, não vou escrever sobre o interrogatório de ontem ao único arguido em prisão preventiva do processo operação marquês, 6 meses depois.
Não, não vou escrever sobre a possibilidade de a Grécia sair do euro e estar sem dinheiro.

Tentarei abordar 3 temas neste artigo.
O primeiro será a situação política nacional, mais especificamente, as intenções, ou não, deste Governo cortar nas pensões.
O segundo será o orçamento do PSD/CDS para a sua campanha eleitoral e respetiva poupança face a 2011.
E por fim, o assunto para fechar será a escolha deste Governo em manter Carlos Costa como governador do Banco de Portugal.

Comecemos pelos cortes nas pensões.
Ao que parece, o Governo, que é formado pelo PSD e pelo CDS, e que sabe-se, irão juntos a eleições, no seu PE (sim, não é PEC porque a palavra crescimento desapareceu daqueles dicionários), consta a intenção de poupar 600 milhões de euros nas pensões. Apenas isto. E o CDS, como sempre, assinou. Sem saber conteúdo, isto é, sem saber como se irá poupar esse valor. Nas pensões, repare-se, uma das suas bandeiras. Ah, deixem lá, o CDS deixou de ter bandeiras, agora é coligação. Esqueci-me!
Pois bem, a ministra das finanças, num ambiente descontraído, perante uma plateia jovem (JSD), falou em cortar no valor das pensões, não nas futuras, mas mesmo naquelas que hoje são pagas.
Reação do CDS?
"Distancia-mo-nos.". Ora pois não? Chegaram a mostarda ao nariz, e agora tentam fugir com o rabo a seringa. Mas também aproveito desde já, este espaço, para dizer que as pessoas não se esquecem daquilo que tem sido praticado por este Governo ao longo destes 4 anos de governação, principalmente nesta matéria em específico. Aquela história de compactuar e depois vir dizer que foi para evitar um mal maior, ou que não se identificam mas tinha de ser, com o povo, já não cola.
Mas claro, estamos em ano eleitoral e não interessa, a meio ano do domingo decisivo, anunciar políticas impopulares. Até porque já não é que se lixem as eleições. 

Por falar em eleições, sabemos agora que o PSD e o CDS vão a eleições com um orçamento fixado nos 2,8 milhões de euros, ou seja, uma poupança de cerca de 1,8 milhões relativamente ao que fora gasto em 2011 separadamente. Eu gostaria de deixar aqui um recado. Não é com o dinheiro dos partidos que os cidadãos se importam, meus caros. Mas sim o que fazem com o dinheiro do chamado Estado, o dos contribuintes e não os militantes. Esses euros, ou milhões de euros, ou milhares de milhões. Esses, que permanecem num cofre, cheio, é que nos interessa. (Mas mesmo assim, cortes nas pensões estão na mira do Governo... continuemos)
Aproveito também para deixar claro que, a meu ver, essa poupança, na ordem dos 40% na campanha, terá duas razões que podemos invocar. 1- Poupa-se sempre ao juntar duas campanhas numa, ao formar uma comitiva e não duas, ao preparar um comício e não dois, ao alugar um hotel e não dois, entre outros; 2- Estes dois partidos sentem já que vão perder as eleições, e por isso, como vão ter menos votos, fazem campanhas mais pequenas. Sim, porque a dimensão de uma campanha é medida com a expectativa de obter determinado número de votos, e não com as preocupações do bem comum, em relação à poupança que é feita.

Por fim, e para terminar, temos o terceiro tema, a nomeação de Carlos Costa para continuar à frente do Banco de Portugal. E neste ponto não me alongarei muito, apenas questionar como é que é possível, após a apatia do Banco de Portugal, que supervisiona o nosso sistema bancário, em relação ao BES, e com as responsabilidades que foram apuradas ao seu governador, em sede de comissão parlamentar e comissão de inquérito, se pode manter este governador? Estão a gozar com as pessoas? Estão a "picar" os lesados do BES?

terça-feira, 26 de maio de 2015

Na primeira pessoa

Apesar de ter crescido no distrito do Porto, aliás, cidade que me viu nascer, apenas ontem entrei no mítico Rivoli. Foi um prazer, tanto maior agora que a sala homenageia aquele que foi, porventura, o maior ícone da cidade, Manuel de Oliveira.

O que me levou ontem até à invicta, aquela ilustre sala, foi ver e ouvir o próximo Presidente da República discursar. Na verdade, parecia cantar. Pois era música nos ouvidos de todos nós que enchiamos a sala pelas costuras.

Não irei aqui explicar o que foi ou não dito, mas sim testemunhar aquilo que foi vivido. Que para mim, tem um imenso valor e que jamais esquecerei.

Logo no átrio, enquanto as portas da sala ainda estavam fechadas, sentia-se um laivo a intelectualidade ímpar. Com todo o respeito aos políticos com que já me cruzei, em campanhas ou não, nunca tinha sentido aquele ar, nunca respirei tanto entusiasmo e sabedoria, nem mesmo na Universidade. Daqui poder-se-à deduzir uma das duas coisas, ou inexperiência minha, ou realmente era um ambiente diferente o de ontem.

Para dar seguimento ao que no átrio se passava e sentia (na minha perceção), no palco, 3 bandeiras (portuguesa, europeia e cplp), um púlpito de acrílico (creio) e um piano. Antes da chegado do homem do momento, já com a sala cheia, todos aplaudiram de pé, entusiasticamente, a entrada de Ramalho Eanes. Entre este momento e o início do discurso, ainda sem se por a vista em cima do ex-reitor, um recital a solo e outro acompanhado de uma voz explendida.

Eis o momento, Sampaio da Nóvoa surge numa das laterais do palco. A sala foi abaixo.
Foi com um longo e caloroso aplauso que todos o recebemos. Nesse momento, fiquei com pele de galinha, e não estava frio nenhum nem corrente de ar naquele sítio.

A cada frase do homem que ninguém tirava os olhos, um novo aplauso. Um segundo para respirar, e aplausos se ouviam. Incrível.

Por fim, e já todos maravilhados com o que se tinha ouvido durante pouco mais de 30 minutos, de novo a voz e o piano entram em cena. O público levantou-se quando se apercebeu o que iria passar. Começava o hino nacional. Ninguém ficou indiferente à forma como este foi entoado.

São momentos como estes, que me fazem levantar todos os dias.
São estas as recordações que quero um dia levar.

O PS não sei, mas eu apoio Sampaio da Nóvoa!

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Da Irlanda até Espanha, passando pelo eurodeputado

Vou tentar não me alongar demasiado neste artigo, mas tentarei ao mesmo tempo, cobrir uma série de temas que merecem a minha atenção, desde da última quinta-feira.

1. Referendo na Irlanda

Na passada sexta-feira, foi dia de os irlandeses irem às urnas votar um referendo. Até aqui, não discordo de nada. Não fosse esse referendo para "aprovar" um direito. Para mim, os direitos não se referendam. Ponto final parágrafo!
Não obstante, e sendo a Irlanda o 20º país a aprovar o casamento homossexual, foi o primeiro a fazê-lo através de referendo. O que demonstra bem a vergonha que isso, para mim, é. No entanto, antes referendar do que não fazer nada. Referendar, para o caso, implica pelo menos haver abertura suficiente para se debater, para se discutir e parte do pressuposto que há possibilidade de aprovação de tal política ou medida.
Ver, na Irlanda, ser referendado a possibilidade de casamento homossexual e ver também que o SIM venceu com cerca de 62% é bastante significativo.
Para a história, ficará não só que este direito de tantos precisou de passar pela vergonha de ser referendado, mas essencialmente, que o SIM venceu e que a Irlanda é hoje, certamente, um país mais aberto e igualitário.
Para terminar este ponto, apenas citar o que Miguel Esteves Cardoso escreveu hoje no Público: "É estranho falar no casamento "gay" (...) a palavra gay só ganha em desaparecer. Cada um é como é."

2. Entrevista de Marinho e Pinto

Este fim-de-semana foi publicado no Público uma entrevista de Marinho e Pinto.
Nesta, vejo com enorme desagrado que uma pessoa como a que estamos a falar não tenha qualquer consciência da realidade em que vive, e que pior que tudo, se venha a candidatar como Primeiro-Ministro!
Augusto Santos Silva disse ontem, num dos seus irónicos mas sempre pertinentes posts no seu facebook pessoal, que ainda mal tinha começado a ler o jornal já sentia necessidade de desabafar, e mais, cita a página 11 onde Marinho e Pinto afirma que não podemos ter sessenta e tal por cento do PIB em dívida. Pois bem, temos cerca de 128% do PIB em dívida. Falamos de mais do dobro. Mas tenho de elogiar a paciência de Augusto Santos Silva, visto que a minha vontade de desabafar surgiu logo na primeira página da entrevista, onde ainda na introdução diz-se que Marinho e Pinto "não se define ideologicamente, mas reconhece-se mais próximo da social-democracia. E insiste em denunciar a corrupção na política.", e logo na primeira pergunta, em que a questão é se o PDR é de esquerda ou direita, a resposta é a seguinte: "Não nos preocupa essa definição porque a geometria tradicional está em constante transformação.".
Ora, a mim isto soa-me a demagogia e a populismo eleitoral. Somos tudo e não somos nada. Somos mais uns que andaremos por aí. Tal como aconteceu com a denúncia do ordenado de eurodeputado, que recebe, diz, mais de 20 mil euros mensais, mas não recusa parte nem nada faz para que a situação mude. Eis que o jornalista pergunta, e que eu concordo totalmente, se Marinho e Pinto não é daqueles que atira a pedra e depois esconde a mão!
Os portugueses terão de ter muita atenção nas próximas eleições legislativas, para que não aconteçam episódios Fernando Nobre 2.0! Já na vizinha Espanha, passaram de um sistema bipartidário (PP e PSOE) para umas eleições locais (ontem) em que agora surgem a governar 4 partidos (com a introdução na cena política do Podemos e Cidadãos), esperemos que não fundados em demagogias baratas.

3. Situação política em Espanha

Como acabei de referir no último parágrafo, em Espanha a situação que se vive é no mínimo estranha. Não no sentido figurado, mas para os intervenientes.
Na edição de ontem do Público, surge um excelente artigo de opinião, de Jorge Almeida Fernandes, que compara a situação política às séries de televisão Guerra dos Tronos e Borgen, em que a luta pelo poder é feroz, e só interessa a conquista do mesmo.
Com o surgimento de outras forças políticas que conseguem governar, haverá agora espaço para diálogo e para consensos, ou seja, para coligações.
Dos resultados de ontem, para além de se notar, claramente, o fim do bipartidarismo, podemos ver que o PP, que está no poder, continua a ser o mais votado, mas por muito pouco, e que em regiões como Madrid, capital, se o PSOE e o Podemos se coligarem, formam maioria e deixam assim de lado o vencedor PP, que está longe da maioria e que não terá condições de governar, muito por causa da lei eleitoral espanhola, que privilegia as maioria.
Enquanto se assiste a uma revolução democrática em Espanha, nítida aos olhos de todos, o PP de Rajoy continua a não ver o que se passa a sua volta. 
Muito sinceramente, penso que este é um cenário que não se verificará em Portugal, uma vez que o LIVRE e PDR, novos partido sem assento parlamentar não têm ainda peso para serem decisivos na formação de futuros governos. Mas, atenção, muito facilmente lá chegarão se os principais partidos (PS, PSD e CDS) continuarem a desiludir o eleitor como o têm feito, constantemente.

Para terminar, gostaria apenas de deixar nota da intervenção de Diogo Infante ontem, nos Globos de Ouro da SIC, de Pinto Balsemão: "Queria agradecer ao Ministério da Cultura. Ah é verdade, não há!".

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Celebrações infundadas e um programa diferenciador!

Dois temas tomarão este artigo que vou escrever. O primeiro, prende-se com a celebração e respetivos festejos por parte deste Governo da saída da Troika de Portugal. Passou-se entretanto 1 ano, e aqui que ninguém nos ouve, entre Troika ou este Governo, venha o diabo e escolha! O outro assunto que não poderia deixar de estar contemplado, é obviamente a apresentação do programa eleitoral por parte do PS.

Fomos além da Troika, assumida e orgulhosamente, mas mesmo assim, festejamos a saída destes do nosso país.
Das duas uma:

  1. Ou estão contentes porque podem levar a cabo políticas muito mais austeras em nome próprio, e sem indicação do FMI, BCE e CE, ou seja, com a sua própria criatividade;
  2. Ou então, é simplesmente por ser ano eleitoral e tudo serve para chamar as camaras, principalmente se o motivo de celebração for algo que o eleitorado aprecie (saída da Troika).
Confesso ser ignorante ao ponto de não conseguir escolher nenhuma das anteriores nem mesmo de perceber. Para mim, não faz sentido que este Governo celebre a saída da Troika, quando andaram durante 3 anos de mãos dadas... Isto, porque a celebrar, seria de perceber se convidassem os elementos da Troika que tiveram a missão de atuar em Portugal.

Tal como os estudantes fazem, que quando deixam os ciclos formativos em conjunto, periodicamente depois de terminarem esses mesmo ciclos, fazem as jantaradas de celebração e convívio. Mas lá está, convívio. E não cada um a jantar por si e a celebrar ter deixado de conviver uns com os outros.

Já o segundo tema, dá-nos conta de uma inovação, mais uma pela mão do Partido Socialista. O maior partido da oposição apresentou ontem o seu programa eleitoral, Perdão, apresentou ontem a versão para debate público. Sim, debate público. Já não chegava todas as sessões que foram levadas a cabo, mais o canal aberto, mais o cenário macroeconómico, temos agora um programa, da total autoria e responsabilidade do secretariado nacional do PS, e ainda assim, as pessoas terão a oportunidade de sugerir alterações e contribuir.
Nesta linha de espírito aberto e de contacto com o eleitor, uma das muitas propostas, é a inclusão do orçamento participativo no Orçamento de Estado!

Com o seu devido tempo, também no PNP, analisarei as propostas e darei conta da minha opinião acerca do seu conteúdo, mas neste momento, e tendo em conta o que já se alterou na nossa democracia, ou melhor, na forma de o PS fazer politica, desde o momento em que António Costa se disponibilizou para assumir a liderança do Partido.
Digam o que disserem, mas mesmo aqueles que acham que foi uma machadada na anterior direção do PS, a disponibilidade de António Costa promoveu a democracia. E o resultado (~70%-30%) espelha bem qual era a vontade dos militantes e simpatizantes!

Cada vez mais tenho orgulho em acreditar nesta família política. E não tenho qualquer problema em o assumir.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Sondagens...

A palavra sondagens tem, nos últimos dias, entrado de forma imperiosa na nossa vida.

Primeiro, foi por causa de um resultado menos folgado nas europeias, mas sobretudo uma sondagem tremida a favor do PS face à maioria, que fez com que António Costa mostrasse disponibilidade para liderar o partido.
Segundo, a ânsia de não se ver o Partido Socialista descolar da atual maioria nas sondagens.
Terceiro, as sondagens que davam um empate técnico no Reino Unido, com possibilidade até de vitória para o Partido dos Trabalhadores, e na urna, o que se verificou foi uma maioria absoluta para os Conservadores.
Por fim, tivemos agora duas sondagens recentes em Portugal. As primeiras após a apresentação do cenário macroeconómico dos economistas do PS e do anúncio de coligação pré-eleitoral do PSD/CDS. Uma, conotada ao Correio da Manhã, dá empate técnico, com vantagem de apenas 0,1% para o PS. Uma segunda, conotada com o Expresso, dá vantagem ao maior partido da oposição, uma vantagem de 4,5%.

Ora, tivemos portanto diversos episódios, em diferentes momentos, em que a palavra sondagem ou sondagens fizeram correr tinta nos jornais. Mas muitas das vezes, com um ponto de interrogação quanto à sua fiabilidade e também quanto à sua utilidade mesmo.
Depois do resultado verificado no Reino Unido, penso que ninguém levará as sondagens em conta da mesma forma. E em Portugal, o caminho não é muito diferente. Com espaço de horas entre uma sondagem e outra, de âmbito nacional, temos uma diferença de quase 5%, e não são só 5 pontos percentuais, são 5 pontos percentuais que tanto aproxima o país de uma situação de quase ingovernabilidade como aproxima o PS de uma segunda maioria absoluta. Pois bem, a diferença, segundo o Expresso, entre o PS e o PSD e os PS da maioria é praticamente a mesma. Já para o Correio da Manhã, a situação é de ingovernabilidade.

De quem é a culpa? Dos jornais/sondagens ou dos inquiridos que deram respostas diferente? De quem é a culpa? Das próprias sondagens e seus métodos?
Pois bem, eu prefiro esperar pelo dia, votar e ver o resultado. E mesmo este, não é 100% fiável, como se viu nas últimas eleições na Madeira!

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Pancadaria... fuzilamento

Existem dois temas hoje que merecem o meu destaque. Infelizmente, nenhum pela positiva, mas faz parte...

O primeiro é o inaceitável vídeo de bullying que correu, estes dois dias, internet fora.
O outro assunto é o facto de, em pleno Séc. XXI, um ministro da defesa ser fuzilado por ter adormecido numa cerimónia oficial.

Vamos por partes.
Aquele vídeo, que infelizmente dediquei 13 minutos da minha vida a vê-lo, foi uma aberração. Primeiro, eu nem percebo como é que aquele episódio foi filmado, começa por aqui. Depois de filmado, por aparentemente um elemento do grupo que agrediu o rapaz, foi parar à net. Vaidade? Ser mainstream? O que levou a tal ato? Mas já que procuramos porquês, o que terá levado aquelas duas raparigas, essencialmente, a fazerem aquilo? Daquela forma? Uma outra questão é também a postura do jovem, que apenas se revolta pontualmente. Em muitos momentos teve oportunidade de fuga. Noutros, teve oportunidade de defesa... Enfim. Tudo muito estranho. Mas aconteceu mesmo!
Já se especula bastante. Há quem diga que foi por motivos amorosos. Há quem diga também que foi combinado para ter popularidade. Mas, jovens dizerem que: é natural, tinha motivos é natural. Temos de dizer não à violência. Seja esta praticada de quem for para quem for.
Mas podemos continuar a fazer um rol de perguntas. Onde estavam os responsáveis da escola? Onde estavam os pais? Porque é que aqueles jovens estavam ali ao deus dará? Eu já tive aquela idade, mas não me lembro daquele tipo de episódios. Sendo que o bullying existia na mesma, mas não tinha nome no nosso dicionário.
E o que será das jovens que agrediram? E do que foi agredido? Os primeiros ficaram para sempre marcados. E o segundo, ficará para sempre com traumas.
Confesso a minha ignorância. Mas não consigo responder a qualquer uma das questões anteriores.

Não muito menos grave, temos uma outra notícia que se enquadra no ramo da incredibilidade. Um ministro, da defesa, é fuzilado por adormecer (ao que consta apenas adormeceu por instantes, já aconteceu com todos e todos estamos vivos) numa cerimónia oficial. Em pleno Séc. XXI? É o preço de viver em ditadura. Mas é muito, muito triste.

Quer num caso como no outro, aqueles que são pagos, e bem pagos para responder a estas situações, têm de agir, para travar tal situação. Falo claro de Comissão de Proteção de Menores e ONU. Porque estas situações têm de ter resposta à altura.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Religião e política

Hoje, inevitavelmente, trago um tema diferente do que aquele a que vos habituei. Mas claro, com o cunho a política QB... como não poderia deixar de ser.

Desta feita, trago dois dos três temas proibidos em muitas conversas, para não gerar conflito. Religião e política. Fica de fora o futebol.

Este fim de semana, tivemos a mais bonita mensagem de esperança num mundo melhor. Verdadeiramente, e depois de já terem havido grandes progressos na nossa sociedade em prol de um mundo melhor, a começar pela eleição de Obama, e a terminar na eleição deste papa, temos agora Raul Castro, da "velha-guarda" comunista, aquela que não eram admitidos no partido crentes, foi ao Vaticano sentar-se à mesa com Francisco, o papa que não acredita que viverá muitos mais anos... venha-se lá a saber porquê! Não é difícil.
A esta hora perguntarão: Mas então Obama foi chamado para a conversa a que propósito?
Não sei se se lembram, mas Cuba e EUA andavam de costas voltadas à demasiados anos, e depois do funeral de Mandela, em que Raul e Obama apertaram a mão, retiraram o embargo dos EUA a Cuba e agora, o irmão de Fidel vai ao Vaticano e promete voltar a rezar e não faltar a nenhuma missa celebrada por Francisco em Setembro.

Este triângulo promete, sem fazer promessas, mudar o mundo. Ainda bem.

Tudo isto servirá, na sua essência, para demonstrar a força que a política e a religião exercem na sociedade? Eu bem sei que não há novidade alguma nesta afirmação, mas é a passagem do senso comum para a realidade, para as ações, para as atitudes. É disto que o mundo precisa.

Existem líderes que ficarão para sempre, na memória e na história da humanidade.
Nenhum dos três falhará este registo, tenho a certeza.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Cada vez tudo mais claro

Por estes dias, temos assistido a uma clarificação daquilo que será o próximo Governo de Portugal. Seja ele a coligação ou o PS.

Após as meritórias (sim, porque dignificam a democracia) 29 questões feitas pelo PSD ao relatório macroeconomico do PS, e respetivas respostas, óbvio, ficamos a saber que o caminho é este, é aquele que o PS tem seguido para inovar a democracia e trazer de volta a credibilidade necessária à política.
A reação do PSD (nao aquela de criticar ainda durante a apresentação, mas sim a de fazer perguntas) só demonstra que esta foi uma ação que despertou interesse e que envolve todos na construção e clarificação dos programas eleitorais. Por mim, o PS nao faria diferente de hoje em diante.
Porém, a reação demonstra também que o PSD já reage como se o PS fosse Governo. O que já não e assim tão positivo porque daqui até ao próximo Governo tomar posse, ainda faltam uns meses, e certamente existem assuntos a tratar com a maior das atenções.

Não obstante, e o estudo serviu para que António Costa possa fazer promessas fundadas, começaram já a surgir, um mês antes do programa, algumas promessas eleitorais. Os escalões de IRS vão ser mexidos e vai haver uma baixa do IRS. Positivo para a economia, visto que todos concordamos que a carga fiscal e abusadamente alta no nosso país.
Já temos política a sério a fluir... E como e que o PSD reage? Com ironia. Claro, na falta de conteúdo...

segunda-feira, 4 de maio de 2015

TSU, uma questão maior

A possibilidade de mexer na TSU tem sido largamente discutida, e vai continuar a sê-lo. 
Foi um dos pontos de desacordo entre os partidos de Governo ao longo desta legislatura, servindo até de trampolim político para Paulo Portas. 
Agora, o tema volta à agenda, pela mão do PS. Melhor, pela mão dos 12 economistas que prepararam um relatório do cenário macroeconómico que foi encomendado pelo PS. Baixar a TSU é um dos pontos de proposta que consta do documento, e que poderá vir a ser assumida pelo partido na apresentação do programa eleitoral/Governo.

Acontece que, tal como na maioria, dentro do Partido Socialista, este ponto gera divergências. O que não é necessariamente mau, aliás, apenas demonstra que no largo do rato não manda um e os outros ouvem e abanam com a cabeça. Pluralismo é um adjectivo e valor que caracteriza esta família política.

Porém, temos assistido a vários comentários, de diferentes quadrante políticos, a insurgirem-se contra a medida. Pois entendem que baixar a TSU para os empregadores não é razoável. A medida pode, e deve, ser muito discutida, pois não é uma questão menor.
No entanto, a meu ver, levanta outras questões, nomeadamente uma maior, que dá origem ao título deste artigo. De que lado está a riqueza? Quem é que, afinal, gera riqueza? O trabalhador ou o empregador?
A melhor resposta seria ambos. Pois o empregador precisa dos trabalhadores para produzir e gerar lucro, e os trabalhadores precisam dos empregadores para poderem trabalhar e assim auferir de um rendimento para o seu dia-a-dia. Nesta relação, entenda-se, não há favores. Um trabalha e é pago por isso. O outro paga mas recebe trabalho por esse valor investido.

Ou seja, é difícil definir quem deve pagar uma taxa maior. Em caso de dúvida, opto sempre por beneficiar o trabalhador, por este ter, à partida, menos recursos à sua disposição.

Mas o que está em causa, é algo bastante mais complexo. É importante realçar que a medida consta de um documento integrado, com outras propostas, e que os resultados se confundem umas das outras, gerando assim um todo, e não apenas a soma das partes (tal como intitula João Galamba no seu artigo de hoje no Expresso).
Já que falo em jornais, podemos continuar e falar da excelente entrevista que Manuel Caldeira Cabral deu hoje ao JN. Melhor, foi hoje publicada neste diário. Desta entrevista, que aborda também a temática da TSU, prefiro destacar que, e a propósito da a baixa desta taxa poder significar uma benesse para os empresários, são medidas contra cíclicas que fazem uma economia responder eficientemente aos desafios actuais, e não aplicar austeridade em cima de recessão, que apenas leva ao afundamento da economia, e de para-quedas como vimos nestes últimos anos. Uma entrevista que me deu muito prazer ler, e não por ser aluno da Universidade do Minho e com isso me deixar influenciar, nem por ser uma pessoa próxima do PS, mas porque o que está lá escrito faz todo o sentido. Pelo menos, aos meus olhos.
Para terminar este périplo dos jornais, podemos também ler a entrevista que Teresa Garcia deu ao Público. A professora do ISEG defende que esta proposta coloca a segurança social num beco sem saída. Faz-nos pensar no outro lado da medalha.

Por fim, apenas lançar alguns dados para cima da mesa, para uma reflexão que a nossa sociedade precisa de fazer. Com urgência, diga-se.
Temos hoje mais de 10 Milhões de habitantes, dos quais, apenas 4,5 trabalham.
Temos taxas de desemprego acima dos dois dígitos. Nos jovens esta taxa é superior a 35%.
Temos a emigração nos últimos anos a comparar-se apenas com os anos 60. Centenas de milhares de jovens a saírem do país.
Como é que vamos resolver o problema? Que sociedade queremos? O que podemos e temos de fazer para inverter esta situação? Por fim, queremos mesmo inverter esta situação?