Dezembro é muito mais do que o
natal ou do que o final do ano, civil... é também quando as pessoas, por norma,
retiram algum do seu tempo para olhar para trás, ver aquilo que foi o ano que
nesse mês termina e começam a olhar para o ano seguinte.
Por força das circunstâncias,
durante este mês, uns preferem que passe mais rápido, com algum desespero, é
certo, e já só querem que um novo comece. Outros, querem que este perdure o
máximo possível. É hora de fazer as listas de resolução para o novo ano, pensar
nas 12 passas e nos respetivos desejos... enfim, é hora de sonhar.
Porém, e não menos importante, é
hora de olhar para trás e ver aquilo que foi, no caso, 2016.
Vejamos este ano político:
- Começa com a eleição de Marcelo Rebelo de Sousa para Presidente da República;
- Tivemos a discussão e a aprovação do Orçamento de Estado tardio, mas que contou com, e a primeira vez na nossa história, a aprovação do PCP (BE e Verdes também) em mais de 40 anos de democracia;
- António Guterres é nomeado Secretário-Geral da ONU;
- Fomos referência e modelo exemplar de estabilidade e de como evitar uma crise política;
- Maior crescimento económico no 3º trimestre da zona euro;
- Terminamos o ano com a aprovação, sem espinhas, do segundo Orçamento de Estado deste Governo, e novamente, com a aprovação do PCP (BE e Verdes também);
- E para começar dezembro, temos uma mudança, significativa, na liderança da CGD, em que ao que parece, Paulo Macedo, ex-Ministro de Passos Coelho, liderará a nova administração.
Numa linha: respira-se um ar mais
tranquilo em Portugal, sem dúvida.
Para uma melhor síntese, se para
aqueles que duvidam de eventuais palas que eu tenha nos olhos, fica aqui um linkinteressante.
Entre outras confirmações, este
ano de 2016, pelo menos a mim, confirmaram que a solução governativa encontrada
foi a melhor, visto que há realmente alternativa à austeridade. Temos António
Costa como Primeiro-Ministro, que está a demonstrar ser o melhor político em
Portugal para as suas funções e que é o mais bem preparado da sua geração.
Marcelo também merece nota
positiva, da minha parte, pelo que tem feito. Tem levado o nome Portugal mais
longe, tomou a iniciativa de comemorar o Dia de Portugal, Camões e da língua
Portuguesa em França, um dos países que conta com uma enorme comunidade
portuguesa, e um forte sinal da emigração, forçada, dos jovens recentemente.
Mas a surpresa, para mim, do ano,
não passa por Costa ou por Macelo, um e o outro estão a ser aquilo que eu
esperava serem, foi antes António Guterres. Nunca pensei, nem no mais bonito e
otimista dos sonhos, ter um SG da ONU português. E vejamos quem foi, um homem
que se demitiu de Primeiro-Ministro do seu país por perceber que um resultado
de eleições autárquicas poderiam ter uma leitura nacional e evitar que o seu
país caísse, como o próprio disse, num pântano. No seu discurso em Portugal,
duas palavras serviram para se expressar: gratidão e humildade.
Para terminar, vejamos o seguinte:
em termos homólogos, temos um português num alto cargo internacional (Durão
Barroso vs António Guterres), um Presidente da República (Cavaco Silva vs
Marcelo Rebelo de Sousa) e um Primeiro-Ministro (Pedro Passos Coelho vs António
Costa). Que diferença!
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